Netanyahu associa atentado em Sydney ao reconhecimento da Palestina
Premier de Israel afirma que a Austrália "alimenta o fogo antissemita" e "recompensa os terroristas do Hamas" ao reconhecer a Palestina
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, causou polêmica ao relacionar o atentado que deixou 16 mortos e mais de 40 feridos em Sydney, com o reconhecimento do estado da Palestina pela Austrália, oficializado em setembro deste ano.
O atentado, que ocorreu na manhã de domingo (14/12), ocorreu durante a celebração do festival judaico de Hanukkah, na praia de Bondi, em Sydney. Os dois atiradores são pai e filho e teriam sido motivados pelo Estado Islâmico, de acordo com investigação das autoridades australianas.
Em declaração após o atentado, Netanyahu disse ter alertado ao primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, que o apoio à criação de um Estado palestino “alimentaria o antissemitismo”.
O premier israelense disse ter escrito uma carta para o homólogo australiano. “Seu apelo por um Estado palestino alimenta o fogo antissemita. Recompensa os terroristas do Hamas. Encoraja aqueles que ameaçam os judeus australianos e incentiva o ódio aos judeus que agora assola suas ruas”, disse Netanyahu em discurso.
Netanyahu ainda acusou Albanese de “não fazer nada para impedir a disseminação do antissemitismo na Austrália”. “Vocês deixaram a doença se espalhar e o resultado são os ataques horríveis contra judeus que vimos hoje”, acrescentou.
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No dia 21 de setembro deste ano, Austrália, Reino Unido e Canadá reconheceram formalmente o Estado Palestino, entrando para um grupo de mais de 120 países.
“O ato de reconhecimento de hoje reflete o compromisso de longa data da Austrália com uma solução de dois Estados, que sempre foi o único caminho para uma paz e segurança duradouras para os povos israelense e palestino”, declarou Albanese na época.
A “solução de dois Estados”, apoiada pela Austrália e mais de 120 países, é uma proposta diplomática para criar um Estado Palestino independente, que coexistiria pacificamente ao lado do Estado de Israel.
A solução de dois Estados é uma proposta diplomática de longa data para resolver o conflito israelo-palestino através da criação de um Estado Palestino independente que coexistiria pacificamente ao lado do Estado de Israel. Netanyahu é um dos maiores críticos da proposta.
Atentado em Sydney
Os dois atiradores que abriram fogo durante a celebração de um feriado judaico, em Sydney, na Austrália, foram motivados pela “ideologia do Estado Islâmico”, afirmou o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese. Os atiradores são pai e filho. Um deles foi morto e o outro foi detido pelas forças policiais.
Os atiradores foram identificados como Sajid Akram, de 50 anos, e Naveed Akram, de 24 anos. O pai imigrou para a Austrália em 1998 e o filho nasceu no país. As autoridades não divulgaram o país de origem de Sajid.
De acordo com as autoridades policiais, Naveed era investigado pela Organização Australiana de Inteligência de Segurança (ASIO) desde outubro de 2019 por suspeita de ligações com uma célula do Estado Islâmico. No entanto, a ligação não foi confirmada e por isso o homem não havia sido detido até então.
Sajid morreu no local do crime, já Naveed foi preso e levado para um hospital com ferimentos graves.
Atirador foi desarmado por pedestre
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram um dos atiradores armados na praia sendo detido por um pedestre. Confira o vídeo:
Nas imagens, é possível ver um dos atiradores segurando um fuzil e efetuando disparos. Em seguida, um homem de blusa branca o agarra e toma a arma. Após desarmar o atirador, o homem aponta o fuzil contra ele.
O homem logo deixa a arma encostada em uma árvore, enquanto o atirador começa a se afastar. Em determinado momento do vídeo, outro pedestre aparece e atira uma pedra no suspeito, que corre.
As imagens também mostram o segundo suspeito atirando de cima de uma ponte.
O homem que desarmou o atirador — e passou a ser reconhecido como um herói nacional — é um muçulmano de 43 anos, que vende frutas na região, e se chama Ahmed al Ahmed.
Durante o ato heroico, Ahmed foi atingido por dois tiros. Ele passou por cirurgia e segue internado em um hospital em Sydney, mas o estado de saúde é estável. A família do herói australiano já recebeu mais de R$ 4 milhões em doações desde o atentado.
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