Policial dono de fintech é preso pela 3ª vez acusado de aplicar golpes
Cyllas Salerno Elia Júnior é dono de fintech investigada pela Polícia Federal por suposto caso de lavagem de dinheiro do PCC

O policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior foi preso temporariamente neste domingo (14/9) pela Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo. Fundador e CEO da fintech 2GO Bank, o policial é suspeito de atuar em um esquema de golpes financeiros em moradores do Jardim Pantanal, bairro na zona leste da capital que sofreu com fortes enchentes no início do ano.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os agentes ainda realizaram buscas em cinco locais autorizados pelo Poder Judiciário. “As provas compartilhadas pela Justiça anexadas ao inquérito estão em análise da autoridade policial para o esclarecimento dos fatos”, informou a pasta.
Cyllas já era investigado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e pela Polícia Federal (PF).
Em fevereiro, ele chegou a ser preso no âmbito de uma investigação que mira na atuação das fintechs 2GO Bank e Invbank, iniciada a partir da delação de Vinicius Gritzbach (galeria de fotos), jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e executado a tiros de fuzil em novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
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Cyllas Elia é fundador e CEO da fintech 2GO Bank. Ele também já havia sido preso em 26 de novembro do ano passado, durante a Operação Tai-Pan, da PF, contra crimes financeiros que movimentaram R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos.
O policial foi solto em janeiro após decisão da Justiça Federal, mas estava afastado das funções e responde a um procedimento na Corregedoria da Polícia Civil.
A Operação Hydra, deflagrada em fevereiro, tinha como objetivo combater a lavagem de dinheiro ligada à facção criminosa.
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Antônio Vinícius Lopes Gritzbach voltava de uma viagem com a namorada quando foi executado na tarde de 8 de novembro, na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São PauloCâmera Record/Reprodução2 de 10
Gritzbach chegou a ser preso, mas acabou liberadoTV Band/Reprodução3 de 10
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCCReprodução/TV Band4 de 10
O delator do PCC foi preso em 2 de fevereiro deste ano em um resort de luxo na BahiaReprodução/TV Band5 de 10
Empresário, preso sob suspeita de mandar matar integrantes do PCC, foi solto por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ)Divulgação6 de 10
Corpo de rival do PCC executado no aeroportoLeonardo Amaro/ Metrópoles7 de 10
Corpo de rival do PCC morto em desembarque de aeroportoLeonardo Amaro/ Metrópoles8 de 10
Delator do PCC foi morto no Aeroporto de GuarulhosReprodução9 de 10
Corpo de rival do PCC morto em desembarque de aeroportoReprodução10 de 10
Reprodução
Delação de Gritzbach
De acordo com o MPSP, Gritzbach “jogou luz na atuação de fintechs para o branqueamento de bens e valores oriundos de atividades criminosas”. Essa é uma das frentes das investigações realizadas pela PF, cujo objetivo é desarticular esquema de lavagem de dinheiro por meio das instituições de pagamento.
Em resumo, duas empresas ofereciam serviços financeiros de forma alternativa às instituições bancárias tradicionais, movimentando valores ilícitos. Elas constituíram engenharia financeira complexa para velar os reais beneficiários.
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Operação Hydra, do MPSP e da Polícia Federal, foi deflagrada na manhã desta terça-feiraDivulgação/ GAEGO2 de 7
A investigação, que mira na atuação das fintechs 2GO Bank e Invbank, foi iniciada a partir da delação de Vinicius GritzbachDivulgação/ GAEGO3 de 7
O policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, fundador e CEO da fintech 2GO Bank, foi preso durante a operaçãoDivulgação/ GAEGO4 de 7
A Operação Hydra tem como objetivo combater a lavagem de dinheiro ligada à facção criminosaDivulgação/ GAEGO6 de 7
Cyllas, que atuou no Deic, foi citado por Gritzbach em depoimento à Corregedoria da Polícia CivilDivulgação/ GAEGO7 de 7
Quem é o policial preso em operação que mira fintechs ligadas ao PCCReprodução
Quem é o policial
- Cyllas, que atuou no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), foi citado por Gritzbach em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil, em 31 de outubro, oito dias antes de ser morto a tiros ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos.
- De acordo com Gritzbach, Cyllas seria sócio de Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, e de Rafael Maeda Pires, o Japa, no 2Go Bank. Ambos são apontados como importantes lideranças do PCC.
- Cara Preta foi morto a tiros em dezembro de 2021, no Tatuapé, zona leste da capital, ao lado do segurança Antônio Corona Neto, conhecido como Sem Sangue. Vinícius Gritzbach era apontado como o mandante do crime.
- O empresário foi jurado de morte pelo PCC, acusado de dar um golpe em Cara Preta e de desviar parte de um investimento milionário da facção em criptomoedas.
- Japa foi encontrado morto com um tiro na cabeça em 5 de maio de 2023, no subsolo de um prédio no Tatuapé.
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