Nunes usa evento para cobrar Lula sobre Enel: “Precisa nos ajudar”

Prefeito de SP aproveitou presença do presidente em evento para pedir ação do governo federal contra a concessionária durante mais uma crise

Dezembro 12, 2025 - 20:00
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Nunes usa evento para cobrar Lula sobre Enel: “Precisa nos ajudar”

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aproveitou a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um evento na capital para cobrar do petista alguma ação em relação à concessionária de energia Enel.

Nunes e Lula estiveram juntos no evento de lançamento do canal SBT News, na sede da emissora em Osasco, na Grande São Paulo.

“O canal vai dar noticias boas e noticias ruins, presidente. Espero que na estreia do canal a gente não tenha a cidade sem energia com a Enel. O senhor precisa ajudar a gente nisso”, afirmou o prefeito, arrancando risadas da plateia.

Além de Lula e Tarcísio, estiveram presentes no evento diversas autoridades, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além de ministros e outras autoridades.

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Nunes x Enel

  • Ricardo Nunes acusa a Enel de falta de investimentos, demora no restabelecimento da energia e má prestação de serviço,
  • O prefeito de São Paulo avalia que a empresa não está preparada para atender uma cidade do porte de São Paulo.
  • Nunes também cobra uma atuação mais dura do governo federal e da Aneel, chegando a defender multas mais severas e até a perda da concessão.
  • Já a Enel rebate dizendo que os apagões são causados por eventos climáticos extremos, como chuvas e ventos fora do padrão.
  • A empresa afirma que vem realizando investimentos na rede elétrica.
  • A Enel sustenta que muitos problemas envolvem queda de árvores e interferências urbanas, o que dificultaria uma resposta mais rápida.

Moradores protestam contra empresa

Moradores do Grajaú, na zona sul de São Paulo, atearam fogo em pneus na avenida Belmira Marin, na manhã desta sexta-feira (12/12). O ato é um protesto contra a Enel, concessionária de energia elétrica da capital paulista e da região metropolitana, após 48 horas com o fornecimento de luz interrompido.

O apagão é consequência das fortes rajadas de vento, de até 96km/h, que atingiram o estado durante um ciclone extratropical. A ventania danificou a infraestrutura da concessionária.  Até a tarde desta sexta, 631.838 clientes estavam sem luz na área de concessão da Enel, sendo 440.530 apenas na capital paulista.

Vídeo mostra protesto no Grajaú

Imagens compartilhadas nas redes sociais pelo perfil Grajaú Tem mostram a manifestação realizada por moradores do bairro nesta sexta. Outro ângulo, obtido pela reportagem, mostra o trânsito gerado na via em decorrência do protesto. Veja:

“Três dias já seu luz. Os caras da Enel passam aqui e não fazem nada”, denunciou um morador. “Vamos se agora eles resolvem. Vamos ver se vão ver a gente aqui”, disse. Em seguida, ele ameaçou “travar” o outro lado da via, caso a concessionária não resolvesse o problema. A reportagem apurou que ainda falta luz elétrica em algumas localidades do Grajaú.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Militar (PM) acompanhou a manifestação. “Durante o ato, manifestantes colocaram pneus na via e atearam fogo, provocando a obstrução do trânsito. Equipes de policiamento e do Corpo de Bombeiros atuaram imediatamente, controlando as chamas e liberando a via. A manifestação foi encerrada sem novas intercorrências”, afirmou a pasta. Nunes usa evento para cobrar Lula sobre Enel: “Precisa nos ajudar” - destaque galeria12 imagensÁrvores caem sobre carros no IbirapueraAvenida Brasil, sentido Parque do IbirapueraÁrvores caem sobre carros na zona sul de SPVentania derrubou árvores em São PauloVentania derrubou árvores em São PauloFechar modal.MetrópolesÁrvores caem sobre carros no Ibirapuera1 de 12

Árvores caem sobre carros no IbirapueraRedes sociais/ReproduçãoÁrvores caem sobre carros no Ibirapuera2 de 12

Árvores caem sobre carros no IbirapueraRedes sociais/ReproduçãoAvenida Brasil, sentido Parque do Ibirapuera3 de 12

Avenida Brasil, sentido Parque do IbirapueraRedes sociais/ReproduçãoÁrvores caem sobre carros na zona sul de SP4 de 12

Árvores caem sobre carros na zona sul de SPJéssica Bernardo/MetrópolesVentania derrubou árvores em São Paulo5 de 12

Ventania derrubou árvores em São PauloRedes sociais/ReproduçãoVentania derrubou árvores em São Paulo6 de 12

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Ventania derrubou árvores em São PauloRedes sociais/ReproduçãoEstragos da ventania atingiram São Bernardo8 de 12

Estragos da ventania atingiram São BernardoRedes sociais/ReproduçãoCorpo de Bombeiros recebeu mais de 500 chamados para queda de árvores. Carros, ônibus e vias ficaram bloqueados após a ventania9 de 12

Corpo de Bombeiros recebeu mais de 500 chamados para queda de árvores. Carros, ônibus e vias ficaram bloqueados após a ventaniaRedes sociais/ReproduçãoVentania derrubou árvores na zona sul de São Paulo10 de 12

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Ventania derrubou árvores em São PauloRedes sociais/ReproduçãoVentania derrubou árvores em São Paulo12 de 12

Ventania derrubou árvores em São PauloRedes sociais/Reprodução

Três dias no escuro e falta d’água

Na Vila Sônia, moradores estão no terceiro dia sem luz. Desde a última quinta-feira (11/12), o apagão também provocou a falta d’água, já que as bombas dependem de energia elétrica para funcionar. Ao Metrópoles, a farmacêutica Débora Silvestre Zaremba afirmou que a Enel deu vários prazos para restabelecer o serviço, mas nenhum deles foi cumprido. Agora, a empresa diz que não há previsão.

“As pessoas estão sem comida, porque tudo estragou. Subindo e descendo as escadas no escuro, porque as luzes de emergência já se foram. Minha mãe tem quase 80 anos e eu precisei tirar ela de lá e levar para a casa de parentes. Não dá para ficar lá”, disse.

Vizinha de Débora, a líder de projetos Camila Pires disse que precisou alugar uma acomodação por causa da falta de energia. “A gente está em uma situação ridícula, de mãos atadas, ninguém nos ajuda.”

Enel não dá previsão para restabelecer energia

Questionada pelo Metrópoles na noite dessa quinta-feira (11/12), a Enel não deu um prazo certo para restabelecer a energia elétrica daqueles clientes que ainda estão no escuro.

A empresa afirmou que “suas equipes seguem comprometidas com a operação de atendimento a emergências”. “Em algumas localidades, o restabelecimento é mais complexo, porque envolve a reconstrução completa da rede, com substituição de postes, transformadores e, por vezes,  recondução de quilômetros de cabos”, disse em nota.

A concessionária destacou que que havia restabelecido, até a noite de quinta, o fornecimento de energia para cerca de 1,2 milhão de clientes, dos mais de 2,2 milhões afetados pelo ciclone extratropical que atingiu a área de concessão nessa quarta-feira (10/12).

“Outros cerca de 300 mil novos casos ingressaram hoje [quinta-feira] com solicitação de atendimento, em decorrência da continuidade dos ventos. No momento, a companhia trabalha para restabelecer o serviço para cerca de 1,3 milhão de clientes (15,6% da base da distribuidora)”, diz a nota.

Ainda segundo a Enel, o Corpo de Bombeiros registrou mais de 1.300 chamados relacionados a quedas de árvores.

“O evento climático causou danos severos à infraestrutura elétrica, afetando o fornecimento em diversas regiões. Para acelerar a recomposição do sistema, a distribuidora está mobilizando mais de 1.600 equipes em campo ao longo do dia”, afirmou a concessionária.

Para atender situações prioritárias, a companhia informou que está disponibilizando mais de 700 geradores. “A Enel São Paulo reforça que seguirá trabalhando até restabelecer a energia para todos os clientes afetados pelos efeitos do ciclone”, declarou a empresa.

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Falta de luz causou falta de água em bairros de São Paulo

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a falta de eletricidade impede o abastecimento das residências. Até a manhã desta sexta, os bairros de Parelheiros, Parque do Carmo e Vila Romana, na capital paulista, estavam sem água.

Guarulhos, na região de Pimentas, Francisco Morato, no bairro Jardim Arpoador, e a região central de Caieiras, todas na região metropolitana, também sofreram com a falta de água. Em regiões mais críticas, a empresa disponibilizou caminhões-pipa.

A Sabesp explicou, em nota, a relação entre a queda de energia e o impacto no abastecimento hídrico. “A operação depende de energia elétrica para bombear água até os imóveis atendidos em razão da complexidade do sistema, da grande população atendida, das grandes distâncias percorridas e do relevo acidentado de cada região.”

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