Tim Bernardes: entre o violão de nylon e o fone de ouvido
O artista, que se apresenta em novembro no Estilo Brasil, assina a produção e a mixagem de “Mil Coisas Invisíveis”
Lírico, experimental e meticuloso. Assim pode ser definido o trabalho de Tim Bernardes, vocalista e compositor do trio O Terno, que em Mil Coisas Invisíveis (2022) se aventura em uma jornada de alquimia sonora. O artista combina o espírito do indie internacional — de bandas como Fleet Foxes — com a tradição da MPB e da Bossa Nova, evocando nomes como Van Morrison e Jorge Ben Jor.
Em Mil Coisas Invisíveis, Bernardes se confirma como um artesão do som — alguém que constrói universos inteiros a partir de pequenos silêncios. O público vai poder presenciar isso ao vivo no Estilo Brasil, no dia 8 de novembro, no Ulysses Centro de Convenções.
O Festival Estilo Brasil tem o oferecimento do Banco do Brasil Estilo, patrocínio dos cartões BB Visa, Banco do Brasil e Governo Federal. A realização é do Metrópoles, com produção da Oh! Artes.
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Tim Bernardes leva “Mil Coisas Invisíveis” ao Festival Estilo Brasil
Mil produções visíveis
Bernardes produziu e orquestrou o álbum praticamente sozinho, tocando a maioria dos instrumentos: piano, violão, baixo, bateria, percussão e sintetizadores. “A mixagem faz parte da composição”, afirmou o músico, que vê cada som e timbre como uma extensão do sentimento que deseja expressar.
O disco é mais contido do que seu antecessor, Recomeçar, que ele mesmo definiu como uma “sinfonia da dor grandiosa”. Em Mil Coisas Invisíveis, o artista aposta em arranjos econômicos e íntimos — como em “Velha Amiga”, conduzida apenas pelo violão. É um minimalismo que amplifica o sentido das palavras e a respiração das melodias.
O cuidado técnico é perceptível em cada faixa. Bernardes utilizou o violão de náilon — o mesmo da MPB dos anos 60 e 70 — e realizou inúmeros testes para que o som soasse “redondo e quente”, como nas gravações de Jorge Ben. O violino de Felipe Pacheco Ventura e o trombone/flugelhorn de Douglas Antunes acrescentam um toque orquestral discreto, em diálogo com o canto suave do compositor.
Essa atenção ao detalhe transforma o álbum em uma experiência sensorial. Pensado para o fone de ouvido, cada faixa tem uma espacialidade própria, como se o ouvinte percorresse o estúdio com o artista.
Programação:
Martinho da Vila 31 de outubro
Tim Bernardes 8 de novembro
Paralamas do Sucesso & Dado Villa Lobos Turnê: Celebrando 40 anos de Clássicos 21 de novembro
Festival Estilo Brasil
Local: Ulysses Centro de Convenções Ingressos: Bilheteria Digital
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