Plano militar de Israel pode prejudicar negociações por acordo e agravar 'trágica situação humanitária' em Gaza, diz Itamaraty

Comunicado foi divulgado após o governo de Benjamin Netanyahu ter aprovado um plano de ocupação total da Faixa de Gaza por tempo indeterminado. O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta quinta-feira (8) no qual afirmou que o plano de expansão militar aprovado pelo governo de Israel pode prejudicar as negociações por um acordo de paz e agravar a "trágica situação humanitária em Gaza". A nota foi divulgada após o governo de Benjamin Netanyahu ter aprovado um plano de ocupação total da Faixa de Gaza por tempo indeterminado. Governo de Israel diz que vai intensificar ofensiva militar na Faixa de Gaza O plano inclui também o aumento dos bombardeios e operações por terra em Gaza, que as forças israelenses voltaram a atacar em março, rompendo uma trégua que estava em vigor desde janeiro. "Tendo em vista que uma escalada militar poderá prejudicar as negociações para cessação das hostilidades e liberação dos reféns, o Brasil exorta Israel a abster-se da implementação do referido plano", afirmou o Itamaraty. "Qualquer operação israelense que resulte no deslocamento de civis agravaria, ainda mais, a trágica situação humanitária, assim como o quadro de mortes e destruição no Estado da Palestina", acrescentou o Ministério das Relações Exteriores. Ainda no comunicado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou "grave consternação" com a aprovação do plano, acrescentando que a medida desrespeita o direito internacional. Conforme a nota do Itamaraty, Israel tem a obrigação de garantir a prestação continuada de serviços básicos e a entrada de assistência humanitária na Faixa. Limites éticos do governo Netanyahu Desde que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, começou em outubro de 2023, o Brasil tem defendido nos fóruns internacionais um acordo de paz que leve a um cessar-fogo permanente, além da entrada ininterrupta de ajuda humanitária para os palestinos. Nesse contexto, o Brasil propôs no Conselho de Segurança das Nações Unidas uma resolução sobre o tema. O texto, embora tenha obtido o apoio da maioria, não foi aprovado porque os Estados Unidos vetaram. Na ocasião, o então governo de Joe Biden disse que a redação não deixava claro o direito de Israel de se defender de ataques do Hamas. Diante dos constantes bombardeios ao longo da guerra, o Brasil tem questionado o que chama de limites éticos e legais das ações militares do governo Netanyahu, afirmando que israelenses agem como "colonos" com os palestinos e desrespeitam o direito internacional humanitário. O Brasil também tem cobrado a saída "completa" das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Deslocamento após ofensiva 'intensa' Na última segunda-feira (5), Benjamin Netanyahu disse que a nova ofensiva contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza "será intensa" e que, como consequência, a população palestina será deslocada novamente dentro do território. Segundo integrantes do Exército israelense, os palestinos serão deslocados para o sul do território. Deslocamentos forçados e em massa de pessoas, como já ocorreram diversas vezes durante a guerra, são criticados por órgãos humanitários e bilaterais, como a Cruz Vermelha e a ONU. O eventual deslocamento forçado de palestinos em Gaza, motivado por ações militares de Israel, também foi criticado na nota do Itamaraty. No entendimento do governo brasileiro, pode agravar a situação humanitária na região. - Esta reportagem está em atualização

May 8, 2025 - 12:30
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Plano militar de Israel pode prejudicar negociações por acordo e agravar 'trágica situação humanitária' em Gaza, diz Itamaraty
Comunicado foi divulgado após o governo de Benjamin Netanyahu ter aprovado um plano de ocupação total da Faixa de Gaza por tempo indeterminado. O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta quinta-feira (8) no qual afirmou que o plano de expansão militar aprovado pelo governo de Israel pode prejudicar as negociações por um acordo de paz e agravar a "trágica situação humanitária em Gaza". A nota foi divulgada após o governo de Benjamin Netanyahu ter aprovado um plano de ocupação total da Faixa de Gaza por tempo indeterminado. Governo de Israel diz que vai intensificar ofensiva militar na Faixa de Gaza O plano inclui também o aumento dos bombardeios e operações por terra em Gaza, que as forças israelenses voltaram a atacar em março, rompendo uma trégua que estava em vigor desde janeiro. "Tendo em vista que uma escalada militar poderá prejudicar as negociações para cessação das hostilidades e liberação dos reféns, o Brasil exorta Israel a abster-se da implementação do referido plano", afirmou o Itamaraty. "Qualquer operação israelense que resulte no deslocamento de civis agravaria, ainda mais, a trágica situação humanitária, assim como o quadro de mortes e destruição no Estado da Palestina", acrescentou o Ministério das Relações Exteriores. Ainda no comunicado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou "grave consternação" com a aprovação do plano, acrescentando que a medida desrespeita o direito internacional. Conforme a nota do Itamaraty, Israel tem a obrigação de garantir a prestação continuada de serviços básicos e a entrada de assistência humanitária na Faixa. Limites éticos do governo Netanyahu Desde que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, começou em outubro de 2023, o Brasil tem defendido nos fóruns internacionais um acordo de paz que leve a um cessar-fogo permanente, além da entrada ininterrupta de ajuda humanitária para os palestinos. Nesse contexto, o Brasil propôs no Conselho de Segurança das Nações Unidas uma resolução sobre o tema. O texto, embora tenha obtido o apoio da maioria, não foi aprovado porque os Estados Unidos vetaram. Na ocasião, o então governo de Joe Biden disse que a redação não deixava claro o direito de Israel de se defender de ataques do Hamas. Diante dos constantes bombardeios ao longo da guerra, o Brasil tem questionado o que chama de limites éticos e legais das ações militares do governo Netanyahu, afirmando que israelenses agem como "colonos" com os palestinos e desrespeitam o direito internacional humanitário. O Brasil também tem cobrado a saída "completa" das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Deslocamento após ofensiva 'intensa' Na última segunda-feira (5), Benjamin Netanyahu disse que a nova ofensiva contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza "será intensa" e que, como consequência, a população palestina será deslocada novamente dentro do território. Segundo integrantes do Exército israelense, os palestinos serão deslocados para o sul do território. Deslocamentos forçados e em massa de pessoas, como já ocorreram diversas vezes durante a guerra, são criticados por órgãos humanitários e bilaterais, como a Cruz Vermelha e a ONU. O eventual deslocamento forçado de palestinos em Gaza, motivado por ações militares de Israel, também foi criticado na nota do Itamaraty. No entendimento do governo brasileiro, pode agravar a situação humanitária na região. - Esta reportagem está em atualização

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