Quem é o líder do CV preso que pagou por cirurgia em hospital de luxo

O traficante considerado de alta periculosidade foi liberado do Presídio Bangu 3 para passar por uma cirurgia na vesícula

Agosto 14, 2025 - 13:30
 0  0
Quem é o líder do CV preso que pagou por cirurgia em hospital de luxo

Amplamente conhecido em solo fluminense, o traficante Alexander de Jesus Carlos, mais conhecido como “Choque” ou “220 V” (foto em destaque), é o líder do Comando Vermelho (CV) que foi liberado da prisão para passar por cirurgia no Hospital Samaritano, unidade de saúde luxuosa localizada em Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ).

O homem, que já foi considerado um dos bandidos mais procurados do Rio, está preso desde 2008. Na sexta-feira (9/8), ele foi liberado do Presídio Gabriel Ferreira Castilho (Bangu 3B) para ser submetido a uma colecistectomia por vídeo, cirurgia que custa, em média, cerca de R$ 20 mil na rede particular.

Leia também

Em meados dos anos 2000, o traficante esteve à frente do Comando Vermelho (CV) por diversas vezes, sobretudo quando o chefe em questão tinha de deixar o cargo por um tempo.

Em 2008, ele chefiou a comunidade de Manguinhos e chegou a dar entrevista ao vivo a um veículo de imprensa amplamente conhecido. “Choque” está preso desde esse mesmo ano.

Antes de ser finalmente alcançado pela polícia, o homem fugiu de diversas operações policiais e chegou a ser baleado em algumas ocasiões.

Violento, à época o homem era temido por matar inimigos com requintes de crueldade.

A polêmica

O criminoso está protagonizando um debate desde a última sexta-feira (9/8), quando foi internado no hospital de alto padrão.

O que causou estranheza acerca da saída de “Choque” foi o fato de que a unidade de saúde em que ele foi atendido é considerada de luxo, sendo frequentada, majoritariamente, pela elite.

O local tem 130 leitos de alto padrão. Além disso, oferece estadia em quartos com estética luxuosa, que contam com serviço de camareira, enxoval e poltronas massageadoras.

Os cômodos são mobiliados com TVs, aparelhos de ar-condicionado, iluminação e persianas com controle automatizado, além de frigobar, cofre, Wi-Fi e itens diferenciados de higiene pessoal.

À coluna, o advogado de “Choque”, Daniel Sanchez Borges, apontou que a saída do preso para ir ao hospital particular partiu do próprio juiz. “Foi um procedimento autorizado pelo juíz da Vara de Execução Penal com parecer do Ministério Público ao verificar a gravidade do caso”, disse.

“A vesícula dele estava cheia de pus, se a autorização não tivesse sido concedida, ele, provavelmente, teria morrido”, declarou Borges.

Borges ainda citou como exemplo o caso do ex-deputado federal Roberto Jefferson, que, preso, ficou quase dois anos internado no mesmo hospital.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap) confirmou que a liberação para o procedimento cirúrgico se deu a partir de decisão judicial.

Procurado pela coluna, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) respondeu que Alexander teve alta hospitalar na noite dessa quarta-feira (13/8) e já retornou ao presídio.

Não houve esclarecimentos do TJRJ, tampouco da Seap, quanto ao estado de saúde do detento. Procurado pela coluna, o Hospital Samaritano não havia respondido até a publicação desta reportagem.

O que diz a legislação?

O artigo 14 da Lei de Execução Penal assegura que é direito do preso e internado o acesso à assistência de saúde, que consiste no atendimento médico, farmacêutico e odontológico. Nesse mesmo sentido, os artigos da referida lei estabelecem que é dever do Estado a prestação de assistência quanto à saúde do preso e internado.

Entretanto, quando a unidade prisional não possuir condições de prover a assistência médica necessária, conforme dispõe o artigo 14, § 2º da Lei 7.210/1984, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.

Sendo assim, é preferível que o preso seja atendido na própria penitenciária, mas, caso o atendimento não seja viabilizado, inadequado ou insuficiente, o detento poderá, excepcionalmente, ser atendido em local distinto.

Questionados acerca da razão de o atendimento não ter sido realizado no Presídio Gabriel Ferreira Castilho (Bangu 3 B) ou em hospital público, o TJRJ e a Seap não responderam.

What's Your Reaction?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow

tibauemacao. Eu sou a senhora Rosa Alves este e o nosso Web Portal Noticias Atualizadas Diariamente