“Deusa do golpe” é presa por liderar esquema milionário de fraudes
O golpe começava com a utilização de documentos adulterados para substituir a biometria de clientes reais dentro das próprias agências
Em uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), as equipes prenderam Anna Karolina e Silva, 37 anos, apontada como líder de um sofisticado esquema de fraudes bancárias. Conhecida no submundo do crime como “Ryuk”, em referência ao shinigami do mangá Death Note (deus da morte), a fraudadora ganhou entre os investigadores o apelido de “Deusa do golpe” pelo nível de articulação e ousadia das ações que comandava, nesta terça-feira (18/11).
A ação integra a fase final da Operação Liveness, conduzida pela Divisão de Análise de Crimes Virtuais (DCV/CORF) da PCDF, que desarticulou um núcleo interestadual responsável por adulterar biometrias, lavar dinheiro e desviar cifras milionárias de contas bancárias em todo o país.
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Mirelle Pinheiro
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Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, todos expedidos pelo Judiciário do Distrito Federal. As diligências ocorreram simultaneamente no Distrito Federal, Rio de Janeiro e Goiás, com apoio das polícias civis locais, permitindo uma operação de alto nível e execução precisa. Com a ofensiva policial, o grupo teve suas ações interrompidas e seu fluxo financeiro, estrangulado.
Veja imagens da operação:
O esquema
Segundo as investigações, o bando operava com divisão clara de funções e usava técnicas avançadas de falsificação. O golpe começava com a utilização de documentos adulterados para substituir a biometria de clientes reais dentro das próprias agências bancárias.
Com isso, os criminosos obtinham acesso integral às contas das vítimas, efetuando:
- empréstimos vultosos
- saques
- pagamentos de boletos
- transferências sucessivas
Os prejuízos somam valores expressivos, tanto para clientes quanto para instituições financeiras.
Assista explicação do delegado:
Lavagem e ocultação
Para dificultar o rastreamento, a organização pulverizava o dinheiro roubado entre diversas contas, incluindo as de pessoas sem vínculo direto com as fraudes. Também investia parte dos recursos em veículos registrados em nome de terceiros, uma estratégia clássica para mascarar a origem ilícita do patrimônio.
Após análise financeira detalhada, a PCDF conseguiu o sequestro judicial de aproximadamente R$ 500 mil, diretamente relacionados às atividades fraudulentas. O bloqueio impede que o dinheiro volte à economia formal e garante base para futura reparação das vítimas.
Durante as buscas, foram recolhidos celulares, documentos, mídias eletrônicas e provas digitais diversas. O material será analisado por peritos da DCV/CORF para identificar novos envolvidos, rastrear fluxos de dinheiro e localizar outras vítimas.
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