Polícia Civil indicia 12 pela execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz
Todos foram indiciados por organização criminosa, e sete devem responder também por homicídio. Ruy Ferraz foi executado em 15 de setembro
A Polícia Civil de São Paulo concluiu, nessa quinta-feira (13/11), o primeiro dos inquéritos que investigam a execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto em uma emboscada em 15 de setembro em Praia Grande, no litoral paulista. Sete suspeitos foram indiciados por homicídio e organização criminosa e cinco por organização criminosa; 10 estão presos e dois seguem foragidos.
A investigação apontou que os envolvidos no crime se dividiram em dois grupos: o primeiro atuou diretamente no homicídio do ex-delegado, e o segundo atuou no suporte à ação – seja com o transporte de armas ou com o apoio na fuga.
Execução do secretário e ex-delegado
Um vídeo capturado por câmeras de segurança mostra o momento em que os envolvidos deram início à emboscada. Os criminosos estacionaram o carro em uma rua perto da Prefeitura de Praia Grande, onde a vítima trabalhava como titular da Secretaria de Administração, às 18h02. Outras imagens mostram o momento em que o delegado bate o carro em um ônibus e é alvo de fuzilamento.
Veja:
Veja quem são os indiciados e a participação de cada um no crime
- Paulo Henrique Caetano Sales, conhecido como PH: é um dos atiradores e fez a chamada “contenção”, impedindo a aproximação de outras pessoas. Ele chegou na cena do crime em uma Hilux preta. Ele foi preso em 24 de outubro.
- Luis Antônio Rodrigues de Miranda, conhecido como Gão: ele dirigia a Hilux que deixou PH na cena do crime. Está foragido.
- Umberto Alberto Gomes: é o atirador que mais atingiu Ruy, com 20 disparos de fuzil. Após o crime, ele fugiu para o Paraná e morreu em um confronto com policiais civis, em 30 de setembro.
- Rafael Marcel Dias Simões, conhecido como Jaguar: apontado como um dos atiradores e identificado como membro do Primeiro Comando da Capital (PCC), ele se entregou à polícia em São Vicente, litoral paulista, em 20 de setembro.
- Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, conhecido como Fiel: ele seguiu o ex-delegado e então secretário da Administração da Praia Grande quando a vítima deixava o prédio da prefeitura. Fiel dirigia um Logan branco e foi quem deu o sinal para os atiradores entrarem em ação. Ele foi preso em 3 de novembro.
- Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano: envolvido com a fuga, ele deixou a chave dentro de um Renegade prata, o que impediu que o grupo usasse o carro para fugir. Ele foi preso em 6 de outubro.
- Flávio Henrique Ferreira de Souza: também envolvido com a fuga, foi identificado a partir de impressões digitais deixadas dentro do Renegade. Está foragido.
- William Silva Marques: proprietário de uma casa em Praia Grande, próxima ao local da emboscada, que foi usada como escritório pelos criminosos. Sabia da finalidade do uso do imóvel antes de alugá-lo. Ele foi preso em 21 de setembro.
- Cristiano Alves da Silva, conhecido como Cris Brown: dono de uma casa em Mongaguá, também usada como centro de logística pelo grupo. Sabia da finalidade do uso do imóvel antes de alugá-lo. Ele foi preso em 17 de outubro.
- Dahesly Oliveira Pires: namorada de um dos atiradores, foi presa em 18 de setembro por ter buscado um dos fuzis usados no crime em uma casa em Praia Grande, no dia seguinte à execução.
- José Nildo da Silva: ele seria um dos atiradores e foi gravado por câmeras de monitoramento chegando armado à casa em Itanhaém. Na ocasião, ele dava cobertura a Umberto Alberto Gomes, que estava escondido no endereço. Foi preso em 21 de outubro.
- Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão: ajudou Jaguar a fugir da Baixada Santista e chegar até a Grande São Paulo, logo após o crime. Foi preso em 19 de setembro.
- Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático: designou Fofão para realizar o transporte de Jaguar do litoral para a região metropolitana. Foi preso em 16 de outubro.
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1 de 27A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesCâmera de segurança/Reprodução
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesCâmera de segurança/Reprodução
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesCâmera de segurança/Reprodução
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesCâmera de segurança/Reprodução
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesCâmera de segurança/Reprodução
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesCâmera de segurança/Reprodução
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesCâmera de segurança/Reprodução
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesRedes sociais/Reprodução
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesValentina Moreira/Metrópoles
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesValentina Moreira/Metrópoles
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesValentina Moreira/Metrópoles
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesValentina Moreira/Metrópoles
O relatório final, obtido pelo Metrópoles, indica ainda que um 13º envolvido, que estaria no banco de trás da Hilux e também seria um atirador, ainda não foi formalmente identificado. No entanto, a polícia afirma que já tem o nome de um suspeito.
O inquérito policial foi encaminhado nessa quinta-feira ao Ministério Público de São Paulo (MPSP). O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a promotoria vão pedir à Justiça pela prisão preventiva dos acusados, por tempo indeterminado.
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Motivação do crime e outras investigações
Segundo a Polícia Civil, a investigação aponta que a emboscada foi planejada e executada por integrantes do PCC. Ruy ficou conhecido por atuar diretamente no combate à facção criminosa e ser jurado de morte pelos membros do grupo.
Apesar disso, ainda há a suspeita de corrupção em contratos da Prefeitura de Praia Grande. Atuando como secretário da Administração municipal, Ruy estaria investigando de perto os indícios de irregularidades, o que pode ter levado a uma retaliação letal. Outro inquérito policial foi instaurado para apurar a hipótese.
Além disso, a Polícia Civil, em conjunto com o MPSP, instaurou um terceiro inquérito para identificar os mandantes e outros criminosos que possam ter participado da ação.
De acordo com os investigadores, o objetivo é que sejam instaurados dois processos distintos. O primeiro deve julgar os réus acusados somente de organização criminosa, enquanto o segundo irá julgar aqueles acusados de homicídio e organização criminosa. Nesse caso, os suspeitos devem ser submetidos ao Tribunal do Júri.
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