Da pompa ao abandono: Torre Palace já recebeu Garrincha e astros de Hollywood

Nomes como Garrincha, a banda Os Diagonais e até uma atriz da Broadway já passaram pelo icônico hotal Torre Palace

Dezembro 18, 2025 - 04:00
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Da pompa ao abandono: Torre Palace já recebeu Garrincha e astros de Hollywood

O Torre Palace Hotel, localizado no Setor Hoteleiro Norte, foi um dos principais destinos de luxo de Brasília e hospedou diversas figuras conhecidas do cenário nacional e internacional.

Inaugurado em 1973, o edifício ganhou notoriedade antes de entrar em um longo período de decadência marcado por crises, disputas judiciais e abandono.

Pouco tempo após a inauguração, o hotel recebeu personalidades do esporte, da música e da televisão. Em outubro de 1973, hospedaram-se no local três jogadores do tricampeonato mundial da Seleção Brasileira: Carlos Alberto Torres, capitão da equipe, Zé Maria e Rivellino.

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No mês seguinte, passaram pelo Torre Palace o grupo Os Diagonais e os cantores Jair Rodrigues e José Cipriano.

Entre os atletas, além de Zanata, então meio-campista do Vasco, o hotel recebeu em duas ocasiões o lendário Mané Garrincha, ídolo do Botafogo e considerado um dos maiores jogadores da história do futebol mundial.

Outros nomes do futebol nacional também passaram pelo Torre Palace, como Chiquinho, à época no Flamengo; Ferretti, do Botafogo; e Nelson, do São Paulo. Os jogadores Lula, do Fluminense, e Miguel, do Vasco, também estiveram hospedados no hotel.

O Torre Palace também recebeu autoridades nacionais e internacionais, como os oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU) Clinton A. Thykeson e Denniz C. Payne.

Em 29 de janeiro de 1974, a atriz hollywoodiana e estrela da Broadway Mary Martin escolheu o hotel para se hospedar durante visita à capital federal.

Hotel tem implosão adiada

O hotel foi comprado por um grupo do ramo hoteleiro que pretende erguer um novo empreendimento no local e será implodido pela empresa RVS Construções e Demolições.

A implosão faz parte do processo de substituição da antiga estrutura, que entrou em decadência após a morte do fundador, o empresário libanês Jibran El-Hadj, em 2000.

Para o historiador Lewy Mota, de 39 anos, o Torre Palace foi concebido com o objetivo de ser um símbolo de luxo, status e um espaço destinado a pessoas ilustres.

“Então, o desdobramento desse processo histórico do Palace Hotel, ele acaba culminando nesse contexto de degradação, de destruição, de um lugar que um dia foi um espaço de encontro de pessoas ilustres e importantes da história de Brasília a partir da década de 70 em diante”, disse.

Desde o encerramento das atividades, o edifício passou a sofrer invasões, depredações e se tornou um ponto de insegurança e deterioração urbana.

A implosão, inicialmente prevista para o domingo (21/12), foi remarcada para 25 de janeiro de 2026, a pedido do Exército Brasileiro, órgão responsável pela autorização, fiscalização e logística do uso de explosivos no país. A Força solicitou mais tempo para organizar a operação.

No Brasil, explosivos, detonadores e acessórios são classificados como Produtos Controlados pelo Exército (PCE), cuja regulamentação envolve critérios de segurança pública, ordem interna e defesa nacional.

Além de autorizar o uso do material, o Exército atua de forma integrada com outros órgãos para garantir o isolamento do perímetro e a segurança da população.

Segundo dados técnicos da empresa RVS Construções e Demolições, responsável pela operação, foram realizados 938 furos estruturais, com a utilização de 165,56 quilos de explosivos do tipo Ibegel SSP.

O material será instalado nos pavimentos térreo, 1º, 2º, 3º e 7º, totalizando 600,78 metros perfurados nos pilares. O colapso foi projetado com leve inclinação para o Leste, reduzindo a dispersão de resíduos em direção ao Eixo Monumental.

A operação contará com apoio da Defesa Civil, da Polícia, do Detran e do Corpo de Bombeiros. No dia da implosão, haverá evacuação preventiva dos hotéis mais próximos, localizados à frente e à lateral do edifício.

Durante os anos em que permaneceu fechado, o Torre Palace também foi alvo de disputas judiciais entre herdeiros e de outros imbróglios na Justiça.

Em 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Justiça trabalhista analisasse uma questão relacionada ao leilão do imóvel. Em 2016, uma grande operação retirou ocupantes do prédio, então conhecido como “Cracolândia Vertical”.

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