YouTube libera retorno de perfis banidos por conteúdo sobre pandemia e eleições nos EUA

Após multa milionária, YouTube diz que não mais irá exibir publicidade para vídeos que tenham algum apelo infantil. Dado Ruvic/Reuters O YouTube vai permitir que criadores banidos por desinformação sobre COVID-19 e eleições voltem à plataforma. A decisão foi anunciada na terça-feira (23) pela Alphabet, dona do YouTube, e vale para contas suspensas por regras que já não estão em vigor. A informação foi divulgada em resposta ao Comitê Judiciário da Câmara dos EUA. Na carta, advogados da Alphabet afirmaram que a medida reforça o compromisso da empresa com a liberdade de expressão. Eles disseram, ainda, que a plataforma valoriza vozes conservadoras e reconhece seu papel no debate público. “Independentemente do clima político, o YouTube continuará permitindo a livre expressão em sua plataforma, especialmente em relação a temas sujeitos a debate político”, diz a carta. Questionado pela agência Associated Press sobre mais detalhes do processo de reintegração dos criadores, o YouTube não respondeu à mensagem até a última atualização desta reportagem. A medida ocorre em meio à tentativa de CEOs de tecnologia, como Sundar Pichai, da Alphabet, de se aproximar do presidente Donald Trump, com doações milionárias para a campanha e presença em eventos em Washington. LEIA TAMBÉM: Como serão novos data centers bilionários da OpenAI nos EUA IA da China pode detectar submarinos camuflados? Especialistas contestam Mãe processa Roblox e Discord após filho de 15 anos sofrer abuso online Moderação branda A decisão se soma a outros recuos de empresas de tecnologia na moderação de conteúdo, que havia sido reforçada durante a pandemia e após as eleições americanas de 2020. Agora, as plataformas enfrentam pressão do presidente Donald Trump e de aliados conservadores. Eles alegam que influenciadores da direita foram censuradas de forma ilegal. Em 2023, o YouTube acabou com a regra que removia vídeos que afirmavam falsamente que a eleição de 2020, ou outras disputas presidenciais nos EUA, tiveram “fraude generalizada, erros ou falhas”. No ano seguinte, em 2024, a plataforma também derrubou restrições específicas sobre conteúdos ligados à COVID-19. Desde então, diversos tratamentos sobre a doença podem ser discutidos no YouTube, e os conteúdos enganosos passaram a ser tratados dentro da política geral de desinformação médica. Entre os banidos por essas regras, agora excluídas, estavam influenciadores conservadores como Dan Bongino, hoje vice-diretor do FBI. Para criadores de conteúdo, voltar ao YouTube pode ser crucial, já que a monetização com anúncios representa uma fonte importante de receita. Conflito com governo Biden O presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jim Jordan, e outros republicanos pressionaram empresas de tecnologia a rever as políticas de moderação adotadas durante o governo de Joe Biden. Eles acusam a administração anterior de restringir ilegalmente a liberdade de expressão. Na carta de terça-feira, os advogados da Alphabet disseram que funcionários da cúpula do governo Biden “realizaram abordagens repetidas e sustentadas” para pressionar o YouTube a remover vídeos sobre a pandemia que não violavam as próprias regras da plataforma. “É inaceitável e errado quando qualquer governo, incluindo a administração Biden, tenta ditar como a empresa modera conteúdo. A empresa tem consistentemente combatido esses esforços com base na Primeira Emenda”, diz a carta. Outros executivos de tecnologia também fizeram acusações semelhantes. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, disse que o governo Biden pressionou funcionários a censurar conteúdos na pandemia, de forma inadequada. Elon Musk, dono do X, acusou o FBI de coagir o Twitter, antes de sua gestão, para barrar uma reportagem sobre Hunter Biden, filho do ex-presidente. No ano passado, a Suprema Corte deu vitória ao governo de Joe Biden em uma disputa com estados republicanos sobre até onde o governo federal pode ir para combater publicações controversas nas redes sociais sobre COVID-19 e segurança eleitoral.

Sep 25, 2025 - 14:00
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YouTube libera retorno de perfis banidos por conteúdo sobre pandemia e eleições nos EUA

Após multa milionária, YouTube diz que não mais irá exibir publicidade para vídeos que tenham algum apelo infantil. Dado Ruvic/Reuters O YouTube vai permitir que criadores banidos por desinformação sobre COVID-19 e eleições voltem à plataforma. A decisão foi anunciada na terça-feira (23) pela Alphabet, dona do YouTube, e vale para contas suspensas por regras que já não estão em vigor. A informação foi divulgada em resposta ao Comitê Judiciário da Câmara dos EUA. Na carta, advogados da Alphabet afirmaram que a medida reforça o compromisso da empresa com a liberdade de expressão. Eles disseram, ainda, que a plataforma valoriza vozes conservadoras e reconhece seu papel no debate público. “Independentemente do clima político, o YouTube continuará permitindo a livre expressão em sua plataforma, especialmente em relação a temas sujeitos a debate político”, diz a carta. Questionado pela agência Associated Press sobre mais detalhes do processo de reintegração dos criadores, o YouTube não respondeu à mensagem até a última atualização desta reportagem. A medida ocorre em meio à tentativa de CEOs de tecnologia, como Sundar Pichai, da Alphabet, de se aproximar do presidente Donald Trump, com doações milionárias para a campanha e presença em eventos em Washington. LEIA TAMBÉM: Como serão novos data centers bilionários da OpenAI nos EUA IA da China pode detectar submarinos camuflados? Especialistas contestam Mãe processa Roblox e Discord após filho de 15 anos sofrer abuso online Moderação branda A decisão se soma a outros recuos de empresas de tecnologia na moderação de conteúdo, que havia sido reforçada durante a pandemia e após as eleições americanas de 2020. Agora, as plataformas enfrentam pressão do presidente Donald Trump e de aliados conservadores. Eles alegam que influenciadores da direita foram censuradas de forma ilegal. Em 2023, o YouTube acabou com a regra que removia vídeos que afirmavam falsamente que a eleição de 2020, ou outras disputas presidenciais nos EUA, tiveram “fraude generalizada, erros ou falhas”. No ano seguinte, em 2024, a plataforma também derrubou restrições específicas sobre conteúdos ligados à COVID-19. Desde então, diversos tratamentos sobre a doença podem ser discutidos no YouTube, e os conteúdos enganosos passaram a ser tratados dentro da política geral de desinformação médica. Entre os banidos por essas regras, agora excluídas, estavam influenciadores conservadores como Dan Bongino, hoje vice-diretor do FBI. Para criadores de conteúdo, voltar ao YouTube pode ser crucial, já que a monetização com anúncios representa uma fonte importante de receita. Conflito com governo Biden O presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jim Jordan, e outros republicanos pressionaram empresas de tecnologia a rever as políticas de moderação adotadas durante o governo de Joe Biden. Eles acusam a administração anterior de restringir ilegalmente a liberdade de expressão. Na carta de terça-feira, os advogados da Alphabet disseram que funcionários da cúpula do governo Biden “realizaram abordagens repetidas e sustentadas” para pressionar o YouTube a remover vídeos sobre a pandemia que não violavam as próprias regras da plataforma. “É inaceitável e errado quando qualquer governo, incluindo a administração Biden, tenta ditar como a empresa modera conteúdo. A empresa tem consistentemente combatido esses esforços com base na Primeira Emenda”, diz a carta. Outros executivos de tecnologia também fizeram acusações semelhantes. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, disse que o governo Biden pressionou funcionários a censurar conteúdos na pandemia, de forma inadequada. Elon Musk, dono do X, acusou o FBI de coagir o Twitter, antes de sua gestão, para barrar uma reportagem sobre Hunter Biden, filho do ex-presidente. No ano passado, a Suprema Corte deu vitória ao governo de Joe Biden em uma disputa com estados republicanos sobre até onde o governo federal pode ir para combater publicações controversas nas redes sociais sobre COVID-19 e segurança eleitoral.

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