Polícia suspeita que líder de célula do CV em SP esteja em morro do RJ
Bode, que teria assumido as redes de tráfico de Magrelo, estaria refugiado no Rio de Janeiro, sob a custódia do Comando Vermelho
O setor de inteligência da Polícia Civil paulista acredita que o traficante Leonardo Felipe Calixto, o Bode, apontado como braço do Comando Vermelho (CV) no estado, esteja escondido em uma comunidade no Rio de Janeiro, sob os cuidados da principal facção carioca. O criminoso, que disputa o comando do tráfico na região de Rio Claro, é visto como peça chave na expansão do CV por São Paulo.
Levantamento do Metrópoles mostrou que pelo menos 23 cidades no território paulista registraram a presença de supostos integrantes da organização criminosa do Rio de Janeiro nos últimos três anos.
De acordo com as investigações, Bode teria estreitado seus laços com o Comando Vermelho após a prisão de seu então parceiro, Anderson Ricardo de Menezes, o Magrelo, em dezembro de 2023. Desde 2020, a quadrilha Bando do Magrelo tem feito frente ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em cidades do interior paulista, com apoio da facção do Rio de Janeiro. A guerra entre os grupos na região de Rio Claro levou à morte de dezenas de pessoas nos últimos anos.
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Com a prisão de Magrelo, Bode teria se associado diretamente ao CV, aumentando a influência da organização criminosa em São Paulo.
A suspeita é que, para despistar as autoridades, ele teria se abrigado em uma comunidade do Rio de Janeiro, onde há controle territorial por traficantes e barricadas que dificultam a entrada da polícia.
Sob nova direção
Investigações da Polícia Civil mostram que Bode reorganizou o Bando do Magrelo, manteve o contato com fornecedores do CV no Rio de Janeiro e assumiu o controle de parte dos pontos de venda de drogas administrados pelo antigo líder.
A facção carioca, segundo a Polícia Civil e o Gaeco, passou a financiar a reestruturação do grupo em Rio Claro, enviando drogas e munições em troca de proteção territorial e expansão de influência no interior paulista.
Magrelo havia ampliado o raio de ação da quadrilha para Jundiaí, Sumaré, São Carlos, Pirassununga, Americana, Leme e Louveira. Os territórios passaram, então, a ser administrados por Bode.
As investigações também revelam que Bode ampliou a rede para Araras, Piracicaba e Limeira, cidades que hoje compõem uma rota de abastecimento do CV no interior de São Paulo. O grupo atua tanto na venda direta de drogas quanto na cobrança de dívidas e lavagem de dinheiro por meio de pequenas empresas e revendas de veículos.
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