Autoridades argentinas investigam suposto caso de suborno envolvendo irmã de Milei, diz mídia local
Presidente argentino, Javier Milei, e sua irmã Karina Milei. Gustavo Garello/ AP Photo A Justiça argentina realizou pelo menos 16 buscas na última sexta-feira (22) como parte de uma investigação sobre um suposto esquema de propina que ameaça envolver funcionários de alto escalão do governo de Javier Milei — incluindo a própria irmã do presidente, Karina Milei. As informações foram divulgadas pela mídia local. A investigação envolve um suposto caso de corrupção na Agência Nacional da Pessoa com Deficiência (ANDIS) em torno da compra de medicamentos para o Estado, e teve início após a divulgação de áudios que supostamente seriam do ex-dirigente da agência, Diego Spagnuolo. Os áudios que supostamente seriam de Spagnuolo faz menções a subornos e menciona Karina Milei, secretária da Presidência e irmã do presidente argentino, Javier Milei, e Eduardo "Lule" Menem, subsecretário de gestão institucional do governo, como beneficiários das supostas propinas. "Estão roubando, você pode fingir que não sabe, mas não joguem esse problema para mim, tenho todos os WhatsApps de Karina", diz um dos áudios que circulou na imprensa local e que foi atribuído a Spagnuolo. Em outro áudio, ele afirma: "estão fraudando a minha agência", e faz outra alusão à Karina Milei — que supostamente teria recebido pagamentos de propina —, além de dizer que teria conversado com o presidente Javier Milei. "Eles não consertaram nada", diz o áudio. A veracidade dos áudios, no entanto, ainda não foi comprovada pela Justiça e Milei não comentou publicamente o caso. O chefe de gabinete argentino afirmou que, segundo o presidente, Spagnuolo nunca teria mencionado o suposto suborno. A Justiça também não ordenou nenhuma prisão nem foram divulgadas acusações no âmbito do sigilo judicial até o momento. Segundo o jornal argentino Clarín, após várias horas de reuniões que buscavam uma saída para o escândalo envolvendo funcionários de alto escalão do governo, um funcionário da Casa Rosada afirmou que as autoridades mais próximas a Milei estariam relutantes em comentar o caso até saberem quais informações e documentos o ex-chefe da ANDIS possui. "A verdade é que não vamos dizer nada porque não sabemos o que Spagnuolo pode fazer. Não sabemos o que ele tem ou o que vai dizer. Não sabemos se ele vai depor no tribunal ou não. Até sabermos o que ele vai fazer, não podemos fazer nada", disse o funcionário ao jornal argentino. A operação de busca e apreensão aconteceu na última sexta-feira (22) na casa do ex-dirigente, e as autoridades apreenderam carros e confiscaram celulares e uma máquina de contagem de dinheiro. A Justiça também proibiu Spagnuolo de deixar o país. As buscas ainda incluíram uma conhecida farmácia local, a Suizo Argentina, cujo proprietário deve US$ 266 mil (R$ 1,5 milhão, na cotação atual) apreendidos, segundo o La Nación. Essa farmácia seria citada nos áudios como uma das principais fornecedoras de medicamentos à ANDIS e um dos estabelecimentos que estaria pagando suborno à agência. O ex-diretor de Acesso a Serviços de Saúde da ANDIS, Daniel María Garbellini, e os empresários Emmanuel Kovalivker, diretor da farmácia Suizo Argentina, seu irmão, Jonathan e seu pai Eduardo Kovalivker, também foram proibidos de deixar o país. Momento delicado para o governo Milei O escândalo acontece em um momento delicado para Milei, que enfrentou uma série de reveses legislativos no Congresso esta semana — incluindo a tentativa dos legisladores de anular um veto presidencial que se opunha a um aumento no apoio financeiro para pessoas com deficiência. O governo está se preparando para as eleições de meio de mandato em outubro, que serão vistas em grande parte como um referendo sobre a agenda de austeridade e as reformas de mercado de Milei. Irmã de Javier Milei aparece no centro de polêmica de criptomoedas *Com informações das agências de notícias Reuters, Agence France Presse (AFP) e Associated Press (AP).


Presidente argentino, Javier Milei, e sua irmã Karina Milei. Gustavo Garello/ AP Photo A Justiça argentina realizou pelo menos 16 buscas na última sexta-feira (22) como parte de uma investigação sobre um suposto esquema de propina que ameaça envolver funcionários de alto escalão do governo de Javier Milei — incluindo a própria irmã do presidente, Karina Milei. As informações foram divulgadas pela mídia local. A investigação envolve um suposto caso de corrupção na Agência Nacional da Pessoa com Deficiência (ANDIS) em torno da compra de medicamentos para o Estado, e teve início após a divulgação de áudios que supostamente seriam do ex-dirigente da agência, Diego Spagnuolo. Os áudios que supostamente seriam de Spagnuolo faz menções a subornos e menciona Karina Milei, secretária da Presidência e irmã do presidente argentino, Javier Milei, e Eduardo "Lule" Menem, subsecretário de gestão institucional do governo, como beneficiários das supostas propinas. "Estão roubando, você pode fingir que não sabe, mas não joguem esse problema para mim, tenho todos os WhatsApps de Karina", diz um dos áudios que circulou na imprensa local e que foi atribuído a Spagnuolo. Em outro áudio, ele afirma: "estão fraudando a minha agência", e faz outra alusão à Karina Milei — que supostamente teria recebido pagamentos de propina —, além de dizer que teria conversado com o presidente Javier Milei. "Eles não consertaram nada", diz o áudio. A veracidade dos áudios, no entanto, ainda não foi comprovada pela Justiça e Milei não comentou publicamente o caso. O chefe de gabinete argentino afirmou que, segundo o presidente, Spagnuolo nunca teria mencionado o suposto suborno. A Justiça também não ordenou nenhuma prisão nem foram divulgadas acusações no âmbito do sigilo judicial até o momento. Segundo o jornal argentino Clarín, após várias horas de reuniões que buscavam uma saída para o escândalo envolvendo funcionários de alto escalão do governo, um funcionário da Casa Rosada afirmou que as autoridades mais próximas a Milei estariam relutantes em comentar o caso até saberem quais informações e documentos o ex-chefe da ANDIS possui. "A verdade é que não vamos dizer nada porque não sabemos o que Spagnuolo pode fazer. Não sabemos o que ele tem ou o que vai dizer. Não sabemos se ele vai depor no tribunal ou não. Até sabermos o que ele vai fazer, não podemos fazer nada", disse o funcionário ao jornal argentino. A operação de busca e apreensão aconteceu na última sexta-feira (22) na casa do ex-dirigente, e as autoridades apreenderam carros e confiscaram celulares e uma máquina de contagem de dinheiro. A Justiça também proibiu Spagnuolo de deixar o país. As buscas ainda incluíram uma conhecida farmácia local, a Suizo Argentina, cujo proprietário deve US$ 266 mil (R$ 1,5 milhão, na cotação atual) apreendidos, segundo o La Nación. Essa farmácia seria citada nos áudios como uma das principais fornecedoras de medicamentos à ANDIS e um dos estabelecimentos que estaria pagando suborno à agência. O ex-diretor de Acesso a Serviços de Saúde da ANDIS, Daniel María Garbellini, e os empresários Emmanuel Kovalivker, diretor da farmácia Suizo Argentina, seu irmão, Jonathan e seu pai Eduardo Kovalivker, também foram proibidos de deixar o país. Momento delicado para o governo Milei O escândalo acontece em um momento delicado para Milei, que enfrentou uma série de reveses legislativos no Congresso esta semana — incluindo a tentativa dos legisladores de anular um veto presidencial que se opunha a um aumento no apoio financeiro para pessoas com deficiência. O governo está se preparando para as eleições de meio de mandato em outubro, que serão vistas em grande parte como um referendo sobre a agenda de austeridade e as reformas de mercado de Milei. Irmã de Javier Milei aparece no centro de polêmica de criptomoedas *Com informações das agências de notícias Reuters, Agence France Presse (AFP) e Associated Press (AP).
What's Your Reaction?






