Deputado diz que corruptos devem ser tratados como os criminosos do RJ
Relator da CPMI do INSS parabenizou polícia do RJ e disse ter pena por não haver "autorização" para fazer o mesmo com os corruptos com poder
                                O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deputado Alfredo Gaspar (União-AL), comentou, nesta segunda-feira (3/11), sobre a atuação da polícia do Rio de Janeiro durante a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortes.
Além de parabenizar o trabalho das forças de segurança, o parlamentar defendeu que corruptos deveriam ser tratados da mesma forma. Para Gaspar, “bandido que não respeita a polícia, é chumbo mesmo”.
“Nesse Brasil dividido em dois, em que a polícia, e eu acho certo, quero bater palmas para a polícia do Rio de Janeiro, que bandido que não respeita a polícia, é chumbo mesmo. Mas eu tenho uma pena da polícia não ter a mesma autorização para fazer isso nos corruptos com poder. Chega aqui, habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse Brasil não pode continuar dividido dessa forma. O povo quer justiça igualitária, ou seja, para corrupto, forca. Para corrupto, o mesmo tratamento de bandido perigoso”, disse o deputado.
Veja vídeo:
A fala foi feita durante a sessão da CPMI do INSS desta segunda, que ouve o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz. A entidade é suspeita de realizar descontos indevidos na aposentadoria de dezenas de milhares de segurados e de faturar R$ 221 milhões.
Farra no INSS
- O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
 - Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
 - As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
 - Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril deste ano e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
 
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Recorrência de habeas corpus
A concessão de habeas corpus para que depoentes possam ficar em silêncio diante de questões que possam incriminá-los tem sido recorrente na CPMI do INSS. O depoente desta segunda obteve a liberação do STF para permanecer em silêncio, quando considerar necessário.
Abraão Lincoln Ferreira da Cruz segue sendo ouvido pelo colegiado e tem se negado a dar respostas para a quase totalidade dos questionamentos. O habeas corpus foi concedido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Como mostrou o Metrópoles, na coluna de Tácio Lorran, a Controladoria Geral da União (CGU) apontou que a instituição sindical presidida por Abraão Lincoln não tem nenhum funcionário registrado, apesar de ter atingido, em 2024, a marca de 445 mil filiados, o que gerou um faturamento de R$ 41,2 milhões só no ano passado.
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