Pânico no Rio: falso toque de recolher deixa moradores desesperados
Nas redes sociais, espalhou-se um alerta de "Cidade em Estágio 4", que orienta permanência em locais seguros, mas na verdade estágio era o 2
Após a operação mais letal da história do Rio de Janeiro, realizada nesta terça-feira (28/10), os complexos da Penha e do Alemão — que reúnem 26 comunidades — se transformaram em um verdadeiro campo de guerra. A ação deixou dezenas de mortos, entre eles policiais civis e militares, além de diversos feridos.
Os moradores, presos no fogo cruzado entre integrantes do Comando Vermelho (CV) e forças de segurança pública, viveram horas de pânico e desespero. E o medo se intensificou ainda mais após o falso recebimento de um falso alerta de “Cidade em Estágio 4”, que orienta a população a não circular pelas ruas e a permanecer em locais seguros.
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Na verdade, o COR-Rio (Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio) declarou estágio 2, quando há ocorrências com potencial de agravamento. Nesse estágio, a orientação é evitar a circulação por regiões afetadas pelo conflito. E por meio das redes sociais, na manhã desta quarta-feira (29/10), o COR-Rio informou que os moradores já podem continuar com suas rotinas normais.
Veja os alertas já emitidos (Estágios 1 e 2) e o alerta falso (Estágio 4):
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Estágio 1Reprodução / COR-Rio
Estágio 2Reprodução / COR-Rio
Falso alertaReprodução / Redes sociais
Desespero e corpos jogados na rua
De acordo com informações preliminares, a maior parte dos mortos foi encontrada na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os enfrentamentos entre as forças de segurança e os traficantes. Moradores relataram que ainda há corpos no alto do morro, aguardando remoção.
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Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
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Operação letal
Segundo o Palácio Guanabara, a ação mobilizou 2,5 mil agentes de diversas corporações, entre Polícia Civil, Polícia Militar e unidades especiais, com o objetivo de conter o avanço territorial do Comando Vermelho e desarticular sua base logística.
Moradores relataram madrugada de terror, com helicópteros sobrevoando as comunidades e blindados abrindo caminho pelos becos e vielas. O barulho de tiros e explosões se estendeu até o amanhecer, especialmente nas regiões da Grota, Fazendinha e Vila Cruzeiro.
Apesar do cerco, parte dos criminosos conseguiu escapar por rotas alternativas. Agentes encontraram túneis e passagens camufladas entre casas e muros, usados para fuga coordenada, lembrando a manobra vista há 15 anos, durante a histórica invasão ao Alemão, em 2010.
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