Lula ganha trunfo: senado dos EUA pode ser a escada que Trump precisa

O encontro entre Lula e Trump na Malásia não foi apenas um aceno cordial, mas o marco inicial de uma negociação que ganhou um belo reforço vindo de Washington.

A imagem final, que selou a ponte entre os presidentes, foi a foto viral do aperto de mãos: correu o mundo e foi rapidamente vista como uma vitória inegável para o governo Lula. Para além das “pernas torneadas” – a outra foto famosa de Lula – temos o “hábil negociador”.

Logo após encontro, Lula confirmou a seriedade da aproximação ao anunciar a troca de contatos diretos: “Ele tem o meu telefone, eu tenho o telefone dele, e nós vamos colocar as equipes para negociar.” A promessa é de uma solução “mais rápida do que vocês imaginam” para a taxação considerada equivocada.

Menos de 48 horas após a cúpula, o jogo virou a favor do Brasil. O Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que busca anular as tarifas.

Essa votação, com placar de 52 a 48, uniu democratas e até republicanos para combater o que classificam como “grave abuso de poder” de Trump em usar o comércio para fins políticos — especificamente, a alegação de que o Brasil estaria “perseguindo politicamente” seu aliado Jair Bolsonaro.

Essa pressão do Congresso dos EUA é mais um trunfo na mesa de negociação de Lula. No entanto, é crucial analisar o perfil do oponente: Trump tem mais traquejo midiático e age para sempre garantir sua vitória máxima, historicamente estendendo os processos. Ele é o tipo de negociador que tentará extrair o máximo de concessões possíveis, mesmo em um cenário de pressão política.

O posicionamento oficial do Senado mostra que o Brasil não apenas sentou para conversar, mas ganhou um poderoso aliado em Washington para forçar o fim do tarifaço, desafiando a Casa Branca a concluir o acordo sem a prolongação típica das táticas de Trump – e pode ser, também, a escada que o presidente dos EUA precisava para descer do telhado onde se colocou.

Veja como foi encontro: