Dirceu sobre Banco Central: “Taxa de juros a 14,75% é um crime”
José Dirceu afirmou que a taxa de juros elevada estipulada pelo Banco Central não vai resolver o problema da inflação

Ex-ministro da Casa Civil e um dos principais articuladores políticos do PT, José Dirceu considera “um crime” a taxa de juros a 14,75% estipulada pelo Banco Central. Ele demonstrou descontentamento com a política monetária em entrevista à coluna no Boletim Metrópoles.
“Eu considero um crime o Brasil ter uma taxa de juros alta. Isso não vai resolver o problema da inflação. Sou contra a taxa de 14,75%. Ela aumenta a dívida pública, impede o investimento”, afirmou o ex-ministro.
Ao ser questionado se condenava a atuação de Gabriel Galípolo, indicado por Lula à presidência do BC, Dirceu respondeu: “[Condeno] a atuação do Banco Central”.
Segundo Dirceu, o país opera atualmente com baixo déficit primário, e a inflação, na avaliação dele, está fora da meta por conta de um parâmetro considerado irreal. “Estamos sem déficit primário praticamente e a inflação está fora da meta porque é irreal. Três por cento num país como o Brasil é irreal. A meta não era essa. Eu sempre fui contra desde o primeiro governo do Lula. A meta era 4%, 5,5% ou 2,5%”, declarou.
O ex-ministro também comentou o cenário internacional e disse que países desenvolvidos vêm reduzindo suas taxas de juros mesmo sem queda significativa da inflação. “Os países capitalistas centrais estão reduzindo os juros mesmo sem reduzir a inflação, pois sabem que a economia precisa crescer.”
Dirceu ocupou o cargo de ministro-chefe da Casa Civil no primeiro mandato de Lula e permanece como uma das vozes mais influentes dentro do PT.
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