Sem filtro, Lula e Tarcísio empatam em declarações desastrosas
As declarações de Lula sobre o tráfico e de Tarcísio sobre o etanol mostram que o improviso segue sendo o maior inimigo dos dois
O presidente Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, produziram nas últimas semanas farto material de campanha — daquelas que animam qualquer marqueteiro.
Ao afirmar que “os traficantes são vítimas dos usuários de drogas”, Lula entregou à centro-direita tudo o que ela precisava para sair das cordas — e com a cereja do bolo de ter ocorrido justamente quando Tarcísio anunciava uma megaoperação contra o tráfico.
A gafe de Lula será repetida à exaustão, pois reforça a pecha de que o PT seria o partido preferido das facções criminosas.
No primeiro turno das eleições municipais de 2024, Tarcísio disse que a polícia havia interceptado uma mensagem de facção orientando voto em Guilherme Boulos (PSOL). Estava ao lado de seu candidato, o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A semana mostrou, contudo, que quando falam de improviso, Lula e Tarcísio se assemelham.
Enquanto Lula se compadece pelos traficantes, Tarcísio despreza pessoas contaminadas com etanol.
Ao dizer que só iria se preocupar “quando a contaminação chegasse à Coca-Cola”, deu aos petistas a chance de associá-lo ao comportamento desumano de Jair Bolsonaro na Covid. Seu governo ainda produziu outra pérola ao equiparar licenças médicas e maternidade a faltas.
Nos dois casos, a repercussão pautou o recuo, mas o print é eterno. Ainda mais em ano eleitoral.
O eleitor pode tirar proveito disso. Enquanto os discursos ensaiados não ganham destaque, vai conhecendo os candidatos sem filtro.
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