“Marginal não é lugar de Carnaval”: grupo faz protesto no centro de SP

Um grupo de cerca de 100 pessoas foi até a Praça da República, no centro de São Paulo, na noite desta segunda-feira (17/11), protestar contra a possibilidade de alguns blocos de Carnaval serem obrigados a desfilar na pista local da Marginal Pinheiros no ano que vem. 6 imagensFechar modal.1 de 6

Ato na Praça da República pede mudanças nas regras da Prefeitura de São Paulo para o Carnaval de rua em 2026Gabriel Lira/Metrópoles2 de 6

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Ato na Praça da República pede mudanças nas regras da Prefeitura de São Paulo para o Carnaval de rua em 2026Gabriel Lira/Metrópoles

A professora de artes Lira Alli, de 36 anos, diz que há um processo de circuitização, que é prejudicial aos blocos: “Estabeleceram muitas regras e cada bloco tem sua dinâmica. Esses circuitos aumentam a tensão do Carnaval com quem não gosta da festa na cidade porque a Prefeitura estabelece 8, 10 zonas na cidade onde tem desfile todos os dias de manhã e de tarde”.

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Ela explica que as pessoas que trabalham com a festa, sejam blocos, ambulantes ou outros profissionais, querem uma flexibilização das regras da administração municipal: “O protesto é para defender o direito a folia, que é fazer o Carnaval de rua do nosso jeito e não a partir de regras absurdas que a Prefeitura de São Paulo tem”.

O grupo também apresentou outras demandas, como a possibilidade de alguns blocos desfilarem durante a noite.

O secretário Municipal de Cultura e Economia Criativa da cidade de São Paulo, Totó Parente, foi ao local e afirmou que o diálogo é o mínimo que ele pode fazer: “Já fiz muita manifestação, já fui do outro lado. Hoje eu sou o governo, então vamos dialogar. Eu vou até onde posso ir e o resto vou encaminhar com quem pode decidir”.

“Sobre a Marginal, a prefeitura já lançou uma nota dizendo que essa discussão não está em pauta”, completou.

A manifestação saiu da Praça da República e foi em cortejo até o Theatro Municipal, onde terminou por volta das 21h.

SPTuris descarta Carnaval na Marginal

A SPTuris disse, nesta segunda-feira (17/11), que não considera mover blocos de Carnaval da região de Pinheiros e Vila Madalena, em São Paulo, para a Marginal Pinheiros, como pediu a Polícia Militar (PM). A reação vem após a coluna de Demétrio Vecchioli revelar, no domingo (16/11), que o pleito havia sido encaminhado à comissão que organiza o Carnaval de rua na cidade de São Paulo.

“A operação vigente [do Carnaval] vem sendo realizada com êxito ao longo dos últimos anos, sem a necessidade de inclusão das marginais, vias que concentram elevado fluxo viário”, afirmou a SPTuris, em nota, rejeitando o pedido da polícia.

“Destaca-se que não estão previstas alterações significativas nos trajetos do Carnaval de Rua de 2026. Ressalta-se, ainda, que a utilização das marginais não foi objeto de discussão no âmbito desta comissão, tampouco considerada em qualquer etapa do planejamento”, continuou a empresa municipal de turismo. 6 imagensFechar modal.1 de 6

Imagem aérea de bloco de rua no Ibirapuera em 2023Fábio Vieira/Metrópoles2 de 6

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Desfile do Bloco Casa Comigo na Avenida Henrique Schaumann no bairro de Pinheiros, zona Oeste de São PauloFábio Vieira/ Metrópoles5 de 6

Desfile do bloco Desculpa Qualquer Coisa na Rua Augusta, região central de São PauloFábio Vieira/ Metrópoles6 de 6

Carnaval de rua em São PauloRovena Rosa/Agência Brasil

A proibição de blocos na avenida Faria Lima e na rua Henrique Schaumann e a criação de uma passarela para desfiles na pista local da Marginal Pinheiros foi pedida pelo 23º Batalhão da Polícia Militar de São Paulo, responsável pela área, em ofício inicialmente enviado ao vereador Sargento Nantes (PP) e, dele, ao presidente da comissão organizadora do Carnaval, o secretário de Governo, Edson Aparecido. O documento foi recebido por Aparecido no dia 6 de novembro.

Na sexta-feira (14/11), o Metrópoles questionou a Secretaria de Comunicação da Prefeitura sobre o pedido da PM, perguntando se “a prefeitura considera a hipótese de levar blocos de Carnaval para a marginal”. Em resposta, a SPTuris disse somente que a comissão “está em fase de avaliação, análise e validação dos trajetos dos blocos inscritos”.

Colaborou Gabriel Lira