A POLARIZAÇÃO DA POLÍTICA – Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo

A POLARIZAÇÃO DA POLÍTICA - (Artigo Especial) – alfredo.ricardo@hotmail.com

Sep 20, 2025 - 12:30
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A POLARIZAÇÃO DA POLÍTICA – Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo

A POLARIZAÇÃO DA POLÍTICA

A história revela que a humanidade, ao longo dos anos, das décadas e dos séculos, buscou se organizar como sociedade num sistema de hierarquia para garantir a sobrevivência da espécie humana. E a maior destas organizações, a principal, é o surgimento da democracia, algo quase esplêndido, que tornou efetiva a sobrevivência da espécie humana, no modelo coletivo e cooperativo. Porquanto, a democracia torna o homem capaz de tomar decisões rumo à evolução da humanidade, tanto na área humana como na área espiritual evolutiva.

“A democracia é o governo do povo pelo povo, e para o povo.” (Abraham Lincoln). Este conceito foi esquecido e apagado pelas autoridades constituídas que passaram a buscar o domínio e o poder para escravizar o povo com ideologias e narrativas que reprimiam a liberdade de expressão, a liberdade de vida e a liberdade de escolha. Por outro lado, temos a aplicação de conceitos mais simples que são verdadeiros geradores da polarização ao disseminar a ideia da simples divisão da sociedade em dois polos diante de tema polêmico ou temáticas cheias de controvérsia. Claramente, é possível diagnosticar que a polarização política é estimulada por líderes políticos e por partidos.

“A capacidade do homem para a justiça faz a democracia possível, mas a inclinação do homem para a injustiça faz a democracia necessária.” (Reinhold Niebuhr). O mundo democrático ficou polarizado mediante discursos estranhos por criadores de muros e barreiras sociais. Este fenômeno adentrou as democracias, transformando-as em ruídos e burburinhos sem ação que transmitem a evolução humana. E, deste modo, a polarização passou a ser classificada como negativa e divisora da humanidade. Em contrapartida, a percepção em relação ao sistema tornou-se disfuncional, onde os políticos eleitos perderam a noção da realidade vivida pela sociedade.

Há uma constante declaração dos políticos e dos que dominam o poder em falar na democracia. No entanto, ela está sendo usada apenas para suas estratégias maléficas e doutrinadoras, a qual vem tornando a sociedade escravizada dos desejos de poucos. Assim como utilizada para disseminação da miséria social e do castigo da fome, do abandono e da insegurança aos mais pobres do povo. Todavia, essa democracia, para ser reconhecida e aceita por eles, deve seguir os conceitos e preceitos que eles determinam, caso contrário, não é democracia. E assim, eles se autodeclaram democratas com medidas autoritárias contra o povo, dizendo que é para proteger a democracia e defendê-la dos inimigos políticos fantasmagóricos, numa espécie de empreitada contra moinhos de vento.

Certamente, o debate político de alta qualidade pode ser alcançado com esforço das lideranças. No entanto, as narrativas da polarização, contraminaram o campo político a tal ponto, que o foco, antes concentrado na área da econômica e nas políticas públicas relevantes, passou a ser discutido ou debatido nas questões que tem o seu valor, mas, não tem total prioridade que são: a escolha em seguir uma cultura, os usos e costumes, assim como os comportamentos individuais.

Para os que já esqueceram o que é democracia sem polarização, eis as características: 1- Liberdade de formar e aderir a organizações; 2- Respeito às minorias e busca pela equidade; 3- Liberdade de expressão; 4- Direito de voto; 5- Elegibilidade para cargos públicos; 6- Direito de líderes políticos disputarem apoio e, consequentemente, conquistarem votos; 7- Garantia de acesso a fontes alternativas de informação; 8- Eleições livres, frequentes e idôneas; 9- Instituições para fazer com que as políticas governamentais dependam de eleições e de outras manifestações de preferência do eleitorado.

No entanto, na polarização que destrói a diversidade democrática, há uma mistura explosiva entre a política/justiça e a justiça/política, gerando um clima de revanche ao utilizar ou receber informações desencontradas. Este fenômeno contemporâneo tem lado positivo e negativo. E se expande na ideia centrada na disputa entre dois grupos que, por convicções, doutrinas e costumes, não estão dispostos ao diálogo social, criando o que chamamos de muros invisíveis.

Dessa ideia de muros invisíveis, causado por ambiente polarizado, o espírito da tolerância e da racionalidade se perderam na estrada da vida através do egoísmo, da ignorância e da ganância do ser. Por outro lado, tornou quase inaceitável as opiniões diferentes, as quais sempre são classificadas como antidemocrático, fascista, e outras cistas da vida. Proliferando assim, a ideia de todos contra todos. O que vem gerando um ambiente de fidelidade a questões que deveriam ser discutidas num âmbito do humanismo e não no âmbito da ideologia. Que, quase sempre, são perversas e desvirtuadas da realidade comum, anunciando o caos social e os inúmeros transtornos individuais.

A partir das primícias dos muros invisíveis e dos ambientes polarizados, é fácil compreender a razão da rápida aceitação da mentira contada e espalhadas como verdades absolutas, o que denominamos de fake news, são verdadeiros enganos e engodos sociais, que usam as palavras doces como o mel na garganta, que ao longo do seu trajeto se torna em fel destrutivo.

Por sua vez, as fakes news, se estabeleceram como verdades ao encontrar almas (razão) cansadas e repletas do vazio existencial. As quais foram selecionadas num ambiente propício e pré-estabelecido para acreditar nas notícias sem verificar a suas bases de verdade. Sendo assim, a razão, ratio, deixou a porta aberta para receber qualquer informação sem antes analisar o teor de verdade, gerando a polarização política, jurídica e social o que é verdadeiramente preocupante para sobrevivência da humanidade.

As barreiras invisíveis, frutos da polarização, destruíram as mesas de negociações políticas e o diálogo social, promovendo a guerra de narrativas e dificultando a melhor solução possível para a pacificação social e o bem-comum, onde os adversários políticos passaram a ser inimigos. E de tal modo, que os temas importantes para o desenvolvimento da nação, como: reforma política, reforma do judiciário, reforma da previdência, políticas ambientais e os direitos civis, ficaram para segundo ou terceiro plano, por falta de compromissos ou mesmo de consenso dos nossos representantes eleitos, que buscam apenas o que é afável aos seus olhos.

E este fenômeno mundial, chamado de polarização política e jurídica, não ficou somente no seio da sociedade, mas atingiu as instituições centenários e de boa reputação, criando um clima de desconfiança nas instituições, na mídia, no sistema judiciário e na própria condução da nação.

Portanto, o fenômeno da polinização é provocado por desavenças de ideologias, quase sempre impostas pelo estado dominante, por narrativas políticas, partidárias ou por líderes que buscam o domínio e o poder a qualquer custo. E normalmente, os interlocutores são pessoas com boas intenções, que sonham com uma sociedade melhor. No entanto, a escalada da maldade é tão grande que as posições políticas/ideológicas tornam as pessoas inimigas a ponto de impossibilitar o debate de ideais e dividido o mundo entre os bons e os maus.

Muita Paz, Luz e Justiça a todos!

Pesquisador e Escritor Ricardo Alfredo

O caminho do Senhor
é o refúgio dos íntegros,
mas é a ruína dos que praticam o mal. (Provérbios 10:29)

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