Plano de excecuções do PCC tinha ex-delegado assassinado como alvo
Relatório chamado de "Bate Bola", de 2024, conteria ainda nome de promotor que também estava na mira do PCC

Um plano secreto de execuções, de 2024, da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) tinha o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes como um dos alvos. O nome do delegado, que foi assassinado na última segunda-feira (15/9), em Praia Grande, no litoral de São Paulo, constava como um dos alvos.
Fontes atuava como secretário de administração de Praia Grande desde 2023, mas foi assassinado com tiros de fuzil em uma emboscada na última segunda. O relatório, de 2024, com os planos de atentados contra autoridades, era chamado de “Bate Bola”.
De acordo com informações do Fantástico, da TV Globo, o nome de Fontes constava no item 16 do plano da facção criminosa. Neste mesmo ponto do documento era citada perseguição ao promotor Lincoln Gakiya.
“O que eu quero deixar bem claro que não saíram bilhetes ou cartas da Penitenciária Federal. O que saíram de lá foram ordens verbais codificadas através de advogados, através de familiares, não só de presos da cúpula, mas de outros presos que conviviam com a cúpula na mesma unidade prisional”, diz o promotor de Justiça, Lincoln Gakiya.
Fontes foi um dos maiores investigadores do PCC ao longo da carreira, tendo sido o responsável pela prisão de Marcos Willian Camacho, o Marcola, que viria a se tornar o principal líder da facção. O profissional da segurança pública chegou a ocupar o cargo de delegado-geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo (PC-SP).
Fontes ficou na corporação até 2022 e se aposentou em 2023. Como ex-integrante da Polícia Civil, o delegado aposentado não tinha escolta.
Investigação
Até o momento, foram presas quatro pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato de Fontes. São elas: Daeshly Oliveira Pires, que teria transportado um dos fuzis do crime; Luiz Henrique Santos Batista, o “Fofão”, suspeito de ajudar na fuga dos criminosos; Rafael Dias Simões, que se entregou à polícia e suspeito de atuar no crime; e Willian Marques, dono de uma casa que serviu como base para o crime.
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A polícia também considera outras três pessoas suspeitas. Todas estão foragidas: Flávio Henrique de Souza, Felipe Avelino da Silva (Mascherano) e Luiz Antônio Rodrigues Miranda. Este último teria sido o autor a busca por uma arma.
Assassinato
Um vídeo, capturado por câmeras de segurança, registrou o momento em que os criminosos fazem a emboscada contra Fontes. O carro dirigido pelo ex-delegado-geral colide com um ônibus e capota. Os assassinos descem de outro veículo, com balaclavas e coletes à prova de balas, e executam a vítima a tiros.
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