Myotis guarani: cientistas descobrem nova espécie de morcego no Brasil

Com apenas seis gramas, um novo tipo de morcego foi descoberto no Brasil. O animal vive entre o Pantanal, parte do Cerrado, Mata Atlântica e Chaco, e foi batizado como Myotis guarani, em homenagem ao povo indígena que ocupava a região onde ele foi encontrado.

O bichinho foi identificado por pesquisadores da Fiocruz, em parceria com cientistas da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Universidade do Porto, em Portugal, e do Smithsonian Institute, nos Estados Unidos. O achado foi publicado na edição de março da revista científica Journal of Mammalogy.

“Essa descoberta teve início em análises genéticas. Fomos percebendo que as sequências de DNA já apontavam para uma nova espécie do gênero Myotis. A partir daí, começamos a investigar a morfologia de morcegos disponíveis em coleções biológicas centenárias e confirmamos se tratar de uma nova espécie”, explica o pesquisador Roberto Novaes, em entrevista à Agência Fiocruz.

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O cientista explica que a espécie já foi descrita há mais de 120 anos, mas era confundida com outra das 35 espécies do Myotis existentes. O guarani está, inclusive, exposto em museus com a classificação errada. A diferenciação é feita, principalmente, pela análise genética do animal.

Os morcegos são essenciais para a manutenção e equilíbrio dos ecossistemas, já que ajuda na polinização, dispersão de sementes nativas e controle de insetos considerados pragas agrícolas. “A nova espécie Myotis guarani é um morcego insetívoro, ou seja, que se alimenta exclusivamente de insetos. Esse morcego pode comer mais de 200 insetos (mariposas, mosquitos e besouros) por noite”, conta Novaes.

A pesquisa que descobriu o morceguinho procura, em primeiro lugar, patógenos que circulam nos animais para avaliar a diversidade de bactérias e vírus. O monitoramento é importante para antecipar zoonozes que possam causar problemas de saúde pública — como a Covid-19, por exemplo.

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