PKK, grupo nacionalista curdo, anuncia fim da luta armada na Turquia; Erdogan fala de 'nova era'

Grupo, considerado terrorista pela Turquia e aliados, luta há 40 anos contra o governo turco pela criação de um estado curdo. Ancara celebrou decisão. PKK abandona armas depois de mais de 40 anos de luta por estado curdo O Partido dos Trabalhadores Curdo (PKK, na sigla original), grupo nacionalista curdo que luta contra o governo da Turquia e a favor de um estado próprio curdo há 40 anos, anunciou nesta segunda-feira (12) o fim de sua luta armada. O grupo, que é considerado terrorista pelo governo turco e aliados como os Estados Unidos, fez o anúncio após um congresso interno do partido. Os curdos representam cerca de 20% da população de 86 milhões da Turquia. "O 12º Congresso do PKK decidiu dissolver a estrutura organizacional do PKK (...)e encerrar a luta armada", anunciou o grupo em comunicado. "O PKK cumpriu sua missão histórica" e conduziu "a questão curda a um ponto em que pode ser resolvida por meio de uma política democrática". Segundo o grupo, as operações militares serão encerradas de forma imediata. Já a entrega das armas dependerá "da resposta e da postura" do governo turco em relação aos direitos dos cidadãos turcos e ao destino de integrantes do PKK. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, elogiou ao iniciativa do grupo e afirmou que o fim da luta armada significa "uma nova era" para seu país. "Com o terrorismo e a violência completamente eliminados, as portas de uma nova era em todas as áreas serão abertas", declarou Erdogan. "Os vencedores serão o nosso povo e o nosso país, e, na verdade, todos os nossos irmãos na nossa região". Apesar de ainda realizar atentados e inclusive controlar partes da Síria, o PKK começou a debater seu desmantelamento em resposta a um apelo feito em fevereiro para a dissolução de seu líder Abdullah Ocalan, preso em uma ilha ao sul de Istambul desde 1999. Em Diyarbakir, grande cidade de maioria curda no sudeste, a notícia foi recebida com satisfação, mas sem muita alegria, por uma população cansada de violência e falsas esperanças. "Queremos que este processo continue. Não devem enganar o povo como fizeram da última vez", declarou desconfiado Fahri Savas, trabalhador de uma fábrica de 60 anos. Em imagem de arquivo, ativista curdo segura bandeira do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK, durante protestos em Paris no dia 24 de dezembro de 2022 Lewis Joly/AP Em sua declaração, o PKK disse que a decisão "fornece uma base sólida para uma paz duradoura e uma solução democrática", e enfatizou que é "essencial" que o Parlamento turco "desempenhe seu papel com responsabilidade histórica". "Medidas terão que ser tomadas para institucionalizar a democracia e o estado de direito como garantia de paz social", escreveu no X o presidente do partido opositor CHP, Özgür Özel. A UE considerou que "o início de um processo de paz confiável (...) seria um passo positivo em direção a uma solução pacífica e sustentável" na Turquia, e pediu a todas as partes envolvidas para que trabalhassem por isso.

May 12, 2025 - 15:30
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PKK, grupo nacionalista curdo, anuncia fim da luta armada na Turquia; Erdogan fala de 'nova era'

Grupo, considerado terrorista pela Turquia e aliados, luta há 40 anos contra o governo turco pela criação de um estado curdo. Ancara celebrou decisão. PKK abandona armas depois de mais de 40 anos de luta por estado curdo O Partido dos Trabalhadores Curdo (PKK, na sigla original), grupo nacionalista curdo que luta contra o governo da Turquia e a favor de um estado próprio curdo há 40 anos, anunciou nesta segunda-feira (12) o fim de sua luta armada. O grupo, que é considerado terrorista pelo governo turco e aliados como os Estados Unidos, fez o anúncio após um congresso interno do partido. Os curdos representam cerca de 20% da população de 86 milhões da Turquia. "O 12º Congresso do PKK decidiu dissolver a estrutura organizacional do PKK (...)e encerrar a luta armada", anunciou o grupo em comunicado. "O PKK cumpriu sua missão histórica" e conduziu "a questão curda a um ponto em que pode ser resolvida por meio de uma política democrática". Segundo o grupo, as operações militares serão encerradas de forma imediata. Já a entrega das armas dependerá "da resposta e da postura" do governo turco em relação aos direitos dos cidadãos turcos e ao destino de integrantes do PKK. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, elogiou ao iniciativa do grupo e afirmou que o fim da luta armada significa "uma nova era" para seu país. "Com o terrorismo e a violência completamente eliminados, as portas de uma nova era em todas as áreas serão abertas", declarou Erdogan. "Os vencedores serão o nosso povo e o nosso país, e, na verdade, todos os nossos irmãos na nossa região". Apesar de ainda realizar atentados e inclusive controlar partes da Síria, o PKK começou a debater seu desmantelamento em resposta a um apelo feito em fevereiro para a dissolução de seu líder Abdullah Ocalan, preso em uma ilha ao sul de Istambul desde 1999. Em Diyarbakir, grande cidade de maioria curda no sudeste, a notícia foi recebida com satisfação, mas sem muita alegria, por uma população cansada de violência e falsas esperanças. "Queremos que este processo continue. Não devem enganar o povo como fizeram da última vez", declarou desconfiado Fahri Savas, trabalhador de uma fábrica de 60 anos. Em imagem de arquivo, ativista curdo segura bandeira do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK, durante protestos em Paris no dia 24 de dezembro de 2022 Lewis Joly/AP Em sua declaração, o PKK disse que a decisão "fornece uma base sólida para uma paz duradoura e uma solução democrática", e enfatizou que é "essencial" que o Parlamento turco "desempenhe seu papel com responsabilidade histórica". "Medidas terão que ser tomadas para institucionalizar a democracia e o estado de direito como garantia de paz social", escreveu no X o presidente do partido opositor CHP, Özgür Özel. A UE considerou que "o início de um processo de paz confiável (...) seria um passo positivo em direção a uma solução pacífica e sustentável" na Turquia, e pediu a todas as partes envolvidas para que trabalhassem por isso.

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