Seu pet fica estressado durante jogos de futebol? Veterinário explica

Para os pets, vibrar com jogos de futebol não é tão divertido como é para os humanos. Veterinário dá dicas para amenizar o estresse

Dezembro 6, 2025 - 02:30
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Seu pet fica estressado durante jogos de futebol? Veterinário explica

Assim como nas festas de final de ano, durante períodos de campeonatos de futebol, como a Copa do Mundo, ou em dias de jogos decisivos, os pets podem sofrer com a agitação dos tutores em casa ou de vizinhos.

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Isso acontece porque essas comemorações geralmente são repletas de gritos, música e barulhos altos, buzinas, fogos de artifício e até bombinhas. Para os humanos, é um ótimo momento para vibrar pelo próprio time, mas para os cães e gatos pode ser estressante e causar ansiedade.

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Richardson Zago, especialista em comportamento canino, afirma que em dias de jogo, o que mais percebe é um aumento muito claro de sinais de estresse, principalmente em cães. “Os tutores, às vezes, acham ‘bonitinho’ o animal ficar agitado, mas na prática muitos deles estão sofrendo.” gato com dono assistindo jogo de futebol“Quando um animal entra em estado de pânico, ele pode agir de forma totalmente diferente do normal”, diz o especialista

Os pets não comemoram

Richardson explica esses sintomas podem se manifestar de maneira diferente em cada tipo de pet. É importante que cada tutor consiga identificá-los para tratar o animal, principalmente nos gatos, em que os comportamentos são mais “silenciosos”. Confira:

Cães

  • Tremores e musculatura rígida;
  • Cauda baixa ou entre as pernas e orelhas coladas para trás;
  • Bocejos excessivos, lambedura de focinho e de patas;
  • Tentativas de se esconder embaixo de móveis, no banheiro, no box e atrás do tutor;
  • Vocalização excessiva: latidos, choramingos, uivos;
  • Hiperatividade sem objetivo: anda de um lado para outro, não consegue deitar;
  • Apego exagerado ao tutor: não sai de perto e tenta subir no colo o tempo todo;
  • Em casos mais graves, pode haver comportamentos destrutivos (roer porta, tentar cavar a parede) e até agressividade por medo, como rosnar ou morder se alguém tenta contê-lo.
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Gatos

  • Se esconde e não sai debaixo da cama ou do armário;
  • Pupilas dilatadas, orelhas para trás e corpo encolhido;
  • Ficar imóvel, observando tudo em alerta máximo;
  • Se lamber demais, chegando a arrancar pelos;
  • Mudança na rotina de banheiro: podem urinar ou defecar fora da caixa por medo;
  • Em situações extremas, podem arranhar ou morder se forem forçados a sair do esconderijo.
“Tudo isso são formas de o animal dizer: ‘Eu não estou lidando bem com esse ambiente’. O grande ponto é que não é manha e nem frescura, é medo real”, alerta.

O que fazer nesses casos?

Segundo o especialista, ao perceber que o pet está nesse estado, o tutor deve tomar medidas que ajudem o animal e que não causem mais medos. “Falar em tom de voz normal, sem gritos e sem desespero. O animal percebe nossa emoção.”

Ele ainda orienta levar o cão ou gato para um ambiente que tenha menos estímulos. Sem pressionar o pet, oferecer ou aceitar contato físico, caso ele busque, também é muito importante. “Direcionar o foco para algo prazeroso. Mesmo que ele recuse no auge do medo, vale insistir suavemente em momentos em que o barulho diminui.” pet cachorro se escondendo por medoOs pets podem se esconder devido ao medo

Ainda mais necessário é evitar atitudes que piorem o sofrimento. “Nunca brigar, gritar ou punir por medo. Isso só piora a associação: além de fogos e barulho, agora tem bronca.” Por outro lado, forçar o animal a ter coragem ou tratar com dó também são problemas.

“Não deixá-lo sozinho em quintal, varanda ou áreas externas. Vemos muitos casos de fuga e acidentes porque o animal tenta escapar do estímulo que o assusta. A ideia é encontrar um meio-termo entre acolher e não reforçar o pânico: mostrar com o corpo e com a rotina que, apesar do barulho, está tudo sob controle”, comenta.

Prevenir é a melhor solução

Para o profissional, a melhor medida é começar a preparação do pet e da casa não só na hora do jogo, mas alguns dias antes. “A ideia é transformar a casa num ambiente previsível e seguro para o animal.”

De acordo com ele, existem algumas medidas que funcionam bem. A primeira é criar um refúgio seguro: um cômodo silencioso com objetos que reforcem estímulos positivos, como brinquedos. Dias antes, o dono deve levar o animal para o espaço e fazer associações que o deixem seguro, com petiscos, por exemplo. homem com cachorro Reforços e associações são grandes aliadas

No dia do jogo, priorizar a rotina já ajuda. Manter passeios, alimentar em horários próximos ao normal e evitar grandes mudanças e agitações dentro de casa. Especificamente na hora, fechar portas e janelas, ligar o ventilador, por exemplo, e deixar a TV em volume moderado auxilia a mascarar os ruídos externos.

Talvez seja hora de procurar ajuda

Richardson explica que há alguns casos em que procurar um veterinário é essencial. “Nem todo animal vai precisar de medicamento, mas existem casos em que o medo é tão intenso que o apoio médico é necessário e ético, porque o animal está realmente sofrendo.”

  • O pet entra em estado de pânico sempre que há fogos, gritos ou barulho intenso;
  • Há sinais físicos preocupantes: salivação excessiva, tremores constantes, taquicardia, vômitos, diarreia, perda de apetite nesses dias;
  • O animal se machuca tentando fugir ou se esconder;
  • O medo é tão grande que ele passa horas sem conseguir relaxar, deitar ou beber água;
  • Já houve histórico de fuga ou acidente em datas anteriores.

Segundo ele, o profissional pode propor uso pontual de ansiolíticos ou calmantes em dias de jogos mais críticos, mas sempre com prescrição e doses certas. Além disso, pode ser feito um protocolo mais longo, que associa dessensibilização e contra-condicionamento, especialmente em casos de fobia a sons.

“O medicamento não substitui treino e manejo, mas pode ser um aliado para que o animal não sofra e para os exercícios de reabilitação comportamental. Nunca deve ser decidido pelo tutor, muito menos com remédio humano. Cada um tem peso, histórico, possíveis doenças de base e interações medicamentosas que precisam ser avaliadas”, conclui.

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