Moraes diz que Trump atentou à soberania do Brasil e ao STF
Em decisão sobre medidas cautelares contra Bolsonaro, Moraes cita postagens de Trump como sustentação para ações de Eduardo nos EUA

Na decisão que estabeleceu uma série de medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, Alexandre de Moraes afirma que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proferiu declarações atentatórias contra soberania nacional do Brasil e contra a independência do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o ministro, as publicações de Trump em suas redes sociais deram sustentação a Jair e Eduardo Bolsonaro nas práticas investigadas pela Polícia Federal. O ex-presidente e o deputado licenciado são acusados pela suposta prática de coação, obstrução de processo judicial e atentado à soberania nacional.
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Trump impôs tarifa de 50% sobre produtos brasileirosGoverno dos Estados Unidos2 de 4
Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro são acusados pela PGR de promover "ato de guerra" dos EUA contra o BrasilRafaela Felicciano/Metrópoles3 de 4
O deputado Eduardo BolsonaroVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto4 de 4
Alexandre de Moraes cita publicação de Trump como sustenação para atos de Jair e Eduardo BolsonaroSTF/Divulgação
“O ápice das condutas executórias dos ilícitos penais praticados por Eduardo Nantes Bolsonaro e Jair Messias Bolsonaro passou a ocorrer a partir das primeiras declarações do presidente dos Estados Unidos da América atentatórias à soberania nacional e à independência do Poder Judiciário”, diz Moraes na decisão. Ele cita uma publicação de Trump, feita no dia 7 de julho, na qual o presidente norte-americano afirma que Bolsonaro é alvo de uma “caça às bruxas” promovida pelo STF.
“O Brasil está fazendo uma coisa terrível no tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho observado, como o mundo, que eles não fizeram nada além de vir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto ter lutado pelo povo. Eu conheci Jair Bolsonaro, e ele era um líder forte, que realmente amava seu país — também um negociador muito difícil sobre o comércio”, dizia Trump.
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Eleições próximas
O presidente norte-americano também sugeria, na postagem, que a motivação das acusações a Bolsonaro decorriam da proximidade das eleições de 2026.
“Sua eleição foi muito próxima e agora ele está liderando nas pesquisas. Isso não é nada mais ou menos do que um ataque a um oponente político — algo que eu conheço muito! Aconteceu comigo 10 vezes, e agora nosso país é o ‘mais espetacular’ do mundo! As grandes pessoas do Brasil não defenderão o que estão fazendo com seu ex-presidente. Vou assistir à caça às bruxas de Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores, de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é um julgamento pelos eleitores do Brasil — é chamado de eleição. Deixem Bolsonaro em paz!”, afirmava Trump.
Na representação criminal feita contra Jair e Eduardo Bolsonaro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) destacou um comentário do deputado licenciado na postagem de Trump, no qual “Eduardo Bolsonaro anunciou a possibilidade iminente de sanções contra autoridades brasileiras e o Estado brasileiro, por razões de suposta perseguição política, externando novamente que está atuando em prol desse resultado”.
“A confirmar também o seu papel na coação premeditada e conduzida por Eduardo Bolsonaro, Jair Messias Bolsonaro, em publicação realizada na rede social Instagram, demonstrou ter tido interferência no aumento tarifário anunciado pelo governo norte-americano. Proferiu novas ameaças aos Poderes Constituídos, dizendo que ‘a escalada de abusos, censura e perseguição política precisam parar. O alerta foi dado, e não há mais espaço para omissões’”, apontou a PGR.
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