Petro acusa EUA de execuções extrajudiciais e “uso excessivo da força”
Presidente colombiano, Gustavo Petro, denuncia operações militares dos EUA e fala em "uso desproporcional da força"
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou, nesta quinta-feira (23/10), a atuação militar dos Estados Unidos na região do Caribe e do Pacífico, classificando os ataques contra embarcações suspeitas de tráfico internacional como “execuções extrajudiciais”. Segundo ele, 37 pessoas morreram nos nove ataques realizados desde agosto.
Durante coletiva de imprensa em Bogotá, Petro afirmou que o governo de Donald Trump viola o direito internacional e insistiu que os suspeitos de tráfico devem ser levados à Justiça, e não mortos.
“Nesse tipo de manobras, os Estados Unidos estão cometendo execuções extrajudiciais. É um uso desproporcional da força”, declarou.
O colombiano ainda rebateu acusações feitas por Trump, que o chamou de “bandido” e “traficante”. “O senhor Trump me caluniou e insultou a Colômbia”, afirmou, destacando que a política antidrogas do governo dele é eficaz e respeita os direitos humanos.
Segundo Petro, o governo colombiano promoveu melhorias agrícolas e rurais, substituindo 22 mil hectares de cultivos ilícitos nos últimos dois anos e incentivando economias legais, em uma abordagem integral que prioriza o bem-estar dos agricultores.
Ele ressaltou que a estratégia do governo colombiano foca no combate ao traficante, e não no campesinato, garantindo crédito, educação e infraestrutura.
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Tensão Petro x Trump
- Na última semana, Donald Trump acusou Gustavo Petro de “liderar o tráfico de drogas” e anunciou a suspensão de subsídios dos EUA a Bogotá.
- Poucas horas depois, o secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, confirmou um ataque militar contra uma embarcação colombiana supostamente ligada ao grupo guerrilheiro ELN, classificado pelos EUA como organização terrorista.
- O Pentágono afirmou que o barco transportava “quantidades substanciais de drogas”, mas não apresentou provas concretas.
- Em reação, Petro denunciou que os Estados Unidos violaram a soberania colombiana e relatou que um pescador civil foi morto durante a operação.
- Na terça-feira (21/10), o presidente colombiano chegou a acusar Trump de planejar um golpe de Estado contra o governo dele.
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Gustavo Petro é presidente da Colômbia desde 2022Vinícius Schmidt/Metrópoles
Gustavo Petro é presidente da Colômbia desde 2022Vinícius Schmidt/Metrópoles
Colombian president Gustavo Petro gives a speach during the promotion ceremony of new Generals and Admirals of the Police and Military Forces at the Jose Maria Cordova Military School in Bogota, Colombia on December 17, 2022. (Photo by: S. Barros/Long Visual Press/Universal Images Group via Getty Images)Getty Imagens / Metrópoles
Combate ao narcotráfico
Petro também acusou o lobby ideológico da direita colombiana de tentar desinformar a Casa Branca sobre a atuação do governo colombiano, prejudicando o avanço do progressismo no país. O presidente afirmou que o próximo orçamento já inclui verbas para compra de equipamentos militares, como helicópteros, para intensificar o combate ao narcotráfico em áreas de difícil acesso.
Petro alertou que a presença militar dos EUA no Caribe e no Pacífico viola a soberania colombiana. O presidente defendeu que a Colômbia está no melhor momento da história recente no combate ao narcotráfico e que a política atual se baseia em resultados concretos, sem recorrer a assassinatos.
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