“Não consigo aceitar”, diz prefeito sobre execução de ex-delegado
Ruy Ferraz Fontes era secretário de administração da gestão de Alberto Mourão (MDB) em Praia Grande. O ex-delegado foi executado a tiros

O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (MDB), se manifestou nas redes sociais a respeito da execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, morto na noite dessa segunda-feira (15/9), no bairro Vila Mirim, em Praia Grande, no litoral paulista.
Na publicação, o político lamentou o ocorrido: “Não consigo aceitar que um trabalhador, comprometido com a justiça e a segurança pública, tenha sido vítima de tamanha crueldade. Que Deus conforte o coração de sua esposa, de seus familiares e de seus amigos. Descanse em paz, Ruy”, diz a manifestação.
O mandatário também prestou solidariedade às duas pessoas feridas durante a execução do delegado e finalizou dizendo que as investigações serão conduzidas pelos órgãos de segurança do estado.
Ruy Fontes era secretário de administração na atual gestão de Alberto Mourão.
Autoridades se manifestam
- O prefeito de Praia Grande não foi o único a se manifestar. Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo, determinou a criação de uma força-tarefa “com prioridade” para prender os autores do crime.
- Ainda segundo o secretário, o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, ofereceu o apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do estado.
- Mesmo sem ter relação com a investigação do caso, o secretário de Segurança Urbana da cidade de São Paulo, Orlando Morando, também usou as redes para expor sua “profunda tristeza” com o ocorrido.
- Morando ainda cita a trajetória de Ruy Fontes e diz que ele deixará um “legado de compromisso e seriedade que muito contribuíram” para São Paulo.
- Também nas redes sociais, o deputado estadual Delegado Olim (PP) prometeu caçar os envolvidos na execução do amigo.
Delegado assassinado
Ruy Ferraz Fontes foi assassinado com tiros de fuzil no início da noite desta segunda-feira (15/9), em uma emboscada supostamente articulada por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Câmeras de segurança registraram o momento em que a vítima fugia dos criminosos em uma perseguição de carro. Em dado momento, Ruy bate em um ônibus e capota. Os atiradores estão em um SUV (Sport Utility Vehicle, ou Veículo Utilitário Esportivo, em português) preto modelo Toyota Hilux SW4. Eles descem do veículo e disparam contra o delegado.
Carro incendiado
O carro usado pelos criminosos que executaram o ex-delegado-geral da Polícia Civil paulista foi encontrado incendiado pelas autoridades ainda na noite desta segunda-feira, pouco tempo depois da confirmação do assassinato do agente.
As autoridades também investigam a possível utilização de outro veículo no crime.
Quem era o ex-delegado Ruy Ferraz
O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, morto por criminosos suspeitos de integrar o PCC, atuou por 40 anos na Polícia Civil e era especialista na facção paulista. Ele foi jurado de morte por membros da facção após Marco William Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo da organização, ser transferido, em 2019, para o sistema penitenciário federal — na época, Ruy Ferraz era o delegado-geral.
Ferraz possuía especialização em Administração Geral e Financeira em Órgãos Públicos e participou de cursos complementrares como o Curso Anti-Drogas e Anti-Terrorismo, realizado pelo Ministério do Interior e da Segurança Pública da Polícia Nacional da França, além de curso de Aperfeiçoamento sobre Repressão às Drogas, em Vancouver, pela Polícia Montada do Canadá, conforme informou a Prefeitura de Praia Grande.
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Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São PauloDivulgação/Prefeitura de Praia Grande3 de 5
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Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São PauloReprodução/Prefeitura de Praia Grande5 de 5
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São PauloDivulgação/Polícia Civil
Ele iniciou a carreira como delegado de Polícia Titular da Delegacia de Polícia do Município de Taguaí, do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter) 7.
Durante a vida profissional, foi delegado de Polícia Assistente da Equipe da Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), delegado de Polícia Titular da 1ª Delegacia de Polícia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), delegado de Polícia Titular da 5ª Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Furtos e Roubos a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e comandou outras delegacias e divisões na Capital.
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Delegado assassinado na Praia Grande já havia escapado de assaltos
Além de estar à frente da Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo, ele foi diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Também foi professor assistente de Criminologia e Direito Processual Penal da Universidade Anhanguera e professor de Investigação Policial pela Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Ruy assumiu a Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande em janeiro de 2023, permanecendo na gestão que se iniciou em 2025, até ser morto nesta segunda-feira.
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