Agradeça, Lula, pelos presentes que a direita lhe tem dado
Sem anistia e sem bandidagem

Ganha eleição quem menos erra, não quem mais acerta. Ganha quem joga parado, não quem parte para o ataque e não sabe parar. Ganha quem ocupa a melhor posição no terreno. Ganha quem dispõe de mais munição e armas, mas não as dispara a ermo.
É o que aprendeu Lula depois de disputar seis eleições presidenciais (1989, 1994, 1998, 2002, 2006 e 2022), ganhando três. Não disputou a de 2018 porque estava preso. Apesar disso, liderou todas as pesquisas até o final de agosto daquele ano.
Detém o título de o primeiro presidente do Brasil a conquistar três vitórias pelo voto popular. Getúlio Vargas governou o país durante 15 anos como ditador (1930-1945), e mais quatro como presidente eleito (1951-1954). Matou-se para não ser deposto pelos militares
A 10 meses da eleição de 2026, Lula, hoje, é, disparado, o candidato com mais chances de vencê-la – menos por seus acertos, mas pelos erros dos adversários. Até aqui, joga praticamente parado. E conta com a vantagem de controlar a máquina pública.
A oposição, em dobradinha com o presidente americano Donald Trump, presenteou Lula com a bandeira da defesa de um Brasil soberano, imune a pressões de fora e disposto a resistir. Um belo presente para quem parecia cambalear.
Não satisfeita, a oposição voltou a presenteá-lo, desta vez com a bandeira do combate à corrupção. Há quantos anos não se via a esquerda ocupar com sucesso ruas de todas as capitais do país e de dezenas de cidades para dizer não à corrupção e à impunidade?
Há mais de 20 anos, pelo menos. O Mensalão e o escândalo do Petrolão foram episódios que desfiguraram a imagem do PT, afastando-o de suas marcas fundadoras – a luta contra a corrupção e a impunidade e por uma democracia ampla, geral e irrestrita.
Restou-lhe no âmbito da justiça social a poderosa marca da inserção dos mais pobres na agenda do país. E é essa que Lula deseja aprofundar antes do final do mandato e na contramão de um Congresso dominado pela direita e a extrema-direita.
Tarefa difícil. Tanto mais quando deputados federais e senadores já não dependem do voto livre para renovar seus mandatos. Eles estão montados em bilhões de reais das emendas ao Orçamento e do Fundo Partidário para comprar votos e encher os bolsos.
2026 será uma parada dura, não uma marcha alegre e musical pelas ruas de domingo. Tenham certeza disso.
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