Quem são as vítimas de médica disputa fatal por herança de R$ 30 mi

A disputa por uma herança de R$ 30 milhões terminou em sangue na zona rural de Guidoval, em Minas Gerais. Elben Fofano Pinto, de 55 anos, e seu filho, Gustavo Toledo Fofano e Pinto, de 22, foram assassinados a tiros em uma emboscada que mobilizou homens armados, disfarçados de policiais civis. A Polícia Civil confirmou nesta semana que os mandantes do crime são a própria irmã de Elben, uma médica, e o marido dela, um advogado — ambos agora presos.

O crime ocorreu em 19 de dezembro de 2023, em uma estrada de terra entre Guidoval e Guiricema, na Zona da Mata mineira. Pai e filho foram retirados de casa sob ameaça de arma de fogo por homens com distintivos e roupas pretas, simulando uma ação policial. Os dois foram levados em uma caminhonete branca, que horas depois seria encontrada acidentada, com os corpos baleados ao lado.

No local, a perícia recolheu cápsulas de munição 9mm, R$ 53 mil em espécie, um notebook e o registro de uma pistola pertencente a Elben. O crime, que à primeira vista parecia uma execução isolada, começou a revelar contornos mais complexos à medida que as investigações avançavam.

A motivação, uma herança estimada em R$ 30 milhões, composta por propriedades rurais de alto valor. Segundo a Polícia Civil, os mandantes queriam eliminar os concorrentes diretos na partilha dos bens. Elben era um dos principais herdeiros da família, e Gustavo, seu filho, também figurava no inventário como beneficiário. A eliminação de ambos favoreceria diretamente os autores intelectuais do crime — a irmã de Elben e o cunhado advogado, agora apontados como arquitetos do assassinato.

Durante a Operação Éris, deflagrada na quarta-feira (7), cinco pessoas foram presas. Além do casal mandante, três homens foram detidos sob suspeita de serem os executores. A operação também resultou na apreensão de armas, munições, dinheiro e documentos que devem ser usados para aprofundar a responsabilização penal dos envolvidos.

Natural de Guidoval, Elben Fofano Pinto era conhecido como produtor rural e mantinha negócios familiares nas regiões de Ubá e Viçosa. Discreto e reservado, tinha perfil conciliador segundo pessoas próximas. Já o filho, Gustavo, era estudante universitário e ajudava o pai na administração das propriedades da família.