'Deus é antivacina': aliados de Robert Kennedy Jr. empoderam movimento que associa a vacinação ao autismo
Robert F. Kennedy Jr. e a Secretária de Educação, Linda McMahon, participam de um evento da Comissão Make America Healthy Again (MAHA) no Salão Leste da Casa Branca, quinta-feira, 22 de maio de 2025, em Washington AP/Jacquelyn Martin Aliados do controverso secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., sentem-se mais empoderados para explanar, sem pudor, a influência do movimento antivacinação sobre o governo de Donald Trump. Em conferência realizada no fim de semana no Texas, um deles, Del Bigtree, o ex-conselheiro político de Kennedy e chefe do grupo antivacina Informed Consent Action Network, mostrou que o movimento saiu do lugar de pária, ao dar o tom sobre o estado de espírito que a causa ganhou: “Deus é antivacina e precisa que você se manifeste.” ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O mote paradoxal dos ativistas antivacina pilotados pelo secretário Kennedy é o Maha ("Torne os EUA Saudáveis Novamente", em português), ainda que isso signifique associar a imunização de crianças ao autismo. A reunião anual de Austin foi organizada pela Children’s Health Defense (CHD), a principal entidade do movimento antivacina, liderada por ele até a sua candidatura à Presidência em 2023. Sem chances na disputa, RFK, como é conhecido, desistiu e aliou-se a Trump, que o recompensou com o mais alto cargo da saúde pública. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O destaque desta conferência, agora energizada pela atuação de RFK na esfera federal, ficou por conta da atriz Cheryl Hines, que se juntou publicamente à causa difundida pelo marido, com quem é casada desde 2014. Ela tornou-se popular nos cem episódios da série “Curb your Enthusiasm”, na qual atuou ao lado de Larry David. Alçada ao posto de primeira-dama da saúde americana, Hines assumiu, pela primeira vez, que está alinhada aos parâmetros da Children’s Health Defense, descrita por boa parte da classe médica do país como difusora de desinformação e teses sem comprovação científica. “A CHD tem sido uma grande apoiadora das famílias de pais com filhos que sofreram lesões por vacinas ou qualquer outro problema de saúde. Obrigado por apoiarem a CHD e o Bobby durante todos esses anos”, assegurou a atriz, ao lado do ator e comediante Russell Brand, teórico da conspiração, que responde na Justiça por duas acusações de estupro, duas de agressão sexual e uma de atentado ao pudor. Seu julgamento está marcado para junho do próximo ano. Filho de Robert Kennedy e sobrinho de John Kennedy, a gestão de RFK à frente da Secretaria de Saúde vem sendo contestada após demissões de altos funcionários e pesquisadores do respeitado Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), por discordarem de suas diretrizes. Paralelamente, a procura por vacinas diminuiu no país. Um em cada seis americanos deixou de vacinar os filhos, segundo pesquisa realizada pelo Washington Post-KFF. Em setembro passado, o presidente Donald Trump inflamou a polêmica, ao aconselhar mulheres grávidas a evitarem o uso de paracetamol durante a gravidez por aumentar o risco de autismo. As declarações foram condenadas pela maior associação de pediatria americana por não terem comprovação científica. Respaldados pelo secretário, os ativistas antivacina agora encontram terreno livre para difundir sua campanha. E, se alguém ainda tinha dúvidas sobre o apoio de Hines à causa, elas se dissiparam este fim de semana em Austin.

Robert F. Kennedy Jr. e a Secretária de Educação, Linda McMahon, participam de um evento da Comissão Make America Healthy Again (MAHA) no Salão Leste da Casa Branca, quinta-feira, 22 de maio de 2025, em Washington AP/Jacquelyn Martin Aliados do controverso secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., sentem-se mais empoderados para explanar, sem pudor, a influência do movimento antivacinação sobre o governo de Donald Trump. Em conferência realizada no fim de semana no Texas, um deles, Del Bigtree, o ex-conselheiro político de Kennedy e chefe do grupo antivacina Informed Consent Action Network, mostrou que o movimento saiu do lugar de pária, ao dar o tom sobre o estado de espírito que a causa ganhou: “Deus é antivacina e precisa que você se manifeste.” ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O mote paradoxal dos ativistas antivacina pilotados pelo secretário Kennedy é o Maha ("Torne os EUA Saudáveis Novamente", em português), ainda que isso signifique associar a imunização de crianças ao autismo. A reunião anual de Austin foi organizada pela Children’s Health Defense (CHD), a principal entidade do movimento antivacina, liderada por ele até a sua candidatura à Presidência em 2023. Sem chances na disputa, RFK, como é conhecido, desistiu e aliou-se a Trump, que o recompensou com o mais alto cargo da saúde pública. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O destaque desta conferência, agora energizada pela atuação de RFK na esfera federal, ficou por conta da atriz Cheryl Hines, que se juntou publicamente à causa difundida pelo marido, com quem é casada desde 2014. Ela tornou-se popular nos cem episódios da série “Curb your Enthusiasm”, na qual atuou ao lado de Larry David. Alçada ao posto de primeira-dama da saúde americana, Hines assumiu, pela primeira vez, que está alinhada aos parâmetros da Children’s Health Defense, descrita por boa parte da classe médica do país como difusora de desinformação e teses sem comprovação científica. “A CHD tem sido uma grande apoiadora das famílias de pais com filhos que sofreram lesões por vacinas ou qualquer outro problema de saúde. Obrigado por apoiarem a CHD e o Bobby durante todos esses anos”, assegurou a atriz, ao lado do ator e comediante Russell Brand, teórico da conspiração, que responde na Justiça por duas acusações de estupro, duas de agressão sexual e uma de atentado ao pudor. Seu julgamento está marcado para junho do próximo ano. Filho de Robert Kennedy e sobrinho de John Kennedy, a gestão de RFK à frente da Secretaria de Saúde vem sendo contestada após demissões de altos funcionários e pesquisadores do respeitado Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), por discordarem de suas diretrizes. Paralelamente, a procura por vacinas diminuiu no país. Um em cada seis americanos deixou de vacinar os filhos, segundo pesquisa realizada pelo Washington Post-KFF. Em setembro passado, o presidente Donald Trump inflamou a polêmica, ao aconselhar mulheres grávidas a evitarem o uso de paracetamol durante a gravidez por aumentar o risco de autismo. As declarações foram condenadas pela maior associação de pediatria americana por não terem comprovação científica. Respaldados pelo secretário, os ativistas antivacina agora encontram terreno livre para difundir sua campanha. E, se alguém ainda tinha dúvidas sobre o apoio de Hines à causa, elas se dissiparam este fim de semana em Austin.
What's Your Reaction?