Campus Party Brasil: a revolução da bioimpressão na cozinha
No desafio Printer Chef, os participantes têm a oportunidade de mostrar criatividade e habilidade na utilização de alimentos bioimpressos

Durante a CPBR17, a inovação e a gastronomia se encontraram em uma competição única: o Printer Chef. Nesse desafio, os participantes têm a oportunidade de mostrar a criatividade e habilidade na utilização de alimentos bioimpressos em experiências culinárias surpreendentes.
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Ao longo do evento, os competidores passaram por rodadas eliminatórias, enfrentando desafios práticos que exigiram técnica, originalidade e domínio da bioimpressão de alimentos.
Segundo Eduardo Duó, professor de Gastronomia do UniCeub, a ideia é mostrar uma tecnologia nova de impressão de alimentos que abre muitas frentes e é uma parceria do humano com a máquina.
Para ter uma ideia do que estamos falando: uma impressora 3D foi utilizada para criar uma réplica da Catedral de Brasília comestível. É isso mesmo!
Para isso, os voluntários prepararam um purê bem denso feito com batata e queijo de castanha de caju, que foi inserido na impressora como base da “massa”.
“Esse tipo de impressora permite o uso de diversos vegetais como matéria-prima, moldando-os em formas complexas. A partir daí, os participantes da competição usaram a catedral impressa como elemento central do prato, combinando-a com outros ingredientes criativos”, explica Eduardo Duó.
Para Eduardo Duó, professor de Gastronomia do UniCeub, a nova tecnologia abre muitas frentes
Em uma das frentes mais inovadoras da impressora 3D, estão sendo utilizadas células-tronco de animais para produzir gordura, fibras e tecidos musculares — o que permite, por exemplo, imprimir um bife de picanha.
Trata-se de uma revolução na produção de proteínas, com potencial para oferecer carne sem agredir o meio ambiente.
“Infelizmente, ainda há muito desconhecimento sobre essa tecnologia. A maioria das pessoas associa impressoras 3D apenas à produção de plástico, mas o objetivo dessa competição é justamente desmistificar isso e mostrar que é possível criar comida real, nutritiva e deliciosa com essa inovação”.Eduardo Duó, professor de Gastronomia do UniCeub
Jaqueline Andrade, estudante de Gastronomia, participou ativamente do evento auxiliando os competidores durante o preparo dos pratos.
Para Jaqueline, estar envolvida em uma competição como essa é uma oportunidade de aprender na prática, trocar experiências e se aproximar ainda mais do universo gastronômico que tanto admira.
O vencedor da competição será conhecido neste sábado (21/6).
Jaqueline Andrade auxiliou ativamente na competição do Printer Chef na Campus Party Brasil 2025
Como os games estão transformando a educação
A gamificação foi um dos temas debatidos nesta sexta-feira (20/6) na Campus Party. No painel “Jogando para aprender: como os gamers estão transformando a educação”, Mateus Toledo, piloto de drone e ex-militar, explicou como alguns jogos tem auxiliado no aprendizado.
Segundo ele, em disciplinas escolares, muitos estudantes têm dificuldade. Já nos games, mesmo com obstáculos, o design incentiva o jogador a continuar até conseguir superar o desafio.
“Jogos como The Sims ensinam habilidades sociais e de comunicação de forma prática e envolvente, algo que muitas vezes não acontece em aulas teóricas como Sociologia”, garante Toledo. “Hoje, praticamente todo mundo é, de alguma forma, um gamer. A concentração que temos em um jogo geralmente é maior do que em uma sala de aula tradicional.”
Mateus Toledo explicou como a gamificação contribui para o aprendizado
Confira abaixo alguns games que contribuem significativamente para o aprendizado:
- Jogos como Assassin’s Creed oferecem um aprendizado indireto, explorando eventos históricos reais como as Cruzadas, o Renascimento e a Revolução Francesa.
- Duolingo é um exemplo claro de gamificação na educação. O objetivo é ensinar idiomas por meio de frases, níveis e recompensas. Apesar de muitos pensarem que ele serve apenas para aprender línguas, o verdadeiro impacto está em como ele motiva o usuário a manter uma rotina de estudos.
- Minecraft: usado em diversas escolas para ensinar matemática, lógica e criatividade.
- Stardew Valley: ensina sobre sustentabilidade, planejamento e gestão de recursos.
A gamificação também está presente no ambiente de trabalho, trazendo o espírito de colaboração dos jogos para equipes distribuídas, promovendo engajamento e produtividade.
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A tradicional briga de robôs segue a todo vapor na Campus Party BrasilHugo Barreto/Metrópoles2 de 3
Participantes exploram as possibilidades nos estandes interativosHugo Barreto/Metrópoles3 de 3
Troca de experiências entre estudantes e especialistas é um dos diferenciais do eventoHugo Barreto/Metrópoles
Da Bahia para Brasília
O campuseiro Ian Rodrigo Santos, estudante baiano apaixonado por tecnologia, foi um dos participantes da Campus Party deste ano e deixa claro que o evento respira inovação.
“Um dos espaços que mais me impressionou foi o estande da FIAP. Eles apresentaram uma tecnologia que permite interagir com objetos usando apenas a força do pensamento”, conta. “Consegui acender luzes, mover objetos e até levitar itens com comandos cerebrais. Foi simplesmente surpreendente.”
Ian Rodrigo Santos , estudante da Bahia, ficou impressionado com as experiências que teve
Ian já participou de edições anteriores da Campus Party e destaca que cada evento traz algo novo, pois sempre volta para casa com a cabeça cheia de ideias e a sensação de que o futuro já começou. “É um lugar onde a gente se conecta com o que há de mais avançado em inovação”, garante.
Como a tecnologia compreende o campuseiro
Kadu Sousa, diretor-executivo da audienSee.ai, trabalha com o comportamento humano em relação ao ambiente físico, um campo que é chamado de percepção. Esse movimento estuda como se percebe o ambiente ao nosso redor e como ele influencia as relações sociais e coletivas.
“Nossa percepção humana, especialmente a forma como nosso cérebro opera inconscientemente, molda as experiências que temos ao longo da vida. Essas experiências influenciam como reagimos e nos comportamos no ambiente”, explica.
“Por exemplo, estamos na Campus Party há anos, observando como os campuseiros têm se comportado e se adaptado aos padrões e ao ambiente do evento”, acrescenta.
Kadu Sousa: “nossa percepção humana, especialmente a forma como nosso cérebro opera inconscientemente, molda as experiências que temos”
Utilizando tecnologia de visão computacional, Sousa explica que consegue analisar como as pessoas reagem ao ambiente através de sensores espalhados pelo evento.
Esses sensores são capazes de detectar macroexpressões faciais, aquelas que são mais intensas e duradouras, como uma gargalhada que, muitas vezes, a pessoa tenta controlar. “O sensor consegue capturar essas reações”, destaca.
IA e saúde
A inteligência artificial tem revolucionado a área da saúde, trazendo benefícios significativos tanto para profissionais quanto para pacientes. Com a capacidade de analisar grandes volumes de dados e identificar padrões complexos, a IA pode acelerar diagnósticos, personalizar tratamentos e até prever surtos de doenças.
Um exemplo notável dessa transformação é a assistente de saúde, aplicativo desenvolvido por Luiz Vaz, CEO da Cliv Tecnologia, uma healthtech focada em melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
“Essa inteligência artificial é treinada com base em estudos científicos, permitindo que o usuário melhore o sono, adote hábitos mais saudáveis e se sinta estimulado a praticar atividades físicas”, afirma Vaz.
Na prática, o usuário pode tirar uma foto do prato de comida e relatar sintomas, o que permitirá uma identificação automática dos alimentos e uma análise do que é benéfico ou prejudicial para a saúde.
“Por exemplo, muitas pessoas não sabem que o consumo de mais de 150 gramas de arroz pode aumentar o risco de diabetes. Além disso, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados se as pessoas tivessem acesso a informações adequadas sobre alimentação e saúde”, assegura o CEO da Cliv Tecnologia.
“Embora não substitua exames como a mamografia, ela atua como um aliado, ajudando a mulher a perceber sinais precoces e fornecendo ao médico uma ferramenta para identificar questões que podem passar despercebidas a olho nu”, explica.
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