Trama golpista: Silvinei foi condenado a 24 anos e 6 meses de prisão
Ex-diretor-geral da PRF teria rompido a tornozeleira eletrônica e planejava utilizar o Paraguai como rota de fuga para o Panamá
Preso nesta sexta-feira (26/12), em Assunção, no Paraguai, ao tentar fugir do Brasil, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de 24 anos e 6 meses de prisão por integrar o núcleo 2 da trama golpista. Silvinei planejava fuga para El Salvador, com escala no Panamá.
Ele e mais 4 aliados teriam sido responsáveis pela elaboração da “minuta do golpe”, pelo monitoramento e pelo plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do STF, além de articulação dentro da PRF para dificultar o voto de eleitores da Região Nordeste nas eleições de 2022.
Silvinei estava prestes a embarcar no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, com destino ao Panamá, quando foi preso por autoridades paraguaias. Ele teria rompido a tornozeleira eletrônica e planejava refúgio em El Salvador, segundo fontes da diplomacia brasileira.
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As autoridades paraguaias constataram que Silvinei tentava viajar com passaporte falso para o Panamá, tendo como destino final El Salvador. O gpverno do Paraguai mantém contato com a adidância da Polícia Federal do Brasil a fim de obter a “expulsão sumária” de Silvinei do país.
A princípio, o ex-diretor da PRF deverá ser entregue às autoridades policiais brasileiras na Tríplice Fronteira e levado para o Brasil, onde irá cumpri pena.
Por que Silvinei foi condenado?
No julgamento composto pela Primeira Turma do STF, Silvinei recebeu a segunda maior pena entre os condenados do núcleo 2. O ex-diretor da PRF ficou atrás somente do general da reserva do Exército Mário Fernandes, apontado pelos ministros como figura central do núcleo.
Silvinei teria atuado para interferir no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Conforme a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ele teria ordenado a realização de blitze e bloqueios em regiões onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve maior desempenho eleitoral no primeiro turno.
O núcleo 2 também foi responsável pela elaboração da “minuta do golpe”, pelo monitoramento e pelo plano de assassinato do presidente Lula, de Alckmin e de Moraes.
Veja os condenados do núcleo 2:
- Mário Fernandes, general da reserva do Exército: 26 anos e 6 meses de prisão;
- Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF): 24 anos e 6 meses de prisão;
- Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro: 21 anos de prisão;
- Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro: 21 anos de prisão; e
- Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça: 8 anos e 6 meses de prisão.
O delegado de carreira da Polícia Federal (PF) e ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça Fernando de Sousa Oliveira foi absolvido por falta de provas.
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