“Pega de surpresa”: passageiros relatam caos durante greve de ônibus
Com 15 empresas de ônibus paradas, usuários enfrentaram terminais vazios, metrôs superlotados e corridas de até R$ 150 para chegar em casa
A paralisação de motoristas e cobradores que afetou mais de 3 milhões de passageiros pegou todo mundo de surpresa na tarde desta terça-feira (9/12) em São Paulo. Com 15 empresas recolhendo seus ônibus às garagens, milhares de pessoas ficaram presas nos terminais, sem informação, sem alternativa e sem conseguir voltar para casa.
No Terminal Pinheiros, na zona oeste, os passageiros encontraram plataformas vazias e ônibus parados. Ao Metrópoles, a passageira Eliana, de 37 anos, desabafou que foi pega totalmente de surpresa.
“Se no dia normal já é difícil o retorno, imagina hoje. Fui pega de surpresa né? Você tá trabalhando, sai do serviço e descobre que não tem ônibus para você voltar para casa, é muito complicado” , desabafou Eliana
Nos alto-falantes, a mensagem oficial dizia apenas que o terminal enfrentava “problemas operacionais” e recomendava buscar “rotas alternativas para seguir viagem”. Na prática, porém, ninguém tinha caminho fácil para seguir. A poucos metros dali, na estação Pinheiros da Linha 4-Amarela, quem tentava fugir do caos encontrou outro problema: plataformas superlotadas, filas enormes para entrar e trens circulando lentamente por causa da demanda.
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Ônibus parados durante greve em SPJulia Gandra/Metrópoles
Ônibus parados durante greve em SPJulia Gandra/Metrópoles
O que se sabe sobre a greve de ônibus em SPReprodução / Redes socias
Paralisação começou após empresas afirmarem que não têm condições de pagar 13º salário. Sindicato promete greve até quarta-feira (10/12)Reprodução / Redes socias
Greve de ônibus em São PauloJulia Gandra/Metrópoles
Greve de ônibus em São PauloJulia Gandra/Metrópoles
Greve de ônibus em São PauloJulia Gandra/Metrópoles
Greve de ônibus em São PauloJulia Gandra/Metrópoles
Greve de ônibus em São PauloJulia Gandra/Metrópoles
Greve de ônibus em São PauloJulia Gandra/Metrópoles
Greve de ônibus em São PauloJulia Gandra/Metrópoles
Greve de ônibus em São PauloJulia Gandra/Metrópoles
No sistema da CPTM, a situação também ficou complicada. Após uma falha de sinalização os trens da Linha 11-Coral circularam com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz, o problema teve início às 14h55 e foi solucionado por volta das 20h.
Sem ônibus e sem condições de encarar o aperto no metrô e a lentidão dos trens, muitos passageiros tentaram recorrer aos aplicativos de transporte. Mas, ao abrir o celular, outra dor de cabeça: corridas com valores altíssimos. A estudante Aline, de 18 anos, estava no Terminal Pinheiros tentando voltar para casa, no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo. Sem ônibus circulando, ela contou que a única alternativa seria chamar um carro por aplicativo, mas o preço estava inviável.
“O aplicativo tá dando R$ 150. Eu precisava pegar ônibus, mas agora vou ter que voltar de aplicativo”, disse.
Mesmo quem decidiu pagar caro não escapou do caos: o trânsito travou a cidade inteira. São Paulo registrou um recorde de congestionamento do ano, com 1.486 quilômetros de lentidão no fim da tarde, tudo isso em meio à chuva que atingia várias regiões da capital paulista.
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Trânsito recorde em SP em dia de greve dos ônibusJulia Gandra/Metrópoles
Trânsito recorde em SP em dia de greve dos ônibusJulia Gandra/Metrópoles
Trânsito recorde em SP em dia de greve dos ônibusMaterial cedido ao Metrópoles
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Entenda a greve de ônibus
- O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas) tomou a decisão de greve após ter recebido do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) um comunicado sobre a impossibilidade de pagar o 13º salário na data prevista, 12 de dezembro.
- De acordo com o SPUrbanuss, as empresas operadoras não estão medindo esforços para honrar as obrigações com os funcionários.
- Segundo a entidade, um prazo maior foi solicitado para quitar o benefício, dentro do que prevê a legislação
Prefeitura de São Paulo se manifesta sobre greve
Em nota, a Prefeitura de São Paulo garantiu que os repasses às empresas de ônibus estão em dia e o pagamento do 13º salário dos trabalhadores é de responsabilidade exclusiva das concessionárias.
Além disso, a pedido do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana/Transportes e SPTrans registraram, nesta terça-feira, um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra as empresas que aderiram a uma paralisação sem aviso prévio.
“Não permanecerá em contrato com a Prefeitura de São Paulo a empresa que não honrar o pagamento com seus trabalhadores”, declarou o prefeito. As empresas, por sua vez, se comprometeram a pagar os benefícios dos trabalhadores a partir do próximo dia 12.
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