O poder bélico do CV: de fuzis a drones, o arsenal que desafia o Estado
Além do arsenal de fuzis, bandidos do CV utilizaram drones adaptados para lançar explosivos contra equipes da polícia
A maior operação policial já realizada no Rio de Janeiro, deflagrada nesta terça-feira (28/10) nos complexos do Alemão e da Penha, escancarou uma escalada inédita no confronto entre o Estado e o Comando Vermelho (CV).
Além do arsenal de fuzis, criminosos utilizaram drones adaptados para lançar explosivos contra equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), em uma tática jamais vista em ações dessa dimensão no estado.
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Quem são os policiais militares mortos em operação contra o CV no Rio
A ação mobilizou cerca de 2,5 mil agentes civis e militares. O saldo preliminar é de mais de 90 de armas apreendidas, incluindo fuzis de guerra, grande quantidade de munição e explosivos.
O registro de enfrentamento comprova o que investigadores já apontavam: o CV opera com poder de fogo capaz de enfrentar tropas de elite de forma prolongada e coordenada.
Drones como arma de combate
O uso de drones marcou a resposta mais ousada da facção. Policiais confirmaram que criminosos lançaram granadas e artefatos explosivos de forma aérea, mirando pontos estratégicos do avanço das forças de segurança.
O recurso permite acompanhar o deslocamento das equipes em tempo real; atacar bases improvisadas e pontos de cerco; e desorganizar o planejamento operacional da polícia.
A tecnologia oferece ainda ganho psicológico ao crime, que exibe capacidade de adaptação rápida e domínio de técnicas de guerra urbana semelhantes às utilizadas em conflitos internacionais.
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Cerca de 2.500 agentes das policias civil e militar participam nesta terca-feira (28) da "Operacao Contencaoî nos complexos da Penha e do Alemao, Zona Norte do RioGBERTO RAS/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo
Megaoperação no Rio de JaneiroFabiano Rocha / Agência O Globo
Megaoperação no Rio de JaneiroFabiano Rocha / Agência O Globo
Megaoperação das polícias deixa vários policiais feridos e mortos. O Hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu os feridos. Na foto: policial baleado chegando no HGVGabriel de Paiva / Agência O Globo
Durante operação policia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia CivilFernando Frazão/Agência Brasil
Durante operação Contenção da policia contra o Comando Vermelho, inspetoras da Polícia Civil catalogam apreensão de drogasFernando Frazão/Agência Brasil
Megaoperação no Rio de Janeiro
Megaopoeração contra o CV, no Rio de JaneiroReprodução/Redes sociais
Material cedido ao Metrópoles
Megaoperação no Rio de JaneiroRS/Fotos Públicas
Capacidade militar em expansão
A apreensão de fuzis reforça o que o setor de Inteligência já apontava, o armamento pesado do CV não é pontual. A facção mantém fluxo constante de armas e munições. Essas armas abastecem a vigilância armada em rotas estratégicas, traficantes posicionados em áreas de mata para resistência prolongada, células de apoio ao escape de lideranças e ataques coordenados para retardar operações policiais
Conflito de versão e falhas de integração
A demonstração de força do CV provocou reação imediata no campo político. O governador Cláudio Castro (PL) declarou que o Rio está “sozinho” na luta contra facções e cobrou maior atuação federal, citando negativas anteriores para empréstimo de blindados das Forças Armadas.
O Ministério da Justiça rebateu a acusação e afirmou ter atendido a todos os pedidos oficiais do governo estadual. A pasta também destacou operações da Polícia Federal e recursos federais disponíveis para segurança pública no Rio.
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