Por que Tarcísio voltará a articular anistia em Brasília nesta semana
Em Brasília, o governador de SP, Tarcísio de Freitas, tenta sinalizar capacidade de articulador e ganhar a confiança da família Bolsonaro

Após a condenação de Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). deve voltar a Brasília para tentar influenciar a Câmara dos Deputados a pautar um projeto para anistia do ex-presidente como um gesto duplo — ao Centrão e ao “bolsonarismo raiz”.
Um aliado próximo de Tarcísio afirma que o governador paulista deve insistir na articulação por um projeto de lei que conceda anistia ao ex-presidente e envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro, porque é visto como uma pauta de “pacificação”.
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A medida se torna mais importante após o discurso radicalizado de Tarcísio na Avenida Paulista. Na capital federal, o governador tenta dar sinais de que é capaz de conversar com partidos de centro e pode ser visto como um bom articulador político.
Segundo o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Tarcísio voltará a Brasília nesta segunda-feira (15/9).
No entanto, especialistas ouvidos pelo Metrópoles afirmam que a anistia não tem futuro no Congresso Nacional.
O cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Murilo Medeiros, diz que deputados do Centrão não estão dispostos a se desgastar em uma pauta que corre o risco de ser vetada no Supremo Tribunal Federal (STF) ou pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E, portanto, não deve prosperar.
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Tarcísio de Freitas na Avenida PaulistaDanilo M. Yoshioka/Metrópoles2 de 9
Valdemar da Costa Neto, Silas Malafaia e Tarcísio de Freitas conversam durante manifestação bolsonarista na Avenida PaulistaSam Pancher/Metrópoles3 de 9
Aliado de Bolsonaro, Tarcísio conversa com Moraes durante cerimônia no TSEIgo Estrela/ Metrópoles4 de 9
Tarcísio e Bolsonaro durante reunião na casa do ex-presidente, em BrasíliaAcervo/ coluna Paulo Cappelli5 de 9
Tarcísio de Freitas discursa durante manifestação bolsonarista por anistia de envolvidos na invasão dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023Danilo M. Yoshioka/Especial Metrópoles6 de 9
Ministro Luiz Fux, do STFVictor Piemonte/STF7 de 9
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto8 de 9
Cármen Lúcia faz defesa da urna eletrônica em julgamento de BolsonaroBRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto9 de 9
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakifoto
Esse desgaste, porém, estaria em um segundo plano para Tarcísio de Freitas, que tem de fazer sinais à família Bolsonaro, em uma espécie de prévias bolsonaristas das eleições de 2026.
“É um jogo arriscado, mas necessário para que ele receba a bênção do bolsonarismo raiz e viabilize seu projeto presidencial”, diz Medeiros.
A visão é corroborada pelo cientista político Marco Antônio Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que destaca a tentativa do governador de mostrar proximidade com setores conservadores.
“A anistia tem possibilidade de êxito quase nula, porque já há quase que um consenso da sua inconstitucionalidade, e ao mesmo tempo, mesmo que ela tenha ambiente pra prosperar na Câmara, ela não avança no Senado”, diz Teixeira.
“Não é um caminho fácil e, por não ser um caminho fácil, o Tarcísio tem que investir nele para mostrar confiança da família, sobretudo, e de certa forma, também ficar na sucessão como alguém que já tenha confiança do mercado e das camadas médias mais conservadoras”, acrescenta.
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