O que se sabe sobre projeto que privatizará escolas municipais de SP

Prefeitura de São Paulo quer conceder três escolas da rede municipal para a iniciativa privada. Entenda como é a ideia

Jun 6, 2025 - 04:00
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O que se sabe sobre projeto que privatizará escolas municipais de SP

A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) prepara um projeto de concessão de escolas da rede municipal de São Paulo para a iniciativa privada. A ideia, inspirada no modelo praticado no Liceu Coração de Jesus, é alvo de questionamentos pelo Tribunal de Contas do Município (TCM-SP). Afinal, o que se sabe sobre o projeto? 5 imagensEstudantes usam quadra da escola Liceu Coração de JesusPrefeito Ricardo Nunes visitou Liceu em agosto de 2022Estudantes em escola municipal de São PauloAlunos observam professora em escola municipal Fechar modal.1 de 5

Prefeitura de SP/Divulgação2 de 5

Estudantes usam quadra da escola Liceu Coração de JesusPrefeitura de SP/Divulgação3 de 5

Prefeito Ricardo Nunes visitou Liceu em agosto de 2022Prefeitura de SP/Divulgação4 de 5

Estudantes em escola municipal de São PauloPrefeitura de SP/Divulgação5 de 5

Alunos observam professora em escola municipal Prefeitura de São Paulo/Divulgação

Como funcionará a concessão?

A prefeitura afirma que vai abrir um chamamento público para atrair interessados em assumir a concessão das unidades. “A proposta é justamente que se faça um chamamento público para que colégios que são instituições sem fins lucrativos, mas que têm uma tradição na educação, façam a gestão destas unidades públicas. Então, passa a ser uma escola pública gratuita em parceria”, explicou o secretário municipal de Educação, Fernando Padula, ao Metrópoles.

No início do ano, Padula disse que colégios como Arquidiocesano, Santa Cruz e Santo Américo eram exemplos de unidades que poderiam firmar parceria com a prefeitura na concessão.

O projeto prevê que a instituição escolhida seja responsável por toda a gestão da escola, desde a manutenção do prédio até a contratação de professores. Já o material didático e o currículo escolar serão os mesmos das outras escolas municipais da cidade.

Quem poderá estudar nas escolas concedidas?

A Prefeitura de São Paulo diz que os estudantes serão escolhidos de acordo com a proximidade entre as próprias casas e as unidades, por meio do georreferenciamento, como já ocorre nas outras escolas da rede municipal. Não haverá processo seletivo nem cobrança de matrícula nos colégios.

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Quais escolas serão concedidas?

As escolas alvo do projeto estão em construção neste momento e terão a gestão concedida para a iniciativa privada ao serem inauguradas. Duas delas ficam na zona sul, nos bairros do Campo Limpo e Santo Amaro, e a terceira na região de Pirituba, na zona noroeste da cidade.

Por que o governo quer privatizar as escolas?

A gestão Nunes diz que a ideia surgiu depois de uma análise dos resultados obtidos pela EMEF Liceu Coração de Jesus na Prova São Paulo, uma avaliação municipal. O colégio era privado e se tornou público em 2023, por meio de um convênio entre a Prefeitura e a entidade religiosa que administrava o local.

Na época, após saber que o colégio seria fechado, Nunes decidiu torná-lo público. No entanto, manteve a escola sob administração da entidade, que passou a receber cerca de R$ 500 mil mensais pelo aluguel do espaço e gestão da unidade.

Em novembro de 2024, dois anos depois da assinatura do convênio, Nunes alegou que as notas obtidas pelos alunos do Liceu eram superiores à média daquelas registradas na Prova São Paulo, na rede municipal de ensino, e defendeu ampliar o modelo.

Inicialmente, o prefeito afirmou que levaria o formato para as 50 escolas com pior desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da capital. Agora, a gestão diz que colocará o modelo nas três unidade e avaliará os resultados antes de ampliar.

Críticas ao modelo

Apesar de defendido pela gestão Nunes, o convênio com o Liceu, que serve de referência para o projeto atual, foi criticado pelo Ministério Público (MPSP). O órgão recomendou, ainda em 2024, o encerramento da parceria e a transferência dos alunos do Liceu para outras unidades da rede municipal.

A secretaria respondeu à recomendação dizendo, entre outros argumentos, que a transferência prejudicaria parte dos alunos, já que não haveria vagas de tempo integral para abrigar todos os estudantes em escolas próximas.

Depois da notícia de que o modelo seria levado para outras unidades, o Tribunal de Contas do Município solicitou informações à prefeitura sobre como se dará a concessão. A Secretaria Municipal da Educação prevê que a concessão entre em vigor já no próximo ano.

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