PF investiga cavalos recebidos por prefeito Tik Toker de Sorocaba
Cuidador de cavalos do prefeito Rodrigo Manga, conhecido como prefeito Tik Toker, terá que prestar depoimento à PF
A Polícia Federal (PF) convocou o cuidador dos cavalos do prefeito de Sorocaba Rodrigo Manga (Republicanos), conhecido como prefeito Tiktok, para prestar depoimento sobre as investigações de corrupção envolvendo a gestão municipal. Graciano Morais Filho deve ajudar a explicar a origem dos animais que teriam sido um presente de um amigo do político.
Nesta quinta-feira (6/11), Manga foi alvo da operação Copia e Cola, da Polícia Federal, que apura irregularidades em contratos da saúde na prefeitura local. Com mais de 3,8 milhões de seguidores no Instagram e 3,3 milhões no TikTok, o prefeito foi afastado do seu cargo pelo período de seis meses e está proibido de entrar em contato com servidores públicos municipais.
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Prefeito Tik Toker, Rodrigo MangaReprodução
Rodrigo Manga passeando pelas ruas de Sorocaba com o cavalo Reprodução
Rodrigo Manga, prefeito tik tokerReprodução
Intimação da Polícia Federal ao cuidador de cavalos do prefeito tik tokerReprodução
Conhecido como Neno, Graciano é responsável pelo Haras no bairro de Iporanga onde ficam os dois cavalos da raça Manga Larga Machador, que pertencem ao prefeito e a sua esposa, a primeira dama Sirlange Rodrigues Frate Maganhato.
A primeira-dama é cunhada do bispo Josivaldo Souza, preso durante a operação da PF desta quinta. Além do pastor, o amigo de infância do prefeito, o empresário Marco Silva Mott, foi detido pela PF. Na casa de Mott a polícia apreendeu dinheiro vivo e relógios de luxo.
Manga é conhecido por ser fã dos animais e costuma passear por Sorocaba cavalgando. Ao Metrópoles, Graciano contou que o prefeito vai ao Haras uma vez por mês, mas não tem relação com o local. Ele também disse que ainda não foi intimado e que pretende esclarecer todos os fatos que tem conhecimento.
Manga anunciou o próprio afastamento no Tik Tok
O afastamento de Rodrigo Manga da Prefeitura de Sorocaba foi anunciado por ele mesmo nas redes sociais. Em vídeo gravado em Brasília, ele deu a entender que a medida seja consequência de seu posicionamento político e não mencionou as investigações de desvio de verbas nem a prisão do seu cunhado.
“Acredite se quiser, me afastaram do cargo de prefeito. Eu aqui em Brasília, ontem (5) eu fui em frente o Palácio da Justiça, falei que tem que colocar o Exército na rua, rodei o Congresso, os deputados me receberam super bem, falando: ‘Manga, cuidado, está aparecendo muito, estão tentando aí’. O que a gente ouve de bastidores é que os caras tentam tirar do jogo qualquer um que ameaça a candidatura deles e você tem sido uma ameaça, tanto na questão do Senado, como em outros cargos. Gente, não deu outra”, afirmou o prefeito de Sorocaba.
Em nota à imprensa, a Polícia Federal disse que cumpriu nesta manhã dois mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Sorocaba por determinação da Justiça, que também autorizou o sequestro e a indisponibilidade de bens de investigados, no valor aproximado de R$ 6,5 milhões, e a aplicação de medidas cautelares como suspensão de função pública e proibição de contato com determinadas pessoas. Os detalhes não foram divulgado ainda.
Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal.
A operação é um desdobramento da operação Copia e Cola, que começou em abril deste ano, com o objetivo desarticular uma organização suspeita de desvios de recursos públicos na área da saúde por meio de contrato emergencial e termo de convênio destinados à gestão de unidades de saúde.
Em maio, Manga já havia virado réu em ação por improbidade administrativa. A suspeita é de superfaturamento de mais de R$ 11 milhões na compra de lousas digitais da empresa fornecedora Educateca.
Ele também é suspeito de receber propina de um esquema de desvio de dinheiro envolvendo um contrato com uma Organização Social de Saúde (OSS) para gerir uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade do interior paulista.
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