Azul atualiza plano e prevê saída de recuperação judicial em 2026
Segundo a Azul, a reestruturação da companhia já resultou em uma economia de R$ 747 milhões, decorrentes de "melhorias de produtividade"
A Azul, uma das três principais companhias aéreas do Brasil, informou nessa quinta-feira (23/10) que apresentou um plano atualizado de reestruturação, no âmbito do processo de recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos.
No fim de maio, a Azul entrou com um pedido de recuperação judicial nos EUA, por meio do chamado Chapter 11 – mecanismo jurídico que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras.
A empresa optou pelos EUA por considerar a legislação do país mais flexível e também porque a maioria de seus credores é estrangeira – e grande parte dos contratos com os fornecedores têm como foro o estado de Nova York.
Segundo as estimativas da Azul, a saída da recuperação judicial deve ocorrer já no início de 2026, dependendo do nível de alavancagem que a companhia alcançar em meio ao processo de diminuição do endividamento.
Alavancagem financeira é a estratégia de usar dinheiro de terceiros (como empréstimos) para financiar investimentos, com o objetivo de multiplicar os retornos sobre o capital próprio. Ela permite que empresas e investidores façam operações maiores do que o capital disponível – mas também aumenta o risco, já que os retornos esperados precisam ser maiores do que o custo da dívida para gerar lucro.
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O que diz a Azul
De acordo com a Azul, até o momento, a reestruturação da companhia resultou em uma economia de R$ 747 milhões, decorrente de “melhorias de produtividade e contratos finalizados já alcançados”. A empresa informou ainda que tem condições de chegar a uma economia adicional de R$ 160 milhões, totalizando R$ 907 milhões.
No comunicado, a Azul diz esperar sair do processo de recuperação judicial “significativamente mais saudável, com menos dívidas gerais, menores passivos de arrendamento, menores pagamentos de arrendamento de aeronaves e alavancagem consideravelmente menor”.
Em maio, quando apresentou o pedido nos EUA, a Azul acumulava mais de R$ 2 bilhões em dívidas. No texto, o CEO da Azul, John Rodgerson, afirma que o plano de reestruturação tem o “desejo de reconstruir” a companhia e torná-la “muito mais forte”.
“O plano que apresentamos hoje mostra esses resultados positivos e estamos extremamente entusiasmados para preparar a Azul para o futuro”, afirma o executivo.
Racionalizar a frota e aumentar a receita
No conjunto de medidas anunciado pela Azul, está um plano de racionalização do uso da frota e da malha de voos, com “uma combinação ajustada no mix de aeronaves e menor capacidade no curto prazo”.
A expectativa da Azul é obter uma receita operacional líquida de R$ 22,1 bilhões em 2025, aumentando para R$ 23,4 bilhões em 2026. O objetivo é alcançar R$ 27,7 bilhões em 2029.
Recuperação judicial
A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários.
Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação.
Trata-se, basicamente, de uma tentativa de evitar a falência.
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