RN é único do Nordeste a recuperar verba desviada na pandemia, afirma líder do governo
O Rio Grande do Norte foi o único estado do Nordeste a recuperar parte dos recursos desviados na compra de respiradores durante a pandemia, afirmou o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Francisco do PT, nesta quarta-feira 30. Segundo ele, dos R$ 5 milhões pagos antecipadamente pelo governo estadual ao Consórcio Nordeste em […]


O Rio Grande do Norte foi o único estado do Nordeste a recuperar parte dos recursos desviados na compra de respiradores durante a pandemia, afirmou o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Francisco do PT, nesta quarta-feira 30. Segundo ele, dos R$ 5 milhões pagos antecipadamente pelo governo estadual ao Consórcio Nordeste em 2020 – sem que os equipamentos fossem entregues –, R$ 3,5 milhões já voltaram aos cofres públicos por decisão judicial.
Relator da CPI da Covid na Assembleia, ele afirmou que a investigação não encontrou qualquer indício de participação de servidores estaduais ou da governadora no esquema. “Se tem alguém culpado, que pague pelo que cometeu. Mas aqui no RN, a CPI provou que não houve envolvimento do governo estadual”.
A operação, que desviou recursos de vários estados, está sendo apurada pela Justiça Federal, mas o RN conseguiu antecipar a recuperação dos valores por meio de ação própria. A fala de Francisco ocorreu após o deputado Gustavo Carvalho (PL) cobrar punições pelos desvios da pandemia. A oposição sustenta que o governo falhou na fiscalização dos repasses. Já a base governista aponta que o Estado agiu rápido para reaver o dinheiro – um contraste com outros casos no país, onde investigações ainda não resultaram em devoluções.
Francisco rebateu as críticas com dados econômicos: o PIB potiguar cresceu 6,1% em 2024, contra 1,8% em 2018, último ano da gestão anterior. O desemprego caiu de 12,8% para 8,5% no mesmo período, e o Estado registrou o maior aumento de renda per capita do Nordeste no ano passado.
Sobre as estradas – um dos principais alvos da oposição –, o deputado admitiu que ainda há problemas, mas lembrou que a gestão atual herdou uma malha viária “quase 100% destruída” e uma folha de pagamentos com atraso de R$ 1 bilhão. “Dizem que ela só está pagando em dia porque é obrigação. Mas por que essa obrigação não valia para os governos anteriores?”, questionou.
Na segurança pública, ele citou o fim das rebeliões em presídios e a regularização de salários da Polícia Militar, que em 2018 dependia de doações de alimentos para manter os quartéis. “Recebi mensagem de um PM dizendo que este é um dos governos que mais valorizou a categoria”, contou, mencionando uma nova leva de promoções que deve ser publicada nos próximos dias.
Apesar dos avanços, Francisco evitou um tom triunfalista. “Isso significa que está tudo resolvido? Não. Ainda temos muito a caminhar”. Mas ironizou a oposição: “Os mesmos que entregaram o estado em caos agora se apresentam como salvadores. Se sabiam como administrar, por que deixaram as contas desse jeito?”.
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