Suíça promete imunidade caso Putin participe de conferência de paz
O líder russo tem acesso limitado a outros países por conta de um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional

A Suíça informou que vai oferecer imunidade ao presidente russo, Vladimir Putin, caso ele aceite participar de uma conferência de paz no país. A proposta foi anunciada nesta terça-feira (19/8) pelo ministro das Relações Exteriores suíço, Ignazio Cassis. O líder russo tem acesso limitado a outros países por conta de um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional contra ele por crime de guerra.
No ano passado, o governo suíço definiu “as regras para conceder imunidade a uma pessoa sob mandado de prisão internacional. Se ela vier para uma conferência de paz, e não por motivos particulares”, disse Cassis durante uma coletiva de imprensa com seu colega italiano, Antonio Tajani, em Berna.
Foi o presidente francês, Emmanuel Macron, que levantou a possibilidade de uma possível cúpula de paz entre Vladimir Putin e seu colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, ser realizada na Europa, “em um país neutro, talvez a Suíça”. Macron afirmou ainda que achava que o encontro deveria acontecer em Genebra, a sede europeia da ONU.
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Diante da declaração, o ministro Cassis se disse totalmente preparado para organizar tal reunião e destacou a competência da Suíça nessa área, mas ressaltou que a Rússia tem ignorado o país desde que este decidiu impor a Moscou as sanções definidas pela União Europeia após a invasão da Ucrânia, em 2022.
“Tenho reiterado constantemente essa disposição (de organizar reuniões) durante meus contatos com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, nos últimos meses (…) Mas eles me disseram que, desde que a Suíça adotou sanções europeias, eles naturalmente perderam parte da vontade de fazer reuniões aqui”, reconheceu o chefe da diplomacia.
Precedente
O ministro também mencionou um precedente recente, durante a Assembleia da União Parlamentar Internacional, que teve a participação, em Genebra, da presidente do Senado russo e colaboradora próxima de Vladimir Putin, Valentina Matvienko, que também está sujeita a sanções por seu apoio à guerra.
O presidente russo visitou Genebra pela última vez para a cúpula em 16 de junho de 2021 com Joe Biden, então presidente dos Estados Unidos.
As negociações bilaterais russo-ucranianas mais recentes ocorreram em Istambul, na Turquia, que, apesar de ser membro da Otan, é considerada mais amigável por Moscou.
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