Surpresa negativa: vendas em bares e restaurantes têm queda em junho

As vendas do setor de bares e restaurantes fecharam o mês de junho em queda, surpreendendo negativamente o mercado, de acordo com dados divulgados nessa quinta-feira (17/7) pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

O que aconteceu

• Segundo o Índice Abrasel-Stone, relatório divulgado mensalmente pela Stone em parceria com a associação, as vendas do setor recuaram 3,7% no mês passado, na comparação com maio.
• Em relação ao mesmo período do ano passado, o tombo foi ainda maior: 5,8%.
• No acumulado dos primeiros seis meses de 2025, os bares e restaurantes registraram estabilidade nas vendas, com uma leve queda de 0,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Por estados

De acordo com o levantamento, apenas dois dos 24 estados pesquisados tiveram crescimento nas vendas em junho, na comparação anual: Sergipe (+3,2%) e Tocantins (+0,9%).

Entre os estados que registraram queda nas vendas, os maiores recuos foram de Rio Grande do Sul (-17,7%) e Santa Catarina (-13,3%).

Leia também

• Negócios

  Abaixo das expectativas, vendas do comércio voltam a cair em maio

• Negócios

  Câmaras de Comércio de EUA e Brasil pedem “negociações de alto nível”

• Economia

  Focus: mercado reduz projeção de inflação deste ano para 5,17%

• Negócios

  Dólar abre em alta após resposta de Lula a Trump sobre tarifaço

O quer dizem Abrasel e Stone

Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, o resultado de junho foi uma surpresa negativa, já que o mês, historicamente, costuma ter as vendas alavancadas por datas comemorativas.

“O resultado acompanha a desaceleração observada no varejo como um todo, refletindo os efeitos combinados de juros elevados, inflação persistente e perda de poder de compra”, explicou Solmucci, por meio de nota.

O economista Guilherme Freitas, pesquisador da Stone, avalia que, apesar da melhoria no mercado de trabalho do país, grande parte da renda das famílias continua comprometida.

“A inflação, apesar de ainda estar em patamar elevado, apresenta uma desaceleração, refletindo, em parte, a perda de dinamismo da atividade econômica”, afirmou Freitas, também em nota.