Metanol: fiscalização confisca 128 mil garrafas de vodca sem documento
Operação na quarta-feira (1º/10) realizou vistoria em bares e distribuidoras de bebidas em São Paulo e Barueri, na região metropolitana

Um lote de 128 mil garrafas de vodca sem documentação foi confiscado após fiscalização em uma distribuidora de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, na quarta-feira (1º/10). A medida faz parte das investigações sobre bebidas alcoólicas contaminadas com metanol.
A operação conjunta interditou totalmente três estabelecimentos de comércio de bebidas na capital paulista: dois na região da Bela Vista e um no Itaim Bibi. Em Barueri, houve a interdição parcial das bebidas alcoólicas destinadas para consumo. Ao todo, quatro bares e duas distribuidoras foram fechados desde segunda-feira (29/9).
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Peritos analisam destilados em SPDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo2 de 14
Autoridades paulistas realizam operações contra a intoxicação por metanol em bebidasDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo3 de 14
Autoridades apreenderam em um mercadinho mais de 40 garrafas de whisky, gin e vodcaDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo4 de 14
Procon participa da operação tambémDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo5 de 14
Polícia de SP diz que investiga quatro casos de contaminação por metanol na capital e mais quatro na Grande SPDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo6 de 14
Um estabelecimento no Jardins, outro na Mooca, um na Vila Mariana e outro em São Bernardo foram interditadosDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo7 de 14
Entre terça e quarta, foram apreendidas 800 garrafas de bebidas alcoólicas suspeitas de adulteraçãoDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo8 de 14
Vigilância Sanitária trabalha em conjunto com a Policia Civil de SPDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo9 de 14
Duas pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na intoxicação por metanolDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo10 de 14
Só nesta terça-feira, 112 garrafas de vodca foram apreendidas em diversos pontos da capital paulistaDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo11 de 14
Os bares estão sendo interditados de maneira cautelarDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo12 de 14
Operação apreendeu 50 mil garrafas de bebidas adulteradasDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo13 de 14
Quatro estabelecimentos foram interditados e um proibido de vender bebidas alcoólicas após operação em SPDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo14 de 14
Vigilância Sanitária interditou alguns estabelecimentos em SPDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Segundo as autoridades, as garrafas de vodca lacradas poderão ser liberadas quando a documentação for apresentada.
O último balanço, divulgado pela Secretaria da Saúde, indica 37 casos registrados desde o mês de setembro — 27 suspeitos e 10 confirmados. A pasta também atualizou o número de mortes para 6 — sendo 5 sob investigação e uma confirmada.
Estabelecimentos fechados
De acordo com um servidor do Procon que falou com o Metrópoles, existe uma preocupação para que eventuais estabelecimentos inocentes não sejam responsabilizados já que há casos de bares que seguiram todas as regras na compra de bebidas. “As investigações apontam que a adulteração teria ocorrido em outro elo da cadeia de fornecimento.”
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Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles2 de 12
Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles3 de 12
Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles4 de 12
Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles5 de 12
Torres Bar, na MoccaGoogle Maps/Reprodução6 de 12
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Villa Jardim, em São Bernardo do CampoGoogle Maps/Reprodução8 de 12
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Bar Beco do Espeto, no Itaim Bibi, que tem como sócio Igor Ferreira Sauceda, motorista do Porsche que perseguiu e atropelou um motociclistaEnzo Marcus/Metrópoles11 de 12
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O Beco do Espeto, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo, divulgou uma nota em que informa o fechamento e atribuiu a interdição a uma suposta desinformação que circulou nas redes sociais. “Passamos por uma fiscalização hoje [1° de outubro] e, mesmo apresentando todas as notas fiscais de nossas bebidas e sem haver qualquer indício de irregularidade quanto aos nosso produtos, fomos obrigados a fechar as portas”, disse o estabelecimento.
“O auto de fechamento é pautado única e exclusivamente em uma suspeita, baseada numa fake News disseminada pela má-fé de pessoas que se utilizam do tema para surfar na onda de visibilidade”, completou.
Nos Jardins, também na zona oeste, o Ministrão foi interditado em ação conjunta com as vigilâncias sanitárias municipal e estadual devido a indícios da venda de bebidas alcoólicas contaminadas com metanol no estabelecimento. A defesa dos proprietários afirma que o local foi fechado “por causa de apenas uma pessoa”. A fiscalização suspendeu inscrição estadual do bar.
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O Torres Bar, conhecido na região como o “bar do Chiquinho”, na Mooca, zona leste da capital, teve as portas fechadas após a morte do empresário Ricardo Lopes Mira, uma das vítimas da contaminação de bebida por metanol em São Paulo. O estabelecimento alega que todos produtos “são adquiridos de distribuidoras oficiais e parceiros de longa data, que sempre prestaram serviço de confiança e credibilidade ao longo da nossa trajetória”.
Interditado, o Villa Jardim, bar de São Bernardo do Campo, na região metropolitana, afirmou em comunicado que suspenderá suas atividades até o fim das investigações e esclarecimento dos fatos. “Nossas bebidas são compradas lacradas e em sua condição original. Embora tenhamos ciência de apenas um relato onde foi alegado o consumo de bebida alcoólica em todo estabelecimento e, subsequentemente, se sentiu mal, enfatizamos que o Villa Jardim preza rigorosamente pela qualidade dos produtos comercializados.”
Entre as distribuidoras interditadas, estão a GRF distribuições, em Barueri, e a BB Belbilar Bebidas, na Bela Vista.
Ainda de acordo com o governo, uma distribuidora já teve a inscrição estadual suspensa preventivamente. Outras três estão com a situação sob análise para suspensão.
Alerta
A Secretaria da Saúde emitiu, na terça-feira (30/9), um alerta aos profissionais de saúde sobre o risco de intoxicação por ingestão de metanol.
O aviso foi realizado por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) e do Centro de Vigilância Sanitária (CVS). A substância pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas ou adulteradas e, por ser altamente tóxica, leva à cegueira permanente e até ao óbito.
O alerta divulgado aos serviços de saúde do estado reforça que os sinais e sintomas costumam aparecer entre 6 e 24 horas após a ingestão.
Sintomas de intoxicação por metanol
- Sonolência
- Tontura
- Dor abdominal
- Náuseas
- Vômitos
- Confusão mental
- Taquicardia
- Visão turva
- Fotofobia
- Convulsões
- Acidose metabólica
Nos casos mais graves, pode haver cegueira irreversível, choque, pancreatite, insuficiência renal e comprometimento neurológico.
Segundo a pasta, o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve ser avaliado imediatamente e realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica. O alerta emitido traz orientações técnicas sobre a conduta clínica a ser adotada nesses casos.
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