Antioxidantes podem ajudar a proteger contra a obesidade? Entenda

Novo estudo reforça o elo entre substâncias presentes em frutas, verduras, legumes e castanhas, com o combate ao excesso de peso

Sep 23, 2025 - 07:30
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Antioxidantes podem ajudar a proteger contra a obesidade? Entenda

Um cardápio colorido e feito com uma grande variedade de vegetais é sinal da presença de antioxidantes. Entre os mais celebrados estão as vitaminas A, C e E, além de sais minerais como selênio e zinco, e grupos de fitoquímicos, caso dos carotenoides.

E todos esses nomes também são mencionados em um trabalho realizado por pesquisadores da China e publicado no periódico científico Frontiers in Nutrition, que investiga o elo entre o consumo de antioxidantes e a prevenção da obesidade.

Foram avaliados dados de 17.067 participantes vindos do NHANES (National Health and Nutrition Examination Survey), uma grande pesquisa que monitora o estado nutricional de parte da população dos Estados Unidos. Os cientistas chineses concluíram que, entre os adeptos de um padrão alimentar com espaço privilegiado para alimentos fontes de antioxidantes, havia menor risco para o excesso de peso.

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O estudo não estabelece uma relação de causa e efeito, entretanto, aponta indícios, oriundos de diversos trabalhos. “Além de uma menor densidade calórica, comum nas dietas que priorizam vegetais, os pesquisadores procuraram demonstrar que há outros mecanismos envolvidos nesse contexto”, comenta o nutrólogo Celso Cukier, do Einstein Hospital Israelita.

Uma das explicações encontradas no artigo é a de que os antioxidantes podem atenuar inflamações e ajudam a combater a resistência à insulina (distúrbio relacionado com o desajuste no metabolismo da glicose), que são fatores-chave para o desenvolvimento da obesidade.

“O estudo reforça que não basta observar a quantidade de calorias, mas, sobretudo, vale prestar atenção à qualidade do cardápio”, diz o médico.

Combate aos radicais livres

Quando uma substância tem ação antioxidante, significa que é capaz de neutralizar os radicais livres, átomos desemparelhados, que precisam de elétrons para se estabilizar. “O excesso desses radicais está por trás de danos celulares”, afirma o biólogo Nicholas Vannuchi, que pesquisa algumas classes de antioxidantes no laboratório de Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Baixada Santista.

Grande parte dessas substâncias são sintetizadas pelos vegetais, para protegê-los em situações adversas na natureza. Defendem contra os raios ultravioletas e as intempéries como tempos de seca, entre outros. “Na literatura científica há muitos trabalhos mostrando efeitos positivos à saúde cardiovascular e à imunidade”, diz Vannuchi.

Ainda que os antioxidantes carreguem boa fama, os benefícios estão atrelados à ingestão alimentar, via cardápio, e não à suplementação, cabe ressaltar. “Há riscos associados às altas doses”, avisa Cukier. A vitamina E, por exemplo, pode ser tóxica se consumida em abundância. Suplementos só com recomendação médica e após a realização de exames.

Confira, a seguir, alguns grupos que oferecem antioxidantes

Vitamina A O micronutriente que aparece na gema de ovo, na batata-doce, no leite e no espinafre é reconhecido por zelar pela saúde dos olhos. Mas também desempenha papel importante em prol do sistema imunológico, participando da produção de células de defesa.

Vitamina C Outra grande aliada da imunidade, a vitamina C está presente em frutas como laranja, acerola, caju e goiaba, mas também aparece na couve e no pimentão. Diversos trabalhos atestam sua atuação na redução de processos infecciosos. Há, ainda, estudos que associam o nutriente com o fortalecimento dos ossos.

Vitamina E Abacate, azeite e nozes são exemplos de fontes da vitamina E, que, pela potente ação antioxidante, se destaca em estudos pela função cardioprotetora e por ajudar a afastar o envelhecimento precoce.

Selênio Sua maior fonte é a castanha-do-pará, basta uma unidade para suprir as necessidades. O selênio coleciona evidências por atuar na diminuição do risco do câncer. Também está relacionado ao combate de problemas cardiovasculares e danos cerebrais. Além da castanha, frango, feijão, leite e seus derivados, são fornecedores.

Zinco Fundamental para crescimento e o desenvolvimento, já que participa na produção das células e entra na receita do colágeno, o zinco não pode faltar no cardápio da criançada.

Ele também colabora com o sistema imunológico. Quando falta o zinco, abrem-se brechas para a entrada de oportunistas perigosos, caso do vírus da gripe. Sardinha, aveia e o grão de trigo oferecem a substância.

Carotenoides  Trata-se de uma grande família de pigmentos, que conta com integrantes famosos. O licopeno, que dá o vermelho ao tomate, melancia e pitanga, está envolvido na redução do risco de câncer, sobretudo o de próstata.

Já o betacaroteno, que pinta cenoura, manga e abóbora, tem se destacado por proteger os olhos e os ossos. Menos conhecidas, a criptoxantina e zeanxantina atuam em prol da saúde ocular. Trata-se de uma dupla que colore frutas como a nectarina e o pêssego e hortaliças como a couve e o espinafre.

Fenólicos  Outro grande grupo de substâncias de ação antioxidante que, embora não tenha sido mencionado no trabalho dos chineses, coleciona evidências de benefícios cardiovasculares.

Entre os exemplos, há desde as antocianinas que estão na jabuticaba e açaí, passando pelas catequinas que aparecem no chá-verde e na cereja, até a quercetina, da cebola e o resveratrol da uva roxa e do amendoim.

Fonte: Agência Einstein

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