Condições neurológicas atingem 42% da população mundial, alerta OMS

Relatório mostra que distúrbios cerebrais afetam mais de 3 bilhões de pessoas e escancara desigualdades no acesso a diagnóstico e tratamento

Oct 14, 2025 - 13:00
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Condições neurológicas atingem 42% da população mundial, alerta OMS

Mais de 3 bilhões de pessoas vivem com alguma condição neurológica no mundo, segundo um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). O levantamento mostra que 42% da população global enfrenta doenças que afetam o cérebro e o sistema nervoso, como enxaqueca, epilepsia, acidente vascular cerebral (AVC) e Alzheimer.

A agência alerta que, apesar de muitas dessas doenças serem preveníveis ou tratáveis, o acesso a diagnóstico e cuidados continua distante para a maioria das pessoas.

O estudo é o primeiro da OMS dedicado exclusivamente à neurologia e reúne dados de 102 países, que juntos representam 71% da população mundial. A análise aponta que as condições neurológicas são hoje a principal causa de incapacidade e de problemas de saúde, além de provocarem 11,8 milhões de mortes por ano.

Os índices são ainda mais altos na Europa e nas Américas, onde quase metade da população é afetada por algum tipo de distúrbio neurológico.

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Doenças mais comuns e desigualdade no tratamento

Entre os 37 diagnósticos avaliados, os que mais contribuem para mortes e incapacidades incluem acidente vascular cerebral, Alzheimer e outras demências, enxaqueca, meningite, epilepsia e neuropatia diabética.

Também entram na lista doenças neuromusculares, distúrbios do desenvolvimento e complicações neurológicas associadas à Covid-19 e ao nascimento prematuro.

Apesar da abrangência das doenças, apenas 32% dos países têm políticas nacionais voltadas aos distúrbios neurológicos, e somente um em cada quatro os inclui na cobertura universal de saúde. O relatório mostra ainda que países de baixa renda contam com até 82 vezes menos neurologistas do que os de renda alta, o que deixa milhões de pessoas sem diagnóstico e tratamento adequados.

“Com mais de uma em cada três pessoas no mundo vivendo com condições que afetam o cérebro, precisamos fazer tudo o que for possível para melhorar o atendimento”, afirmou o vice-diretor-geral da OMS, Jeremy Farrar, em comunicado.
10 imagensO acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico
Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala
O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas
Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas
Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar
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O acidente vascular cerebral, também conhecido como AVC ou derrame cerebral, é a interrupção do fluxo de sangue para alguma região do cérebroAgência Brasil 2 de 10

O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico Pixabay 3 de 10

Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala Pixabay 4 de 10

O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas Pixabay 5 de 10

Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas Pixabay6 de 10

Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar Pixabay7 de 10

Pressão alta, colesterol e diabetes: deve-se controlar adequadamente essas doenças, além de adotar hábitos de vida saudáveis para diminuir seus efeitos negativos sobre o corpo, uma vez que podem desencadear o AVC Pixabay 8 de 10

Defeitos no coração ou vasos sanguíneos: essas alterações podem ser detectadas em consultas de rotina e, caso sejam identificadas, devem ser acompanhadas. Em algumas pessoas, pode ser necessário o uso de medicamentos, como anticoagulantes Pixabay 9 de 10

Drogas ilícitas: o recomendado é buscar ajuda de um centro especializado em drogas para que se possa fazer o processo de desintoxicação e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo as chances de AVC Pixabay 10 de 10

Aumento da coagulação do sangue: doenças como o lúpus, anemia falciforme ou trombofilias; doenças que inflamam os vasos sanguíneos, como vasculites; ou espasmos cerebrais, que impedem o fluxo de sangue, devem ser investigados Pixabay

Ele destacou que muitas dessas condições “podem ser prevenidas ou tratadas de forma eficaz, mas os serviços continuam fora do alcance da maioria, especialmente em áreas rurais e desassistidas”, aponta.

A falta de investimento em pesquisa e políticas públicas também agrava o cenário. Apenas 34 países relatam ter financiamento específico para doenças neurológicas, e menos de um quarto conta com sistemas estruturados de apoio a cuidadores, que frequentemente são familiares e trabalham sem reconhecimento ou remuneração.

A OMS pede que os governos priorizem a saúde cerebral e adotem medidas concretas para ampliar o acesso ao cuidado neurológico, fortalecer a prevenção e reduzir desigualdades. O objetivo é acelerar o cumprimento das metas globais previstas até 2031, garantindo que pessoas com condições neurológicas recebam o tratamento e o suporte que necessitam ao longo da vida.

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