Morte de gari: delegada esposa de suspeito acessou ocorrência 29 vezes

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou a delegada por prevaricação. Suspeito usou arma da esposa para matar gari em Belo Horizonte (MG)

Sep 24, 2025 - 11:30
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Morte de gari: delegada esposa de suspeito acessou ocorrência 29 vezes

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apurou que a delegada Ana Paula Balbino fez 29 pesquisas sobre o boletim de ocorrência da morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, horas após o empresário Renê Nogueira Júnior assassinar o trabalhador a tiros.

O inquérito policial investiga o envolvimento da delegada, que é esposa do empresário, no homicídio ocorrido em 11 de agosto no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte. 6 imagensEmpresário suspeito de matar gari, durante audiência de custódiaRenê da Silva Nogueira Junior, de 47 anosFoto nas redes sociais do empresárioDelegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa de Renê, suspeito de matar gari em BHLaudemir de Souza Fernandes, gari assassinado em Belo Horizonte (MG)Fechar modal.1 de 6

Frio, empresário cita roupa na morte de gari: "Usava calça da Diesel"Reprodução/vídeo2 de 6

Empresário suspeito de matar gari, durante audiência de custódiaReprodução/vídeo3 de 6

Renê da Silva Nogueira Junior, de 47 anosReprodução / Redes sociais4 de 6

Foto nas redes sociais do empresárioReprodução / Redes sociais5 de 6

Delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa de Renê, suspeito de matar gari em BHReprodução/ Redes Sociais6 de 6

Laudemir de Souza Fernandes, gari assassinado em Belo Horizonte (MG)Reprodução/Redes sociais

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) abriu um inquérito policial que resultou no indiciamento da delegada Ana Paula por “suposta prática do crime de prevaricação, previsto no art. 319 do Código Penal”. Além de pesquisar sobre a morte do gari, Ana confessou ao irmão que desconfiava de que o marido tinha cometido o crime. Ele usou uma das armas da esposa para praticar o homicídio.

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As informações foram confirmadas por um familiar da delegada em depoimento à 4ª Subcorregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). De acordo com a testemunha, horas após o assassinato, o irmão de Ana teria enviado o link de uma matéria sobre a morte do gari Laudemir e teria questionado se o carro dela, BYD, seria o mesmo que aparecia na reportagem.

Após o relato das pesquisas de Ana por buscas de boletim de ocorrência da morte do gari, a Corregedoria concluiu que a delegada fez 29 pesquisas na plataforma de Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), onde estão registros policiais em andamento e finalizados. Entre os filtros usados pela delegada estavam seu nome, a placa do carro usado pelo marido, o nome de Renê e o nome da vítima.

Dias após o crime que ainda estava em investigação, não havia como certo que a servidora Ana sabia do crime. No entanto, o delegado Matheus Moraes afirmou que no dia do crime diversas mensagens trocadas entre os dois foram excluídas, e eles teriam passado a se comunicar por ligação via aplicativo de mensagem.

De acordo com o documento, Ana Paula ligou para o marido 23 vezes entre as 9h18 — nove minutos depois do crime — e as 16h33, momentos antes da prisão do de Renê. Dos contatos, apenas seis não foram atendidos pelo empresário.

No julgamento, o empresário negou ter assassinado Laudemir, mas depois confessou o crime e isentou a mulher de qualquer responsabilidade. Ele alega ter pegado a arma da servidora sem ela saber.

O crime e a prisão

Renê Júnior foi preso em 11 de agosto, em Belo Horizonte (MG), acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, 44 anos, durante uma discussão de trânsito.

O crime ocorreu pela manhã, no bairro Vista Alegre, enquanto a vítima trabalhava na coleta de lixo. Testemunhas relataram que Laudemir e outros garis recolhiam resíduos quando o empresário passou de carro e iniciou a confusão.

Após atirar contra o gari, Renê não demonstrou preocupação: seguiu para o trabalho, voltou para casa, passeou com os cachorros e, em seguida, foi treinar em uma academia de luxo, onde acabou preso pela polícia.

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