Presa na Itália, Zambelli participa de audiência na Câmara e troca acusações com hacker
Detida em uma penitenciária da Itália, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) participou nesta quarta-feira (10), por videoconferência, de uma reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A audiência, que marcou o início da análise de um processo que pode confirmar a perda do mandato da parlamentar, registrou trocas de […]


Detida em uma penitenciária da Itália, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) participou nesta quarta-feira (10), por videoconferência, de uma reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
A audiência, que marcou o início da análise de um processo que pode confirmar a perda do mandato da parlamentar, registrou trocas de acusações entre Zambelli e o hacker Walter Delgatti, além de questionamentos da deputada sobre a sanidade do hacker (veja vídeo acima).
Carla Zambelli e Delgatti foram condenada à prisão, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Não há mais recursos.
Os dois participaram da audiência de forma remota. Delgatti falou diretamente de uma sala no presídio de Tremembé, onde cumpre pena. A deputada, por sua vez, obteve autorização da Justiça da Itália para participar remotamente da reunião.
Antes de a condenação do Supremo se tornar definitiva, Carla Zambelli fugiu para a Itália, o que levou a parlamentar a ser incluída na difusão vermelha da Interpol.
Em julho, a deputada foi presa nos arredores de Roma. Alvo de um processo de extradição, Carla Zambelli aguarda decisão do caso detida na penitenciária feminina de Rebibbia.
Diretamente da Itália, ao longo da audiência na manhã desta quarta, Zambelli foi autorizada a fazer perguntas a Delgatti. Na primeira oportunidade, a deputada rebateu acusações, acusou de estar mentindo e questionou problemas de saúde do hacker.
Presa na Itália, Zambelli participa de audiência na Câmara e troca acusações com hacker
Foragida e alvo de pedido de extradição, Carla Zambelli rebateu falas e levantou suspeitas sobre a sanidade de Walter Delgatti. Câmara analisa processo que pode confirmar cassação por ataques aos sistemas do CNJ.
Por Marcela Cunha, Kevin Lima, g1 — Brasília
10/09/2025 10h06 Atualizado há 14 minutos
Zambelli chama Delgatti de ‘mitomaníaco’ e troca acusações com hacker
Zambelli chama Delgatti de ‘mitomaníaco’ e troca acusações com hacker
Detida em uma penitenciária da Itália, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) participou nesta quarta-feira (10), por videoconferência, de uma reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
A audiência, que marcou o início da análise de um processo que pode confirmar a perda do mandato da parlamentar, registrou trocas de acusações entre Zambelli e o hacker Walter Delgatti, além de questionamentos da deputada sobre a sanidade do hacker (veja vídeo acima).
Carla Zambelli e Delgatti foram condenada à prisão, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Não há mais recursos.
Os dois participaram da audiência de forma remota. Delgatti falou diretamente de uma sala no presídio de Tremembé, onde cumpre pena. A deputada, por sua vez, obteve autorização da Justiça da Itália para participar remotamente da reunião.
Antes de a condenação do Supremo se tornar definitiva, Carla Zambelli fugiu para a Itália, o que levou a parlamentar a ser incluída na difusão vermelha da Interpol.
Em julho, a deputada foi presa nos arredores de Roma. Alvo de um processo de extradição, Carla Zambelli aguarda decisão do caso detida na penitenciária feminina de Rebibbia.
Diretamente da Itália, ao longo da audiência na manhã desta quarta, Zambelli foi autorizada a fazer perguntas a Delgatti. Na primeira oportunidade, a deputada rebateu acusações, acusou de estar mentindo e questionou problemas de saúde do hacker.
Em sua fala inicial, Walter Delgatti afirmou que a invasão aos sistemas do CNJ ocorreram a pedido da deputada e que ele teria se hospedado na casa da parlamentar, em Brasília.
Segundo ele, Carla Zambelli “exerceu o comando direto sobre os crimes”.
A deputada afirmou que todo o processo ao qual foi condenada se baseia em uma espécie de “disse-me-disse”. Um dos pontos investigados na ação, que trata da inserção de mandados de prisão falsos em um sistema do CNJ, foi questionado por Zambelli.
Segundo ela, a versão do hacker, que diz que ela teria determinado a inclusão dos documentos, é mentirosa.
Carla Zambelli afirmou que Delgatti é um “mitomaníaco” e chegou a questionar a sanidade mental do hacker, fazendo menção ao uso de medicamentos para tratar um Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
“O senhor não está sabendo do que está falando. Você acha que sabe do que está falando, Walter, porque a todo momento, desde que conheci você, você sempre sabe o que está falando, como se tudo o que você dissesse fosse verdade. Você é um mitomaníaco”, disse.
“Acredita quem quiser acreditar em mim. Quem quiser acreditar em você, acredita. Todo esse processo é baseado no fato de que: ou a pessoa acredita no Walter, ou a pessoa acredita na Carla”, afirmou a deputada.
Por ter sido condenada criminalmente em decisão definitiva, a Câmara precisa dar aval à perda do seu mandato. Em razão da fuga de Zambelli para a Itália, o relator e a defesa consideram o caso inédito na Casa.
Pelas regras da Câmara, a análise sobre a perda do mandato começa pela CCJ, e o resultado da comissão é submetido ao plenário da Câmara. Para que o mandato de Zambelli seja cassado, será necessário o apoio de ao menos 257 deputados, o equivalente à maioria absoluta da Casa.
Segundo a defesa de Zambelli, a justiça italiana autorizou a participação remota da deputada na oitiva de duas testemunhas:
do hacker Walter Delgatti, também condenada pela invasão ao CNJ;
e de Michel Spiero, assistente técnico da defesa na ação penal.
Condenada pelo STF
Em maio deste ano, Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por participar de uma invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça. A deputada deixou o Brasil no mesmo mês.
O processo transitou em julgado (não cabem mais recursos). Zambelli deixou o Brasil por terra, rumo à Argentina, e de lá embarcou para os Estados Unidos e, por fim, se refugiou na Itália.
Zambelli foi presa no final de julho pelas autoridades italianas, que a localizaram em um apartamento em Roma. Ela estava na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional.
A polícia fez um cerco ao prédio para evitar que ela deixasse o local. A defesa de Zambelli disse que ela se entregou espontaneamente, o que é contrariado pelos registros da movimentação policial. Ela, contudo, não ofereceu resistência à prisão.
A parlamentar está licenciada do cargo por 127 dias. A solicitação foi feita antes da decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes pela prisão preventiva de Zambelli. Portanto, conforme a Casa, o prazo começou a contar naquela data e vai até 2 de outubro deste ano.
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