Moraes abre inquérito contra Zambelli e determina oitiva em 10 dias
Deputada federal Carla Zambelli é investigada por coação e tentativa de obstrução de investigação em novo inquérito instaurado por Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um novo inquérito para investigar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A decisão, proferida nesta quarta-feira (4/6), estabelece que a Polícia Federal ouça a parlamentar no prazo de até 10 dias.
O objetivo é apurar indícios de suposta prática de dois crimes: coação no curso do processo e obstrução de investigação que envolva organização criminosa.
Na decisão, Moraes também determinou que a Polícia Federal realize o monitoramento e a preservação de postagens feitas por Zambelli ou por pessoas próximas a ela nas redes sociais, desde que tenham relação com a investigação.
Além disso, o ministro ordenou que o Banco Central informe, de forma detalhada, os valores e os remetentes de transferências via Pix recebidas por Zambelli nos últimos 30 dias. Segundo a parlamentar, ela arrecadou mais de R$ 166 mil com doações via transação eletrônica.
O inquérito foi aberto após a deputada dar uma entrevista ao canal AuriVerde, no YouTube, na qual afirmou estar fora do país. A fala gerou reação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pediu a prisão preventiva de Zambelli. Em seguida, Moraes determinou sua detenção e a inclusão do nome da parlamentar na lista vermelha de procurados da Interpol.
Resposta por escrito
Como Zambelli está fora do país e sem previsão de retorno, o que inviabilizaria o interrogatório presencial dentro do prazo estipulado, Moraes permitiu na decisão desta quarta que ela envie por escrito os esclarecimentos necessários à investigação.
Além disso, diante do desconhecimento do paradeiro exato da parlamentar, o ministro do STF determinou que ela seja notificada pelos endereços eletrônicos.
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Condenações de Zambelli no STF
Zambelli é alvo de outras decisões do STF. A Corte já formou maioria para condená-la em dois processos distintos. O primeiro envolve o episódio em que a deputada sacou uma arma e perseguiu um homem nas ruas de São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Por esse caso, a pena aplicada foi de cinco anos e três meses de prisão.
O segundo caso diz respeito à atuação da parlamentar ao lado do hacker Walter Delgatti Neto. De acordo com a denúncia, Zambelli o incentivou a invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e divulgar um falso mandado de prisão contra o próprio ministro Moraes. A pena fixada foi de dez anos de prisão.
Em sua defesa, Carla Zambelli nega as acusações e afirma que é alvo de perseguição política. Até o momento, a defesa da deputada ainda não se pronunciou sobre o novo inquérito.
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