O bolsonarismo expôs que a política externa de Lula é jabuticaba azeda
Os empresários brasileiros descobriram que o governo Lula não tem interlocutores de alto nível na Casa Branca ou no Congresso americano

Ao bulir com Donald Trump, as vivandeiras alvoroçadas do bolsonarismo expuseram que a política externa de Lula é jabuticaba azeda.
Os exportadores e importadores brasileiros descobriram, espantados, que o governo não tem interlocutores de alto nível na Casa Branca ou no Congresso dos Estados Unidos.
Passado meio ano desde que o presidente americano assumiu o cargo, Lula é o único líder de uma grande democracia que não teve uma única conversa com Donald Trump. Pelo contrário, o presidente brasileiro tratou de provocar esse sujeito perigoso com a ideia estúpida de substituir o dólar como moeda de trocas comerciais entre países e, assim, fazer o jogo da China e da Rússia.
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As vivandeiras alvoroçadas do bolsonarismo não foram bulir com Donald Trump em segredo. Alardearam os seus movimentos com estardalhaço. Mas nem Lula, nem o seu partido, nem os ideólogos que hoje comandam a política externa brasileira os levaram a sério.
O resultado está aí: tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, uma investigação ordenada por Donald Trump sobre práticas comercias injustas do Brasil e o risco de o país vir a ser atingido por sanções suplementares dos Estados Unidos por continuar a fazer comércio com os russos, como advertiu ontem o secretário-geral da Otan, o holandês Mark Rutte.
Desde que Vladimir Putin ordenou a invasão da Ucrânia, o Ocidente tenta estrangular a Rússia com sanções comerciais, especialmente em relação à exportação de petróleo russo e derivados, a maior fonte de dinheiro do Kremlin.
Sob Lula, no entanto, o Brasil se tornou o maior comprador de diesel da Rússia. Na versão pragmática, estamos adquirindo diesel a preços mais baixos e, portanto, isso é bom; na versão nua e crua e, portanto, vergonhosa, estamos ajudando a financiar as atrocidades praticadas por Vladimir Putin e o seu bando de assassinos, estupradores e sequestradores contra civis ucranianos.
O presidente brasileiro não se importa com a Ucrânia, tanto que iguala a nação agredida à nação agressora e aceitou que constasse do comunicado da cúpula do Brics uma condenação aos ucranianos por ataques a civis russos.
Como a indignação de Lula é seletiva, os civis da Ucrânia são menos civis do que os civis russos e também do que os civis palestinos. O governo do petista se juntou ao da África do Sul na ação no Tribunal Penal Internacional que acusa Israel de praticar “genocídio” em Gaza. Estamos sempre em ótima companhia.
Há um “genocídio” em curso no Brasil há muitos anos, de brasileiros que matam brasileiros. No ano passado, foram 35.363 vítimas de homicídios, mas a prioridade do presidente brasileiro é ele próprio e a companheirada antiamericana, antiocidental e antissemita. Lula, agora, quer é faturar eleitoralmente o contencioso com os Estados Unidos, surfando no nacionalismo de fancaria.
Lá está o presidente desta infausta República tramando campanhas com o seu marqueteiro para levar no gogó o indistinto público, enquanto os exportadores e importadores brasileiros multiplicam os seus apelos desesperados para que Lula faça o que tem de ser feito: prorrogar o prazo da entrada em vigor das tarifas anunciadas por Donald Trump e não responder a elas com taxações recíprocas que podem quebrar as suas empresas.
Quem quiser jabuticaba, levante a mão, mas ela só é docinha para Lula e para a companheirada.
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