“Não há vencedores em guerras tarifárias”, diz Lula em meio a crise com Trump
O presidente fez seu terceiro pronunciamento do ano, o primeiro transmitido num contexto de ganho de popularidade do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi à TV na noite desta quinta-feira (17/7) e elencou as ações do governo para contornar a taxação de 50% a produtos brasileiros, imposta pelos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. No vídeo, de mais de 4 minutos, o petista chamou a carta que o presidente norte-americano, Donald Trump, enviou ao Brasil de “chantagem inaceitável” e foi enfático ao afirmar que “não há vencedores em guerras tarifárias”.
“Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”.
Mais cedo, Lula iniciou uma ofensiva também em rede internacional. Em entrevista à CNN dos Estados Unidos, o petista alertou que a tarifa imposta por Trump prejudicará os consumidores norte-americanos. Também afirmou que a ameaça não surtirá efeito para livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado do republicano, do inquérito sobre golpe de Estado que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).
Primeiro pronunciamento em contexto positivo
Este foi o terceiro pronunciamento convocado por Lula em 2025. Em fevereiro, o presidente foi à TV com a primeira peça produzida sob a gestão do seu novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira. Na ocasião, o petista tentava recuperar popularidade após a crise do Pix, explorada de maneira intensa pela oposição. Ele reforçou programas, mas não apresentou novidades.
No fim de abril, o presidente falou no contexto do Dia do Trabalhador. Na transmissão, tentou ser propositivo ao abordar a proposta de fim da escala 6 x 1, mas precisou defender seu governo diante da explosão da farra no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dessa forma, Este é o primeiro pronunciamento de Lula convocado num contexto de recuperação da popularidade.
Como mostrou o Metrópoles, o governo sente que saiu das cordas com ajuda de Trump e está entusiasmado. A ofensiva da Casa Branca contra as exportações brasileiras aproximou Lula do empresariado e setores da economia associados à direita. Antes, o Planalto já havia surfado na onda do Congresso, que amargou derrotas ante a opinião pública pela resistência em taxar os super ricos e por aumentar a conta de luz.
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