Treino inteligente: como a estratégia ajuda no emagrecimento feminino
Médico explica por que muitas mulheres que “fazem tudo certo” no treino não emagrecem e como força, hormônios e recuperação mudam o jogo
Quando o corpo para de responder à dieta e ao treino, muitas mulheres acreditam estar falhando no esforço. Mas, segundo o médico Arthur Victor de Carvalho, especialista em performance metabólica e modulação hormonal feminina, o problema costuma ser a estratégia — não a dedicação.
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O profissional explica que a chave do emagrecimento sustentável está menos em “queimar calorias” e mais em construir massa magra, além de ajustar a hormonalidade e garantir vitalidade a longo prazo.
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Quando fazer tudo certo não basta
É comum encontrar mulheres que seguem a dieta, treinam com regularidade, dormem bem e, ainda assim, não veem o peso mudar. A frustração aparece, a motivação cai e surge a dúvida: o que está errado?
Segundo Carvalho, a resposta está na maneira como o corpo feminino reage aos estímulos metabólicos — bem diferente do masculino. “A mulher que só busca ‘queimar’ acaba perdendo o que mais precisaria preservar, o músculo”, afirma. “Sem massa magra, o metabolismo desacelera, a queima de gordura cai e o corpo entra em modo de defesa.”
Massa magra: o motor do metabolismo feminino
A massa magra — que inclui músculos, ossos e demais tecidos magros — é determinante para o gasto energético. Cada quilo de músculo consome calorias até mesmo em repouso, aumentando a taxa metabólica basal.
O desafio é que as mulheres têm naturalmente menos massa muscular que os homens e, a partir dos 35 anos, enfrentam um declínio hormonal que acelera a perda de músculo. Sem estímulos adequados, o corpo passa a economizar energia e a armazenar mais gordura.
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Exercícios com peso ajudam a fortalecer todo o corpoPixabay/Divulgação
Uso de hormônios para se dar bem na musculação foi proibido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)Unsplash
Emagrecer e ganhar músculos, tudo ao mesmo tempo, é desafiador Pixabay
Os músculos precisam de descanso para crescer Pixabay 
Mantenha uma boa alimentação e pratique atividades físicas para elevar a qualidade de vidaiStock
Hormônios: os aliados esquecidos do treino
O médico ressalta que sem equilíbrio hormonal, o treino simplesmente não rende. Estrogênio, progesterona e testosterona influenciam disposição, composição corporal, resposta inflamatória e recuperação muscular.
Veja abaixo:
- Estrogênio: favorece sensibilidade à insulina e protege os ossos; sua queda facilita o acúmulo de gordura abdominal.
- Progesterona: contribui para controle do estresse e melhora o sono, essenciais para emagrecer.
- Testosterona: estimula ganho de massa magra e energia — mas ainda é pouco considerada no cuidado feminino.
“Mulheres com desequilíbrios hormonais podem treinar e comer direito sem ver resultado algum. Quando ajustamos a hormonalidade e otimizamos o estímulo muscular, o corpo finalmente responde”, explica Carvalho.
Treinar mais não significa treinar melhor
O excesso de cardio, jejuns prolongados e treinos intensos diários são hábitos comuns — e podem ser contraproducentes. O esforço exagerado aumenta o cortisol, hormônio ligado ao estresse, que favorece a quebra de músculo e o acúmulo de gordura abdominal.
Para o especialista, o treino inteligente deve priorizar força, qualidade e recuperação: musculação ou resistência progressiva como base; cardio como complemento estratégico; e descanso entendido como parte essencial do processo.
Treino com peso corporal oferece benefícios à saúde e ganho de massa muscular
Emagrecer construindo, não perdendo
O médico afirma que o novo paradigma do emagrecimento feminino está na reconstrução metabólica: preparar o corpo para gastar mais energia de forma saudável e manter o peso conquistado. Isso envolve ganhar músculo, equilibrar hormônios e nutrir o organismo adequadamente.
Os benefícios vão além da estética. Mulheres com mais massa magra apresentam menor risco de doenças cardiovasculares, osteoporose, declínio cognitivo e outros problemas associados ao envelhecimento.
“O músculo é o novo marcador de saúde. Ele é o órgão da longevidade. Mulher forte não é só quem levanta peso — é quem sustenta sua vitalidade com equilíbrio entre mente, corpo e hormônios”, conclui Arthur Victor.
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