Zoológico onde jovem foi morto por leoa anuncia data de reabertura

Gerson de Melo Machado, de 19 anos, o "Vaqueirinho", entrou no recinto dos leões, no dia 30/11, e morreu após ser atacado por uma leoa

Dezembro 15, 2025 - 18:00
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Zoológico onde jovem foi morto por leoa anuncia data de reabertura

O zoológico Parque Arruda Câmara, conhecido como Bica, em João Pessoa (PB), anunciou nesta segunda-feira (15/12) a data de reabertura e retomada das atividades no local. O espaço está fechado desde que Gerson de Melo Machado, de 19 anos, conhecido como “Vaqueirinho”, invadiu o recinto dos leões e foi morto por uma leoa, no dia 30 de novembro.

Conforme o anúncio, as atividades retornarão à normalidade a partir desta quinta quinta-feira (18/12). A informação foi divulgada pelas redes sociais do parque.

“Chegou a hora de reabrir as portas da Bica para receber novamente a população. Com responsabilidade, cuidado e dedicação, o parque volta a acolher visitantes para momentos de lazer, aprendizado e contato com a natureza. Esperamos vocês para esse novo momento”, diz a nota.

De acordo com as autoridades, Gerson, que convivia com problemas mentais, escalou uma parede de mais de seis metros de altura, passou pelas grades de segurança do local, usou uma árvore como apoio e entrou no recinto da leoa. Todo o incidente foi filmado por visitantes do parque, no dia do ocorrido.

O laudo inicial do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a morte do rapaz foi por choque hemorrágico após o perfuramento de vasos cervicais. A leoa mordeu o pescoço de Gerson, perfurando artérias e veias na região. De acordo com a perícia, o animal não comeu o corpo da vítima. Zoológico onde jovem foi morto por leoa anuncia data de reabertura - destaque galeria4 imagensConselheira tutelar Verônica Oliveira ao lado de Gerson de Melo Machado, conhecido como VaqueirinhoGerson de Melo Machado, o Vaqueirinho, morto por uma leoa em João Pessoa, após invadir a jaula do animalLeoa LeonaFechar modal.MetrópolesHomem invade jaula e é morto por leoa em João Pessoa1 de 4

Homem invade jaula e é morto por leoa em João PessoaReproduçãoConselheira tutelar Verônica Oliveira ao lado de Gerson de Melo Machado, conhecido como Vaqueirinho2 de 4

Conselheira tutelar Verônica Oliveira ao lado de Gerson de Melo Machado, conhecido como VaqueirinhoArquivo pessoal/ Material cedido ao MetrópolesGerson de Melo Machado, o Vaqueirinho, morto por uma leoa em João Pessoa, após invadir a jaula do animal3 de 4

Gerson de Melo Machado, o Vaqueirinho, morto por uma leoa em João Pessoa, após invadir a jaula do animalReprodução/PMPBLeoa Leona4 de 4

Leoa LeonaReprodução/ Parque Arruda Câmara

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Abandono familiar e vulnerabilidade social

A morte de Gerson expôs uma trajetória marcada por pobreza extrema, transtornos mentais não tratados e abandono familiar. Segundo a conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou o jovem por oito anos, ele cresceu sem apoio e em condições severas.

“Foi uma criança que sofreu todo tipo de violação de direito. Filho de uma mãe com esquizofrenia, com avós também comprometidos na saúde mental, vivia numa pobreza extrema”, relata.

A primeira vez que Verônica o encontrou, Gerson tinha 10 anos e foi levado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao Conselho Tutelar depois de ser visto caminhando sozinho em uma rodovia federal. Desde então, ele passou a integrar a rede de proteção da infância.

A mãe dele perdeu o poder familiar há anos, mas continuava sendo procurada pelo jovem. “Ele, embora estivesse destituído, amava a mãe e sonhava que ela conseguisse cuidar dele. Evadia do abrigo e ia direto para a casa da avó e da mãe”, conta Verônica.

Mesmo assim, a mãe, por sua condição mental, não conseguia assumir os cuidados do filho. “Ela, muitas vezes, foi levá-lo ao conselho e dizia que não era mais mãe dele. Ela também é vítima da mente doente”, diz Verônica.

Dos irmãos, Gerson foi o único que não conseguiu uma família adotiva. “Justamente por ter possível transtorno. A sociedade quer adotar crianças perfeitas, coisa impossível dentro do acolhimento institucional, onde só chegam por negligência extrema”, afirma a conselheira.

Sonho de “domar leões”

Desde pequeno, Gerson repetia o desejo de viajar para a África e “domar leões”. O sonho foi mencionado inúmeras vezes nas conversas com a equipe do Conselho Tutelar.

Em um dos episódios mais graves, ele tentou acessar clandestinamente um avião. O caso foi relatado por Verônica nas redes sociais.

“Você dizia que ia pegar um avião para ir para um safári na África para cuidar dos leões. Você tentou. Agradeci a Deus quando me avisaram que você tinha cortado a cerca e entrado no trem de pouso do avião da Gol. Dei graças a Deus, porque observaram pelas câmeras antes que uma desgraça acontecesse”, escreveu.

Policiais que lidaram diretamente com Gerson confirmam que ele repetia insistentemente o sonho de ir à África para cuidar de leões. Com 16 passagens por dano e pequenos furtos, ele dizia que faria o trajeto “a pé”, e os agentes tentavam explicar que o continente ficava a um oceano de distância.

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